quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

CPAD LIÇÃO 13 – A INTEGRIDADE DE UM LÍDER

JOVENS E ADULTOS – CPAD
4º Trimestre 2011
Tema: Neemias – Integridade e coragem em tempos de crise
Comentarista: Elinaldo Renovato


LIÇÃO 13 – A INTEGRIDADE DE UM LÍDER

Texto Bíblico: Neemias 1.5-11.


Texto Áureo:
“Se é ministério, seja em ministrar [...]; o que preside, com cuidado [...]” (Rm 12.7,8 – ARC).


OBJETIVOS
•Compreender que é o SENHOR quem escolhe e prepara líderes para sua obra.
•Descrever algumas das características que um líder de Deus deve possuir.
•Conscientizar-se de que o líder precisa ter uma vida devocional.


INTRODUÇÃOQual a principal característica de um líder? Na verdade são várias as características de um líder e não uma que seja a principal, porém, a Integridade, é uma atitude que poucos possuem e respeitam, mas é de fundamental importância para se ter uma relação de confiança com os membros de sua equipe. Um líder integro respeita seus sentimentos e pensamentos sobre as situações que lhe são apresentadas, não se violentando, e se posicionando de maneira verdadeira, clara e orientativa, de forma a conduzir seus liderados a desenvolver o bom andamento dos objetivos que lhe foram confiados – assim Neemias agiu e por isso teve êxito.

Definição do vocábulo
Segundo o dicionário Aulete da Língua Portuguesa
(in.te.gri.da.de)
sf.
1. Qualidade ou estado do que é inteiro, do que não está menor do que era ou do que deveria ser; INTEIREZA:
2. Estado do que não foi alterado
3. Fig. Qualidade de quem é íntegro, honesto, incorruptível; HONESTIDADE; PROBIDADE:


I. DEUS ESCOLHE E PREPARA LÍDERES PARA A SUA OBRA
“Porque por Ele foram criadas todas as coisas, tanto as que estão nos céus, como as que estão na terra; quer visíveis, quer invisíveis, sejam tronos, domínios, principados, ou potestades; tudo foi criado por ele e para ele." (CL 1.16 )

Escolhi este versículo acima, pois para mim é o que melhor define o termo que desejo usar neste tópico: mordomia.
A palavra “mordomia” define a relação entre o homem e Deus. O SENHOR de todas as coisas, confia a um ser humano mortal e falho a administração do que ELE criou, e até mesmo da própria vida humana da qual teremos de prestar contas de que forma a utilizamos.

O ser humano há de usar as dádivas confiadas por Deus a ele (a) para promover os interesses de Deus no mundo. Um mordomo é aquele a quem são confiados os bens de outros.
O termo grego “mordomo” significa “administrador da casa” (Lc 16.2)

Características distintas do mordomo cristão:
1.Aceita Cristo como o SENHOR (Mt 6.33);
2.Reconhece que Deus é o legítimo DONO de tudo (Sl 24.1, Dt 10.14);
3.Esforça-se por descobrir o propósito de Deus para o uso adequado de cada bem que possua (Lc 12.42, 43);
4.Segue os propósitos de Deus em toda a sua maneira de viver:
a.Reflete o controle de Cristo na aquisição de bens;
b.Dá testemunho do seu amor a Cristo através do uso dos bens materiais (Rm 10:13, Mc 12:41-44).


II. AS CARACTERISTICAS DE UM LÍDER DE DEUS
Vemos que um dos sinônimos de integridade é inteireza, ou seja, a pessoa integra, ela possui honestidade em todas as áreas de sua vida. Onde quer que esteja, demonstra o mesmo proceder.

Se desejamos conhecer a integridade de um líder, observemos os detalhes. Conheçamo-lo na informalidade do lar, no trato com amigos chegados, na conversa ao telefone. Se ele age de uma forma no seu cotidiano e de outra quando está no púlpito ou diante de seus liderados – não há integridade.

O conceito bíblico de sermos fiéis no pouco para sermos colocados no muito pressupõe grau de dificuldade e detalhamento. O pouco nos prova como também nos expõe. É, portanto, no pouco, nos detalhes da vida, que podemos diagnosticar nossas carências e limitações, e ali aprender com o Mestre.

Nas palavras de Platão, o filósofo grego: “Você pode descobrir mais sobre uma pessoa em uma hora de brincadeira do que em um ano de conversa”. A informalidade nos expõe com maior frequência pois nos encontra em estado de espontaneidade.

Um dos desafios mais difíceis que enfrentamos desde nossos primeiros pais é a tradução de nossos valores espirituais e morais para atitudes espirituais e morais em nossa vida diária. Permitam-me listar aqui, dentre tantas atitudes que buscam a construção de um caráter íntegro, algumas que observo de extrema colaboração neste sentido:


1. Calar-se e falar na hora certa
Vivemos em uma sociedade onde o simbolismo é elemento definidor das relações humanas. Assim, valorizamos a comunicação verbal, os discursos, as respostas bem colocadas, o jogo de palavras. Se por um lado isto colabora para desenvolver uma comunicação mais ativa, por outro tem nos levado a esquecer o valor do silêncio.

A integridade de um líder é testada na adversidade e uma das atitudes mais comuns perante a adversidade relacional é o confronto. Frequentemente falamos quando deveríamos nos calar, especialmente em contextos ministeriais onde as críticas nos bastidores ganham a nossa atenção e somos levados a reagir de forma desproporcional, desnecessária ou mesmo inapropriada.

Certamente há momentos de falar, fazer-se ouvir. Mas reconheço que os homens de Deus que tenho conhecido buscavam mais o silêncio do que o confronto verbal perante as adversidades, e faziam a obra de Deus.

A maior dificuldade para se ouvir é quando não é preciso ouvir. Penso aqui em uma figura de autoridade que, em sua presente função, seja um professor, um chefe, um líder de equipe ou um pastor, não precisaria ouvir e poderia tão somente falar. Esse talvez seja um dos maiores e mais frequentes erros. Na verdade é o que mais tenho presenciado, grande parte das lideranças não ouve seus liderados.

2. Não negociar a verdade
Provérbios 12.19 nos diz que “O lábio verdadeiro permanece para sempre; mas a língua mentirosa apenas por um momento”.

Há certos valores que precisam estar sempre presentes em nossas vidas, relacionamento e processos de liderança. Um deles é não negociar a verdade. Isto inclui, de forma especial, a manipulação da verdade. Refiro-me ao evitamento ou maquiagem da verdade para se contornar um problema ou se beneficar de um resultado – isso sempre trará consequências desastrosas e nós como Igreja de Jesus Cristo devemos ter em mente que a cada vacilar que damos, vidas se perdem em condenação eterna, e Deus requererá de nós.

Quando a Palavra de Deus nos ensina que a posição do crente, o seu falar, deve ser “sim sim, não não”o que se advoga não é uma atitude de extremos: ou sim ou não. O assunto aqui é a verdade: dizer sim quando for sim e não quando for não. No cenário do genuíno cristianismo a verdade não pode ser negociada e ela é um dos grandes blocos que constrói uma vida íntegra.

Os motivos que nos levam a fazer algo ou deixar de fazer. A falar e calar. Tais verdades motivacionais precisam ser observadas de perto, pois elas representam o atual estado de nosso coração. Muitos líderes podem desenvolver realizações corretas por motivações erradas. A integridade, que não negocia a verdade seja objetiva ou subjetiva, alimenta um caráter mais parecido com Cristo. Não devemos ter uma verdade circunstancial, mas aquela que denota Cristo. Um líder íntegro jamais negociará a verdade, doa a quem doer, será sempre a verdade que irá prevalecer.


3. Assumir a responsabilidade
Quando nos posicionamos ao lado da verdade normalmente somos chamados a assumir responsabilidades, seja pela irredutível defesa de algo que no senso comum poderia passar desapercebido, seja por falhas e pecados em nossas vidas que precisam ser confrontados, perdoados e abandonados.

Segundo o escritor francês François La Rochefoucauld quase todas as nossas falhas são mais perdoáveis do que os métodos que concebemos para escondê-las. Uma vida íntegra leva em consideração a possibilidade da falha, do pecado e da queda. Ou seja, precisamos assumir a responsabilidade perante nossas atitudes a fim de mantermos a integridade espiritual e moral. E esta é uma das lições mais difíceis de serem aprendidas. O caminho aparentemente mais curto no caso de uma queda (a negação do pecado e sua responsabilidade sobre ele) não é de fato curto, pois não nos leva onde Deus nos quer.

Permita-me endereçar líderes que possuem grande dificuldade de pedir perdão de maneira verbal e clara, ou de voltar atrás em decisões tomadas mesmo quando francamente equivocadas. Esta postura provém de um coração soberbo. Uma soberba que lhe faz pensar (mesmo que não de forma gráfica) sobre a sua superioridade. Talvez nutrida pelo seu conhecimento, ou sua posição de liderança, ou sua função de destaque, seus ganhos e merecimentos. Perceba, porém, que este é o caminho de morte. Seu coração, ao negar procurar o outro e falar: errei, perdoa-me, se lança em uma rota de colisão com o temor do SENHOR e a sabedoria, o entendimento de que somos todos igualmente dependentes da graça de Cristo para viver.

Há também aqueles que, para reconhecerem um erro e assumirem a responsabilidade o fazem sob protesto e acusações. Refiro-me aos que, perante seu próprio pecado, racionalizam que o outro também pecou, ou é um agressor maior, que não foi leal ou submisso. Grande erro. Estas razões não passam de sombras nas quais tentam esconder seus próprios corações da humildade necessária para o quebrantamento.
Nenhum de nós está isento da possibilidade do erro. Uma das admiráveis atitudes de Davi foi justamente assumir integralmente a sua responsabilidade quando Natan, após falar sobre um que roubara a única ovelhinha do vizinho, afirmou: “este homem és tu” (2 Sm 12.1-7). Davi não deu desculpas. Não racionalizou dizendo: outros fizeram pior do que eu. Nem mesmo tentou explicar suas motivações. Caiu de joelhos e colocou-se nas mãos de Deus. O coração de Davi dizia: “sou responsável”, e este se tornou o homem segundo o coração de Deus.

Que Deus nos ajude a administrar o orgulho e a vergonha, também a humilhação, a fim de assumirmos a responsabilidade pelo pecado e seguirmos em frente no perdão transformador do Senhor.


4. Aprender com os erros
Precisamos compreender que integridade não é uma atitude medida pela ausência de erros, mas pela decisão em não repeti-los.Quando assumimos responsabilidades o fazemos também em relação aos nossos erros. Precisamos compreender que integridade é um hábito que se ganha na rotina diária quando procuramos agir de forma pura e justa, e mesmo quando isto não acontece, devemos aprender com nossos erros.

Pensando em líderes devemos compreender o que muito bem foi colocado por Kevin Cashman ao expor que a habilidade que temos de crescer como líderes é limitada pela habilidade de crescermos como pessoas. Jamais devemos distinguir nossa função de liderança (mesmo porque é passageira) de nossa identidade pessoal. Um grande engano em época de empreendedorismo é um auto investimento no perfil de liderança. Não que isto não seja efetivo, porém é passageiro. Investir tempo, forças e energia para se qualificar como um bom líder pode lhe privar de investir tempo, forças e energia para crescer como pessoa e crente. Como líder posso dar-me ao luxo de seguir em frente mesmo tendo cometido erros, porém como pessoa e cristão meus erros, após praticá-los, se tornam minha melhor oportunidade de conserto e crescimento.

Para aprendermos com nossos erros é necessário levá-los a sério. Um temperamento explosivo não é apenas um temperamento forte, mas algo que machuca pessoas, entristece o Espírito Santo pela falta de domínio próprio e nos priva de vivermos mais tranquilos com nossas próprias reações. Para aprendermos com nossos erros é necessário levá-los a sério, conversar com o Deus sobre eles, pedir forças para mudarmos e amadurecermos, para crescermos um pouco mais emm direção a “estatura de varão perfeito – Cristo”.


5. Cuidar do seu coração
O SENHOR sonda nosso coração, portanto é nossa imagem interna, e não externa, que precisa de maior cuidado. Em dias de ufanismo e triunfalismo somos levados a procurar sempre o que nos destaca, ou destaca o nosso trabalho. Um grave engano visto que o SENHOR não sonda nossos relatórios, mas sim nossos corações. Dr Augustus Nicodemus, afirma que Deus não nos chama para termos sucesso sempre, mas sim para sermos fiéis.

Compreender a marcante diferença entre caráter e reputação não pressupõe que faremos uma escolha legítima. É preciso estar disposto a priorizar a verdade. Muitas vezes confundimos inteligência, conhecimento e sabedoria. Podemos aplicar aqui as palavras “a inteligência é uma espada ... o caráter a empunhadeira”, de Bodenstedt, dizendo que é o caráter que delineará a sabedoria no agir. Outras vezes confundimos temperamento brando com bom caráter. Ao contrário, como disse Pierre Azaïz, “o caráter é a esperança do temperamento”. Um temperamento brando, quieto ou mais vagaroso pode dar a impressão de domínio próprio e esconder as paixões mais carnais.

É Deus que nos “sonda e nos conhece” e julga-nos com exatidão. È ELE quem pesa a nossa alma e categoriza todos os nossos sentimentos mais profundos. Convictos desta verdade é preciso crescer. Não priorize o crescimento da sua reputação, ministério ou carreira. São por demais importantes, porém transitórios. Priorize o crescimento do seu caráter e vida com o Deus. Escolha sempre a melhor parte.


CONCLUSÃO
Lideres que estão posicionados na Igreja do SENHOR, entenda que há um chamado de Deus para a função que ocupas, portanto humilhe-se diante do Pai, e Ele te exaltará diante dos homens. Integridade é essencial para a Liderança porque toda liderança é uma liderança moral.

Lembremo-nos que há uma Visão para seguirmos e um caminho para construirmos. Somos um povo que tem um Deus fiel para dar a Visão e as condições para sua realização. Deus não tem Seu maior interesse no que você faz, mas sim no que você se transforma enquanto faz. ELE observa suas motivações e o oculto de seu coração. É isso que ELE deseja: adoradores que vivem a ação como adoração e sua busca de santidade é um processo natural de derramar-se diante do Seu Altar. Que Deus nos desafie a ser melhores e nos transforme segundo o Seu querer, e não o nosso. Somos apenas mordomos do SENHOR de todas as coisas.


FONTES CONSULTADAS
•VINE, Dicionário. Editora CPAD – 3ª Edição/2003
•HARRIS, R. Laird; JR., Gleason L. Archer; WALTKE, Bruce K.. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento.Editora Vida Nova.São Paulo/SP, 1998.
•STRONG, Léxico de. – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
•Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã – Editora Vida Nova – Edição 2009
•Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
•Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
•Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
•Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
•Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
•Bíblia de estudos Dake – Editora CPAD e Atos, Rio de Janeiro/RJ, edição 2009
•TÜNNERMANN, Rudi. As reformas de Neemias: a reconstruçao de Jerusalém e a reorganização de Judá. Editora Sinodal, São Paulo/SP, 2011
•COLLEY, Peter. Perseverança: a qualidade de um vencedor. Biblioteca 24 horas. São Paulo/SP, 1º Edição, 2011.
•PACKER, J. I. Neemias: Paixão Pela Fidelidade. Editora CPAD, Rio de Janeiro/RJ, 2010

Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br

domingo, 18 de dezembro de 2011

CPAD LIÇÃO 12 – AS CONSEQUÊNCIAS DO JUGO DESIGUAL

JOVENS E ADULTOS – CPAD
4º Trimestre 2011
Tema: Neemias – Integridade e coragem em tempos de crise
Comentarista: Elinaldo Renovato


LIÇÃO 12 – AS CONSEQUÊNCIAS DO JUGO DESIGUAL

Texto Bíblico: Neemias 13.23-29.


Texto Áureo:
“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Co 6.14 – ARC).


OBJETIVOS
•Conscientizar se de que o casamento é uma instituição divina.
•Compreender que Deus não aprova o casamento misto.
•Entender que o jugo desigual acarreta pesadas consequências.


INTRODUÇÃO
O casamento é um compromisso – uma aliança – um voto feito a Deus e ao companheiro (a), não apenas de amor, mas também de fidelidade, que deve durar a vida toda – em um relacionamento de exclusividade.


I. O CASAMENTO NO ANTIGO TESTAMENTO
Hoje em dia ainda conhecemos e apreciamos os encontros de família. Na Antigüidade eles eram pontos altos da vida, de importância superior a outros deveres (cf. 1Sm 20.6,29). Especialmente os “ritos de passagem” (circuncisão; casamento; atos fúnebres) eram grandes eventos na vida familiar dos israelitas antigos. Durava dias, ou mesmo, uma semana inteira.

Estar casado era situação normal entre os hebreus. A família era a unidade social básica. O matrimonio tinha importantes conseqüências familiares e tribais. A maioria dos casamentos era “arranjado” pelos pais. E se acaso, acontecesse de que uma mulher se revelasse insatisfatória para seu marido, ela voltava para a casa de seu pai, com o resultado de relações hostis entre as famílias (Jz 14.20; 1 Sm 18.19). Quando isso ocorria, o procedimento natural era que, as famílias envolvidas estabelecessem as condições da união, pondo fim a hostilidade de ambos os lados, e isso com o consentimento do casal (Gn 24.8).

Havia também casamento por amor (gn 29.20; 34.4;Jz 14.1; 1 Sm 18.20). O marido era considerado o senhor de sua esposa, mas isso não era uma norma absoluta (Gn 21.10 e ss.). Quando um marido por motivos de tradição, era incorporado à tribo de sua esposa, os filhos eram considerados pertencentes à tribo ou família dela (cf. Jacó e Labão (Gn 31.31, 43).

Biblicamente ainda que haja vários relatos de poligamia no AT, isso nunca foi aceito por Deus. O casamento deve ser monogâmico. Os profetas empregaram o casamento como símbolo do amor de Deus para com Israel (Is 61.10; 62.5; Os 2.21,22).


I. 1. A natureza do casamento
O casamento foi instituído por Deus para a felicidade do homem e da mulher. O mesmo Deus que criou o homem à Sua imagem e semelhança, e criou macho e fêmea, também instituiu o casamento. Foi Deus quem disse: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gn 2.24).

Há aqui três princípios sobre o casamento.
1.O casamento é heterossexual – o texto fala de um homem unindo-se à sua mulher. A tentativa de legitimar a relação homossexual está em desordem com o propósito de Deus.
2.O casamento é monogâmico – o texto diz que o homem deve deixar pai e mãe para unir-se à sua mulher e não às suas mulheres. Tanto a poligamia (um homem ter várias mulheres) como a poliandria (uma mulher ter mais de um homem) estão em desacordo com o propósito de Deus.
3.O casamento é monossomático – pois os dois tornam-se uma só carne, ou seja, no casamento pode-se desfrutar da relação sexual com alegria, santidade e fidelidade.

Seguir esses princípios de Deus é o segredo de um casamento feliz.


I. 2. Casamentos proibidos
No hebraico hãtunnâ designa casamento. O verbo denominativo ocorre somente no hitpael, “fazer-se marido da filha”; “tornar-se genro de alguém”. As versões ARA e ARC traduz Josué 23.12, como “aparentar-se”.

Em sua mensagem final a Israel, Josué advertiu explicitamente o povo a não aparentar-se com os cananeus da terra para que mais tarde, isso não se tornasse uma armadilha para o povo de Deus (Js 23.12,13).

Assim que Salomão instalou-se no trono de Israel começou a bem conhecida prática de contrair matrimônios com propósitos políticos (Rs 3.1). A nação havia sido advertida justamente quanto a isso no que se refere às nações já residentes na terra de Canaã (Dt 7.3).
Vemos através dos relatos bíblicos que a nação israelita sempre “tropeçava” nesta ordenança.


II. CASAMENTOS MISTOS NO TEMPO DE NEEMIAS
“Firmamos um pacto” (9.38). O próprio povo havia tomado a iniciativa de assinar um contrato, no qual se comprometiam corrigir “práticas erradas” que iam contra os preceitos de Deus, e uma dessas práticas era exatamente o “casamento misto”.

Mas assim que Neemias precisa se ausentar, os judeus gradualmente abandonam o “pacto firmado” em obedecer aos mandamentos divinos. Quando Neemias retorna vê uma total anarquia espiritual. E muitos de Judá, incluindo os filhos do Suo sacerdote casaram-se com mulheres estrangeiras (13.23).

Neemias vigorosamente corrige cada abuso, desde a instalação de Tobias no templo até o difícil caso dos casamentos ilícitos. Não fez concessão a ninguém, um líder deve ser integro, sem privilegiar ninguém, e assim Neemias agiu.

Quando há pecado na igreja não há lugar para tolerância, deve-se buscar a direção de Deus e agir. Neemias em cada correção clamava a Deus para “lembrar-se do seu serviço fiel”. Assim esse servo de Deus nos mostra devemos ter responsabilidade e zelo com a obra de Deus, e que mesmo em meio as mais adversas circunstancias devemos conservar firme nossa posição diante de Deus, mantendo-se como exemplo de servo fiel, que zela e prima pelo bem estar de outro, conduzindo-os a Deus.

III. O JUGO DESIGUAL
Viver conjugalmente já não é fácil para a maioria. Imagine então quando nada está em acordo.
Muitos ao pensar no jugo desigual, pensa apenas nos termos de pertencerem a mesma religião. Mas, não apenas isso. Tudo deve estar em acordo.

Por exemplo, se um dos cônjuges gosta de sair, para passear, conhecer pessoas, lugares e o outro não, já há uma desigualdade. Um é enciclopédia ambulante, o outro não é. Isso vai gerando desequilíbrio. O casamento comunica a idéia de alguém que um deve complementar outra pessoa. Cada um dos cônjuges deve ser alguém completamente adequado física, emocional, intelectual e espiritualmente para o outro.

Ao lermos o relato da criação da mulher veremos que o casamento começou a partir de uma necessidade básica de companheirismo e complementação. No plano de Deus o casamento foi instituído para que duas pessoas pudessem viver completamente uma a outra.

Mateus 19.6, Jesus diz: “Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem”.

Deste modo, quando um cônjuge está suprindo as necessidades físicas, emocionais, intelectuais e espirituais do outro estão sendo um. E quando não supre a necessidade do seu cônjuge, está sozinho, como se fosse solteiro. É interessante notar em Gênesis 2.21,22 que a mulher foi tirada do lado de Adão, isto é, da sua costela, para revelar a sua dependência do homem. Ela não foi tirada da cabeça, pois não é sua função dominá-la; nem de seus pés, pois não foi criada para ser pisada por ele; mas do seu lado para revelar a responsabilidade e dever do marido em protegê-la e cuidar dela. Da mesma forma que a esposa ao seu lado lhe designa cuidado e carinho.

O pecado distorceu o relacionamento entre homem e mulher, mas os crentes são chamados a se relacionar de acordo com o Plano do Criador, instituído no Jardim do Éden, antes do pecado entrar no mundo (Gn 2.15-25). Esse plano é marcado por uma “santa reciprocidade”, ou seja – a amorosa liderança do esposo, provoca uma submissão responsiva da esposa, da mesma forma como a cooperação submissa da esposa provoca uma liderança sensível por parte do esposo.

As realidades de liderança e submissão, nos papéis homem e da mulher, devem se desenvolver em amor, igualdade e complementaridade. Dessa maneira, a imagem de Deus é apropriadamente refletida no casal.


FONTES CONSULTADAS•VINE, Dicionário. Editora CPAD – 3ª Edição/2003
•HARRIS, R. Laird; JR., Gleason L. Archer; WALTKE, Bruce K.. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento.Editora Vida Nova.São Paulo/SP, 1998.
•STRONG, Léxico de. – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
•Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã – Editora Vida Nova – Edição 2009
•RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia – Editora CPAD
•Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
•Bíblia Hebraica (Por David GORODOVITS e Jairo FRIDlIM) – Baseada no Hebraico e à luz do Talmud e das Fontes Judaicas – Editora SEFER, 1ª reedição, Rio de Janeiro/RJ, 2006.
•Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
•Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
•Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
•Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
•Bíblia de estudos Dake – Editora CPAD e Atos, Rio de Janeiro/RJ, edição 2009
•TÜNNERMANN, Rudi. As reformas de Neemias: a reconstruçao de Jerusalém e a reorganização de Judá. Editora Sinodal, São Paulo/SP, 2011
•COLLEY, Peter. Perseverança: a qualidade de um vencedor. Biblioteca 24 horas. São Paulo/SP, 1º Edição, 2011.
•PACKER, J. I. Neemias: Paixão Pela Fidelidade. Editora CPAD, Rio de Janeiro/RJ, 2010

Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O SEMEAR E O CUIDAR

Mateus 13.1-9
TENDO Jesus saído de casa, naquele dia, estava assentado junto ao mar;
2 E ajuntou-se muita gente ao pé dele, de sorte que, entrando num barco, se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia.
3 E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.
4 E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na;
5 E outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda;
6 Mas, vindo o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz.
7 E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na.
8 E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta.
9 Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.


O texto de Mateus 13.1-9 nos mostra o descuido que muitos têm demonstrado ao transmitir a Palavra de Deus. Vemos que este semeador simplesmente semeou, para ele não importava se iria brotar, crescer e dar fruto. Era como se não fizesse com amor, apenas cumpria uma obrigação. E, é exatamente assim que muitos fazem hoje.

Esse semeador foi extremamente negligente em sua missão, pois:
• Não cuidou para que as aves não levassem a semente antes que ela se fixasse ao solo;
• Não se importou em limpar o solo dos pedregais, para que as raízes se aprofundassem, e nem tão pouco a protegeu do sol escaldante;
• Não se teve consciência em tirar os espinhos para que não sufocassem a pequenina semente;

A que caiu em boa terra, cresceu e deu fruto porque se virou sozinha. Ele mesmo não zelou.

Grande parte dos semeadores (anunciadores) da atualidade não tem consciência de que devem tratar a individualidade de cada solo (pessoa) para que a semente (a Palavra de Deus) venha a enraizar-se em seu interior, e enraizando possa crescer e dar fruto. Não há amor pelas almas, não há amor para com o SENHOR, o dono da semente e do solo que deve ser semeado.

A negligência desses “semeadores” será devidamente “cobrada” pelo SENHOR que lhe confiou a guarda da semente (palavra) e o cuidado com o solo (as vidas humanas que a ELE pertence).

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

LIÇÃO 10 – O EXERCÍCIO MINISTERIAL NA CASA DO SENHOR

JOVENS E ADULTOS – CPAD
4º Trimestre 2011
Tema: Neemias – Integridade e coragem em tempos de crise
Comentarista: Elinaldo Renovato


LIÇÃO 10 – O EXERCÍCIO MINISTERIAL NA CASA DO SENHOR


Texto Bíblico: Neemias 13.1-8.


Texto Áureo:
“Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel” (1 Co 4.2 — ARA).


OBJETIVOS
Conscientizar-se de que o líder deve ser comprometido com o Reino de Deus.
Saber que os recursos financeiros na Casa de Deus devem ser administrados com transparência e fidelidade.
Compreender que as ofertas e dízimos são importantes para a expansão do Evangelho.

INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, veremos o quanto é necessário que os servos de Deus, ou seja, que todos os que ocupam funções na Igreja sejam fiéis em tudo, para que não venha causar dano à Obra de Deus. Não importa que cargo exerça, em relação ao SENHOR são apenas administradores, são mordomos que terão de prestar contas de sua mordomia, e principalmente das almas das ovelhas do Sumo Pastor que lhes foi confiada.

É importante ressaltar que o texto de 1 Corintios 4.2, retrata os ministros como despenseiros da “família de Deus”, e como tal, são encarregados de cuidar e alimentar a família do Proprietário, e ser extremamente fiel em todos os seus atos, sendo zeloso com o que lhe foi confiado, pois teriam de prestar contas ao proprietário.

Da mesma maneira os ministros do evangelho devem agir, não devem expor, nem dispor de nada menos e nem nada além da vontade de Deus em Sua Obra.


I. A CONTAMINAÇÃO DO MINISTÉRIO
Na lição passada vimos como Neemias após o término da reconstrução dos muros de Jerusalém, se preocupou em dedicá-los ao SENHOR, com um grande culto, onde sumo sacerdote, sacerdotes e levitas se purificaram-se e ao povo, e juntos se alegraram na presença de Deus.

Nisso podemos observar que a tarefa de Neemias era dupla: física e espiritual.
Não bastasse a reconstrução física de Jerusalém, tinha também sobre seus ombros a responsabilidade de reconstruir Jerusalém espiritualmente. O zelo com que ele servia a Deus, fez com que agisse de forma enérgica, retirando do templo, toda a contaminação, conduzindo o povo a verdadeiramente servir a Deus com fidelidade.

Completado o tempo que Neemias havia solicitado a Artaxerxes para dirigir-se a Jerusalém a fim de reconstruí-la, como fiel servo do rei persa, ele ausenta-se momentaneamente para logo retomar seu trabalho. Pois, ainda que Neemias tenha se preocupado em restabelecer os sacrifícios, dízimos e ofertas e o culto no templo, ele tinha conhecimento de que as bases não estavam de todo sólidas, pois havia contato de alguns nobres de Jerusalém com Tobias, através de cartas, pois haviam se aparentado.

Neemias discretamente intentava em seu retorno, no prazo estabelecido pelo soberano persa, solicitar novo retorno com maior autoridade para tratar de certos desvios doutrinários por parte desses nobres e sacerdotes, que nesta gestão ele não possuía.

Assim Neemias parte, segundo o Dr. Shedd, é possível que tenha permanecido em Susã por mais de um ano. Nesse ínterim, o que parecia estar distante do povo de Deus (pois haviam assinado documento em que se comprometiam cumprir o que na Torah estava escrito), penetra sorrateiramente no templo, através de casamentos misto e privilégios abusivos do sacerdote.


I. 1. Casamento misto do sacerdote
Os filhos de Israel foram precavidos pela Lei de Moisés que jamais deveriam casar-se com mulheres estranhas, a fim de não se afastarem dos retos caminhos do Senhor (Êx 34.12-15/Dt 7.1-3). No entanto, apesar da advertência o erro foi cometido.

Aproveitando a ausência temporária de Neemias, o sacerdote Eliasibe, que presidia a câmara da casa do Senhor, resolveu transgredir este mandamento aparentando-se com a família de Tobias, o amonita, que se opôs a Neemias na reconstrução de Jerusalém.

A instrução paulina à igreja quanto a esta união é a de total reprovação. O apóstolo denominou-a de “jugo desigual”, quando exortou os crentes de Corinto dizendo: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas. E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel” (2 Co 6.14,15)

Se um cristão não pode cometer tal erro, o que dizer de um cristão que exerce liderança, como foi o caso de Eliasibe, o sacerdote? O apóstolo Paulo também instruiu à cerca do comportamento adequado de um ministro de Deus quando disse: “Além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel” (I Co 4.2).

Portanto, associar-se com Tobias é aparentar-se com o mundo e com aqueles cujas obras Deus aborrece (Tg 4.4; I Jo 2:15). Sejamos resolutos em fazer a vontade de Deus, como o salmista, ao ponto de amarmos o que Deus ama, e odiarmos o que Deus odeia: “Não porei coisa má diante dos meus olhos. Odeio a obra daqueles que se desviam; não se me pegará a mim” (Sl 101.3).


I. 2. Privilégios abusivos
Não bastasse o primeiro terrível erro cometido pelo sacerdote Eliasibe, ainda cometeu outro, favorecendo Tobias, permitindo que este residisse nas dependências do Santo Templo do SENHOR, numa câmara bem grande, “onde dantes se depositavam as ofertas de alimentos, o incenso, os utensílios, os dízimos do grão, do mosto e do azeite, que se ordenaram para os levitas, cantores e porteiros, como também a oferta alçada para os sacerdotes” (Ne 13.5).

Havia duas transgressões neste ato de Eliasibe, além de se aparentar com o inimigo do povo de Deus (Tobias), ainda colocou um amonita dentro do templo. Quando Israel peregrinava no deserto, Balaque o rei dos moabitas, contratou Balaão a fim de que amaldiçoasse o povo do Senhor. E não conseguindo desta forma, foi aconselhado de que promovesse festas pagãs a fim de fazer pecar o povo do Senhor. Por isso, Deus havia prevenido Israel de que jamais deixasse um amonita ou moabita entrar dentro do templo (Dt 23.3-6).

Semelhantemente, não podemos agir como este sacerdote, permitindo que pessoas que não comungam da nossa fé tenham tanta intimidade conosco. Jamais devemos ceder espaço em nossa vida, família, igreja a coisas que por Deus são condenadas. Sigamos, pois o exemplo de Jesus que disse: “Já não falarei muito convosco, porque se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em mim” (Jo 14.30).

Devido a este ato, o povo parou de contribuir com dízimos e ofertas, já que o local onde eram depositadas agora se tornara moradia de Tobias. Assim os levitas já não recebiam seu sustento, “de maneira que os levitas e os cantores, que faziam a obra, tinham fugido cada um para a sua terra.” (Ne 13.10) para trabalharem e se sustentarem. Veja quantas conseqüências resulta de uma má administração de obreiros que se deixam levar por “supostas amizades” que na verdade, são opositores da obra de Deus.

Vemos que a começar pelo sumo sacerdote, houve falha na separação, no serviço e na santificação na Casa de Deus, misturaram-se com os ímpios e profanaram as coisas sagradas.


II. A JUSTA INDIGNAÇÃO DO HOMEM DE DEUS
É simplesmente admirável como Neemias após retornar a Jerusalém, não ficou passivo diante dessas abominações e reage ao pecado do sacerdote Eliasibe, conforme o relato bíblico:
“E voltando a Jerusalém, compreendi o mal que Eliasibe fizera para Tobias, fazendo-lhe uma câmara nos pátios da casa de Deus, o que muito me desagradou, de sorte que lancei todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara” (Ne 13.7,8).

Com essa atitude, o servo de Deus, demonstrou possuir as seguintes características:
1. Zelo: Ao arrancar os móveis de Tobias de dentro da câmara que estava nos pátios da casa de Deus, Neemias, estava zeloso pela causa divina. Segundo o dicionário esta palavra significa: dedicação, desvelo, diligência em qualquer serviço. Foi esta mesma atitude que Jesus Cristo revelou ao se deparar com o comércio irreverente que havia dentro do Templo: “E disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes, e não façais da casa de meu Pai casa de venda. E os seus discípulos lembraram-se do que está escrito: O zelo da tua casa me devorará” (Jo 2.16,17);

2. Firmeza: Se Neemias fosse um líder que apenas usasse a emoção, jamais tiraria o amonita com seus móveis de dentro da câmara do templo, considerando que foi o sacerdote Eliasibe quem o colora. No entanto, ele demonstra firmeza em seu propósito, desagradando o sacerdote, porém agradando a Deus. Conforme o dicionário a palavra firme significa: sólido, seguro, inalterável, resoluto, decidido. Assim, devemos nos comportar diante deste mundo que dia a dia nos convida a andarmos em seu curso, no entanto, nós devemos permanecer andando conforme a Palavra de Deus (Sl 119.103);

3. Fidelidade: Esta terceira característica de Neemias, sem dúvida, é a principal delas. Pois, nenhum líder poderá obter êxito em seu trabalho para Deus, se não fizer com lealdade, honradez, pontualidade, exatidão e veracidade. Neemias demonstrou fidelidade, honestidade, e transparência na administração dos recursos financeiros, trazendo a memória do povo o compromisso com os dízimos e com as ofertas que sustentavam os levitas, restituindo aos seus cargos os tesoureiros que cuidariam deste importante negócio (Ne 5.9-12; 12.44; 13.5,12). Deus preza pela fidelidade dos seus servos (Nm 12.7; I Sm 12.24; I Co 4.2). Isto Jesus deixa claro, ao contar a parábola dos dez talentos. Nesta ilustração, podemos perceber que o senhor que concedeu os talentos a três dos seus servos, lhes dá um prazo para que possam com eles render lucros. Ao retornar, o senhor começa a conferir o resultado que eles obtiveram, e a sua palavra com os que procederam corretamente, teve pelos menos três significados:

Palavra da aprovação: “E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel.” (Mt 25.21a).
Palavra da promoção: “... Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei...” (Mt 25.21b).
Palavra da recompensa: “... entra no gozo do teu senhor” (Mt 25.21c).


CONCLUSÃO
Neemias nos ensina que não devemos tolerar os pecados de outros que venham a prejudicar a Obra de Deus. Contudo devemos buscar a direção de Deus, na oração e na Palavra afim de que possamos agir dentro da Vontade DELE.

Neemias antes de agir convocou o povo e leu a Lei do SENHOR antes de tomar qualquer atitude, demonstrando estar agindo dentro dos preceitos divinos (Ne 13.1-3), e em todo o seu relato é mencionado sua constante oração.

Todo aquele que é chamado por Deus a fim de exercer liderança sobre o seu povo deve se portar diante de Deus, da igreja e dos homens como um fiel homem de Deus, tendo por objetivo agradá-lO em todo o seu proceder. Não importa que as pessoas não gostem, nossa preocupação deve ser em agradar Aquele que nos alistou para esta batalha.


FONTES CONSULTADAS
• VINE, Dicionário. Editora CPAD – 3ª Edição/2003
• COENEN, Lothar; BROWN, Colin. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento
• STRONG, Léxico de. – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
• Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã – Editora Vida Nova – Edição 2009
• RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia – Editora CPAD
• Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
• Bíblia Hebraica (Por David GORODOVITS e Jairo FRIDlIM) – Baseada no Hebraico e à luz do Talmud e das Fontes Judaicas – Editora SEFER, 1ª reedição, Rio de Janeiro/RJ, 2006.
• Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
• Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
• Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
• Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
• Bíblia de estudos Dake – Editora CPAD e Atos, Rio de Janeiro/RJ, edição 2009
• TÜNNERMANN, Rudi. As reformas de Neemias: a reconstruçao de Jerusalém e a reorganização de Judá. Editora Sinodal, São Paulo/SP, 2011
• COLLEY, Peter. Perseverança: a qualidade de um vencedor. Biblioteca 24 horas. São Paulo/SP, 1º Edição, 2011.
• PACKER, J. I. Neemias: Paixão Pela Fidelidade. Editora CPAD, Rio de Janeiro/RJ, 2010

Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br

terça-feira, 1 de novembro de 2011

CPAD - LIÇÃO 6 – NEEMIAS LIDERA UM GENUÍNO AVIVAMENTO

JOVENS E ADULTOS – CPAD
4º Trimestre 2011Tema: Neemias – Integridade e coragem em tempos de crise
Comentarista: Elinaldo Renovato


LIÇÃO 6 – NEEMIAS LIDERA UM GENUÍNO AVIVAMENTO


Texto Bíblico: Neemias 8.1-3,5,6,9,10.


Texto Áureo:
“E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação [...] E leu nela [...] desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e sábios; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei” (Ne 8.2,3 – ARC).


OBJETIVOSSaber que um genuíno avivamento só pode ocorrer a partir do estudo e da prática da Palavra de Deus.
Compreender que a Bíblia é a inerrante e infalível Palavra de Deus.
Conscientizar-se de que o genuíno avivamento ocorre quando há entendimento da Palavra de Deus.


INTRODUÇÃO
Avivamento (ainda que possa usar o termo - reavivamento) é movimento dentro do cristianismo, e/ou, protestantismo que enfatiza um retorno mais pleno a Deus. Movimento que impulsiona o ser humano em toda a sua natureza: emotiva, efetiva, intelectual e racional conduzindo-o a um viver mais espiritual. Tornando-o mais revigoroso, agindo com maior totalidade à chamada divina. Podemos dizer que é um renascimento da fé, da vocação. Um retorno ao principio, quando do encontro do ser com Deus.


Definição do vocábulo:
Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa:
Reavivamento
sm.
1. Ação ou resultado de reavivar, de fazer reviver:
[F.: reavivar + -mento.]

Vejamos a definição de avivar:
Avivar
v.
1. Tornar (-se) mais forte, mais ativo
2. Tornar (-se) mais vivo, ativo, animado ou visível.
3. Tornar (-se) mais vivo, alerta.
4. Trazer à mente, à memória.

Vemos neste relato do cap. 8, uma necessidade que sempre se repete na historia do povo de Deus – o reavivamento. Chega a ser surpreendente que apesar de tanto empenho, dedicação e perseverança demonstrado no trabalho de restauração dos muros, não tenha despertado a fé dos moradores de Judá. Porém isso nos mostra de forma inegável, que a Palavra de Deus é a única ferramenta usada pelo Espírito de Deus, não somente para a conversão, mas também para reavivar o ser humano


I. O POVO SE AJUNTOU NA PRAÇA PARA OUVIR A LEITURA DA LEI
Após haver concluído a restauração dos muros ao redor de Jerusalém, e o povo já estar devidamente instalados em suas residências, o povo reunir-se para ouvir a Palavra de Deus. Alguns estudiosos e historiadores sugerem que o cap. 8 de Neemias se encaixa na continuação da chegada de Esdras na Judéia, ou depois em Esdras cap. 10, se assim fosse o nome de Neemias nesta passagem seria uma adição posterior. Bem, debates à parte, o importante é que através do trabalho conjunto desses servos de Deus, o povo foi reavivado em sua fé.


1. Reunidos para ouvir a Lei
Todo o povo se reuniu na rua diante da Porta das Águas, e a Escritura Sagrada nos afirma que o povo se reuniu como um só, para fazer um pedido à liderança – que trouxessem e lessem o Livro da Lei de Moisés que o SENHOR Deus havia prescrito para a nação israelita. Que pedido maravilhoso!

Segundo o relato bíblico, Esdras estava sobre um estrado, uma plataforma de madeira, para que fosse visto por todos ali presentes (Ne 8.4) e ao seu lado se posicionaram treze sacerdotes (Matitias, e Sema, e Anaías, e Urias, e Hilquias, e Maaséias; e à sua mão esquerda, Pedaías, e Misael, e Malquias, e Hasum, e Hasbadana, e Zacarias, e Mesulão), e quando Esdras iniciou a leitura, todo o povo ficou em pé e levantando as maos aos céus dizera: Amém! Inclinado-se com os rostos em terra diante do SENHOR Deus de Israel.

É interessante ressaltar que não somente os sacerdotes se posicionaram, mas também os levitas (Jesua, e Bani, e Serebias, e Jamim, e Acube, e Sabetai, e Hodias, e Maaséias, e Quelita, e Azarias, e Jozabade, e Hanã, e Pelaías), explicavam a Lei para o povo de forma clara e distinta para que todos pudessem compreender a leitura.

Que diferença dos que atualmente se autodenominam de “levitas” que acham que seu oficio é somente cantar e/ou, tocar, e quando chega ao momento da pregação da Palavra de Deus saem para fora da igreja, para conversar, e/ou, enviar mensagens, ou acessar redes sociais da internet através de seus celulares, em pleno horário que deveria ser dedicado unicamente para cultuar a Deus. Não é de se admirar que cantem “músicas gospels” que nada têm da Palavra de Deus, pois esses tais “levitas”, não conhecem a Deus e muito menos a Sua Palavra.


II. O ENTENDIMENTO DA PALAVRA GEROU O AVIVAMENTO
Durante sete dias, seis horas por dia, Esdras leu o livro da Lei (Ne 8.3, 18). Essa leitura pública da instrução (Torah) de Deus trouxe um verdadeiro arrependimento ao povo, resultando em um grande e verdadeiro reavivamento espiritual, pois recompor o povo nos preceitos divinos é impossível sem a Sagradas Escrituras.
O reavivamento que se seguiu foi marcado por:
a. Humilhação – expressa no jejum, roupas de saco e pó em suas cabeças;
b. Exclusão das práticas pecaminosas adquiridas com os estrangeiros;
c. Confissão de pecados
d. Anseio pelo estudo da Palavra de Deus
Os itens acima se enquadram em todos os relatos de reavivamento, tanto nos relatos bíblicos como nos modernos.

Só o ensino genuíno da Palavra de Deus produz um verdadeiro avivamento no meio do povo de Deus. Todos os verdadeiros avivamentos na história de Israel, no seio da igreja e ao longo dos séculos, só tiveram resultados duradouros quando começaram e prosseguiram alicerçados na Palavra de Deus. Vejamos alguns exemplos do que produz um genuíno avivamento:
• O genuíno reavivamento produz uma mudança de vida. (Rm 8.15-17; Rm 11.1-2; 2 Co 5.14-17);
• O genuíno reavivamento ilumina a mente e a razão com a Palavra e com o Espírito. (Rm 11.1-2; 1Ts 5.23; 2 Pe 3.18; Ec 7.25; 1Co 2.14- 16; Pv 1.5, Pv 3.13, Pv 4.5, Pv 14.33, Pv 19.8; Ec 9.16-18; Cl 1.9; Tg 1.5, Tg 3.17);
• O genuíno reavivamento produz frutos do Espírito Santo. (G1 5.16-26; Ef 5.18);
• O genuíno reavivamento age no ser total (Jr 31.31-33; Ez 36.25-28; ITs 5.23);
• O genuíno reavivamento produz unidade cristã. (1 Co 12.4-7; At 4.32);
• O genuíno reavivamento tem a oração como elemento fundamental. (Rm 12.12; Cl 4.2; 1Tm 2.1-2);
• O genuíno reavivamento produz um autêntico quebrantamento. (1 Pe 5.6; Sl 51.112; Rm 5.1; Ef 2.16-18).


III. OS RESULTADOS DO GENUÍNO REAVIVAMENTO
O AT descreve diversos avivamentos que ocorreram no meio do povo de Deus, tais como: reinado de Asa (2 Cr 15. 1-15); no reinado de Joás (2 Rs 11 e 12); no reinado de Ezequias (2 Rs 18. 4-7); no reinado de Josias (2 Rs 22 e 23); nos dias de Esdras e Neemias (Ne 8.1-18; 9.1-38), além de outros. Todos eles ocorreram em momentos de crise moral e espiritual, e tiveram como resultado:
• Obediência aos mandamentos divinos (2 Rs 18.6; 2 Rs 22.2; 23.3; Ne 9.38);
• Retorno do culto ao Senhor (2 Cr 15.8; II Rs 23.21-23; Ne 8.13-18);
• Destruição dos ídolos (2 Cr 15.8; 2 Rs 18.4; 2 Rs 23.4-20);
• Arrependimento, confissão e abandono do pecado (2 Rs 22.11; Ne 9.1-3);
• Entrega de ofertas e holocaustos ao Senhor (2 Cr 15.11; 2 Rs 11.11; 22.4-7);
• Prosperidade espiritual (2 Rs 18.6; 23.25);
• Oração sincera (Ed 8.21-23),
• Busca à Palavra de Deus (Ed 7.10),
• O temor ao Senhor (Ed 10.1)
• Louvor agradável a Deus (Ed 3.10,11).


CONCLUSÃO
Vivemos tempos difíceis, em meio a uma sociedade corrompida e perversa. Nestes dias de densas trevas, urge que a Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo compreenda a posição que deve ocupar na terra – LUZ para iluminar e mostrar “O CAMINHO”.

Tenho ouvido muitas pessoas falarem acerca da necessidade de um reavivamento, porém os meios pelas quais querem utilizar para esse reavivamento, jamais o produzirá. Pois intentam fazer com louvorzão, encontros “animados” repleto de positivismo – “você é uma benção”; “Deus hoje está te dando vitória”, e etc., etc.

Temos visto no decorrer da lição de hoje que somente a pregação da genuína Palavra de Deus produzirá arrependimento e confissões de pecados. Não é um “positivismo patético afirmando que sou uma benção”. É eu reconhecer que preciso mudar de atitude, que preciso deixar as práticas pecaminosas: “o tramar contra meus irmãos” (fofoca); a exclusão (ignorar certas pessoas) que Deus ama e que Jesus morreu por elas. Enfim, deixar tudo o que sei (minha consciência me diz) que desagrada a Deus.

É lembrar que a maravilhosa graça divina me alcançou, me levou a cruz, e é através dela que prossigo no “CAMINHO”. Não é decretando isso ou aquilo que estou em Cristo, é vivendo no cotidiano a Sua Palavra. Deus é o mais interessado que a Igreja seja avivada, para que ocorram muitas conversões, milagres, curas, batismo com o Espírito Santo e manifestação dos dons espirituais. Por isso, busquemos, com todo fervor e devoção o genuíno avivamento, sabendo que o Senhor Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e eternamente (Hb 13.8). Avivamento, portanto, não é desvio, é volta. Avivamento não é sair da rota, é voltar para o caminho. Avivamento não é inovação, é restauração. Avivamento não é fuga da Bíblia, é volta para a Bíblia.


FONTES CONSULTADAS
• VINE, Dicionário. Editora CPAD – 3ª Edição/2003
• COENEN, Lothar; BROWN, Colin. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento
• STRONG, Léxico de. – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
• Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã – Editora Vida Nova – Edição 2009
• RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia – Editora CPAD
• Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
• Bíblia Hebraica (Por David GORODOVITS e Jairo FRIDlIM) – Baseada no Hebraico e à luz do Talmud e das Fontes Judaicas – Editora SEFER, 1ª reedição, Rio de Janeiro/RJ, 2006.
• Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
• Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
• Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
• Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
• Bíblia de estudos Dake – Editora CPAD e Atos, Rio de Janeiro/RJ, edição 2009
• TÜNNERMANN, Rudi. As reformas de Neemias: a reconstruçao de Jerusalém e a reorganização de Judá. Editora Sinodal, São Paulo/SP, 2011
• COLLEY, Peter. Perseverança: a qualidade de um vencedor. Biblioteca 24 horas. São Paulo/SP, 1º Edição, 2011.

Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br

O Governo da Igreja

Resenha do texto: O Governo da Igreja
Jaciara da Silva


Introdução
Os lideres da igreja precisam ter sempre em mente, que é Deus o legítimo e único governo dela. Precisam manter a meta por Ele estabelecida, ou seja, que a igreja é uma comunidade de serviço, e que todos os seus membros são discípulos (alunos), Daquele que veio para servir e não para Ser servido.

O Governo da Igreja
O texto “O Governo da Igreja”, o autor Carlos Caldas nos apresenta os modelos que as denominações adotam para administrar: Congregacional, Episcopal, Presbiteriano e Misto. Sendo uma instituição a Igreja precisa de um governo, precisa ser administrada, porém cada modelo de governo acima apresentado tem pontos favoráveis e pontos problemáticos.

O apóstolo Paulo ao despedir-se da Igreja de Éfeso, demonstrou grande preocupação com a o futuro da comunidade cristã, tendo em vista as características de certos obreiros locais, e advertiu a Igreja de que na sua ausência se introduziram no meio dela, e seriam como lobos devoradores destruindo as ovelhas do rebanho de Cristo.
“Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si.” (At. 20.29,30 - ARC).

O trabalho do pastor é vigiar (1 Pe. 5.8); admoestar (1 Ts 5.12); expor a Palavra para edificar (1 Tm. 4.6), ou seja, pastorear é guardar o rebanho dos perigos espirituais e mantê-lo alimentado de forma a desenvolver-lhe o crescimento e o amadurecimento espiritual.

Não importa a forma de modelo escolhida, sempre foi e continua sendo muito necessário que pastores com ministérios aprovados, experientes e com comunhão íntima com Deus, cuidem e alimente a Igreja, é lamentável não vermos isso com freqüência. O que vemos são lobos devoradores, que tiram a lã das ovelhas, não as abriga, nem as alimenta devidamente.

Esquecem-se que foram chamados para servir, e buscam poder. É uma politicagem desenfreada e sem escrúpulos por posição de liderança para agir ao seu bel prazer, trazendo destruição ao rebanho de Cristo, retrocesso ao reino de Deus entre a humanidade, e grande sofrimento aos servos fiéis que zelam por cumprir o “Ide” de Jesus.

Os autênticos líderes (pastores) da Igreja devem “gerar” filhos na fé, e com eles manterem a mesma relação de confiança, lealdade e colaboração que vemos entre Paulo e Timóteo; Paulo e Tito. O amor com que o apostolo Paulo zelava da Igreja, fazia com que ele preparasse obreiros para cuidar do rebanho. Infelizmente não vemos isso hoje, vemos lideres amantes de aduladores sem escrúpulos, como bem frisou Judas em sua epístola:
“Os tais são murmuradores, são descontentes, andando segundo as suas paixões. A sua boca vive propalando grandes arrogâncias; são aduladores dos outros, por motivos interesseiros.” (Jd. 1.16 - ARA).

E Judas continua exortando que tais, trarão destruição e divisão ao rebanho:
Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras anteriormente proferidas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo, os quais vos diziam: No último tempo, haverá escarnecedores, andando segundo as suas ímpias paixões. São estes os que promovem divisões, sensuais, que não têm o Espírito. (Jd. 1.17-19 - ARA).

Considerações finais
Não importa a forma escolhida para administrar a igreja, todas têm problemas, todas são passiveis de corrupção. A liderança eclesiástica deve ter sempre em mente que são servos, servos de Cristo e do rebanho a eles confiado. Ser servo e servir com alegria deve ser o alvo constante de cada líder, somente assim cumprirá com eficiência a função de ministro do evangelho de Cristo.

Referências bibliográficas

CALDAS, Carlos. Fundamentos da teologia da Igreja: O governo da Igreja. São Paulo; Editora Mundo Cristão, 2007, PP. 73-83.

MOUTINHO, Manuel da Silva. Ensino, Organização e Governo da Igreja. Portugal; Editora Letras d’Ouro, 2007.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

CPAD LIÇÃO 4 – COMO ENFRENTAR A OPOSIÇÃO Á OBRA DE DEUS

JOVENS E ADULTOS – CPAD
4º Trimestre de 2011
Tema:
Neemias – Integridade e coragem em tempos de crise
Comentarista: Elinaldo Renovato


LIÇÃO 4 – COMO ENFRENTAR A OPOSIÇÃO Á OBRA DE DEUS


Texto Bíblico: Neemias 3.1-3,6,13-15.


Texto Áureo:
“Porém nós oramos ao nosso Deus e pusemos uma guarda contra eles, de dia e de noite, por causa deles” (Ne 4.9 – ARC).


OBJETIVOS
• Identificar a oposição ferrenha dos adversários de Neemias.
• Compreender a importância da união do povo de Deus diante da oposição.
• Saber que a oração e a vigilância devem ser prioridades na vida cristã.


INTRODUÇÃO
Um líder sendo orientado por Deus, não teme oposição. Ele sabe que a peleja não é dele, mas de Deus.

I. OPOSIÇÃO FERRENHA
“Sambalate, o horonita, e Tobias, o oficial amonita, ficaram muito irritados quando viram que havia gente interessada no bem dos israelitas.” (Ne 2.10 – NVI).


I. 1. A ira dos adversários
“E os nossos inimigos diziam: Antes que descubram qualquer coisa ou nos vejam, estaremos bem ali no meio deles; vamos matá-los e acabar com o trabalho deles.”(Ne 4.11 – NVI).

Para reconstruir os muros Neemias sofreu ataques inimigos.
Ao longo do relato da construção, há referências à oposição da Obra pelos povos vizinhos.
• Os arábicos eram liderados por Gesém (Ne 2.19), segundo estudiosos, era líder da federação árabe de Cedar, cujo território se estendia até o sul da Transjordãnia e da Palestina
• Os amonitas eram liderados por Tobias (Ne 2.19).
• Os asdoditas (Filisteu) provavelmente foram incitado por Sambalate, que governava Samaria.

Eles não queriam deixar Jerusalém ficar forte e próspera, e fizeram tudo que foi possível para intimidar o povo e impedir a obra:
 Os ridicularizam (2.19)
 Escarneceram (4.1,2)
 Conspiração para atacar e criar confusão (4.7,8)
 Usaram opressão interna, fruto de suas próprias iniqüidades (5.1-5)
 Planejaram fazer mal a Neemias (6.1,2)
 Criaram distração (6.4)
 Espalharam difamações para instigar o medo (6.5-7)
 Desenvolveram plano interno para desacreditar o líder (6.10)
 Usaram relações secretas quando Tobias enviou cartas para assustar Neemias (6.18,19)

J. Stafford Wright comentando os relatos dos caps. 4 a 6.14 de Neemias, vê quatro maneiras como o povo de Deus é constantemente atacado
1. Com sarcasmo desencorajador (4.1-6)
2. Ataques que causam distração (6.4)
3. Desunião interna (5.1-19)
4. Falsas acusações (6.1-14)

Alguns estudiosos afirmam que Sambalate trouxe um exército de samaritanos a Jerusalém para zombar de Neemias e dos trabalhadores judeus. Apesar de todas essas armações dos inimigos, Neemias mantinha os olhos em Deus, e nós devemos fazer assim também.


II. INIMIGOS FORA E DESÂNIMO DENTRO
O termo para inimigos aqui, é o termo hebraico sar, que significa “causar dano”. A intenção de Sambalate, Tobias e Gesém eram causar grandes danos ao judeus.

Com tamanha oposição, era natural que o desanimo começasse a surgir no intimo do povo. Eram muitas insinuações, mentiras, zombarias. Diante das adversidades externas e internas, Neemias reagiu imediatamente:
• Com oração (4.9).
• Estando preparado para o ataque (4.9).
• Distribuiu o povo (4.13).
• Armou o povo (4.13).

Neemias colocou sua esperança em Deus, e essa certeza que irradiava de seu ser,através de mais atitudes do que palavras, convenciam os judeus a confiarem nele. Suas orações eram cotidianas, colocando diante de Deus suas preocupações, e pedindo auxilio, e Deus respondeu orientando-lhe em suas ações

Assim Neemias elaborou um plano:
• Metade trabalhava a outra metade vigiava (4.16).
• Os carregadores, uma mão com espada e a outra com a carga (4.17).
• Os edificadores traziam a espada na cinta (4.18).
• Todos estavam prontos (4.23).
• Vigiando (4.21).
• Não se descuidando (4.22-23). Ao que tudo indica muitos judeus não passavam as noites na cidade, mas voltavam para suas aldeias, e essa atitude além de tomar tempo precioso também fazia com que a cidade ficasse desprotegida à noite, e desta feita exposta aos ataques inimigos. Neemias então orienta o povo a ficar na cidade e trabalhar o dia e servir de guarda durante a noite.
• Sendo sábio (Ne 6.1-4).

São impressionantes as elaboradas defesas militares elaboradas pó Neemias, apesar de ter poucos recursos. Ao saber que os inimigos planejava ataques a cada região da cidade (4.11-12), Neemias colocou guardas armados em detrás do muro (4.13), nas partes mais baixa, onde não podiam ser vistos, para que pudessem neutralizar rapidamente o inimigo se tentasse escalar o muro.

Outros guardas aramados foram colocados sobre os muros, nos lugares mais altos, para que pudessem atrapalhar o inimigo jogando dardos e pedras. Também tomou o cuidado de coordenar as famílias, posicionando-as de forma a se ajudarem mutuamente, não somente suscitando um desejo maior de proteção mutua, como fortalecendo os laços fraternos e de comunhão.


CONCLUSÃO
Sejamos firmes! Neemias não confiava em sí mesmo, porém dizia: "O Deus do céu é quem nos dará bom êxito”.

A vontade de Deus é a nossa santificação, e de acordo com Pedro temos que adicionar à nossa fé a perseverança, não dê ouvidos ao inimigo, mas prossigamos fazendo a Obra de Deus , portanto, Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo, levantemos e edifiquemo-nos Naquele que nos chamou, e não desanimemos, pois há brechas a serem fechadas, e inimigos a serem vencidos.


FONTES CONSULTADAS
• VINE, Dicionário. Editora CPAD – 3ª Edição/2003
• STRONG, Léxico de. – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
• RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia – Editora CPAD
• Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
• Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
• Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
• Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
• Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
• Bíblia NVI. 9ª Edição. Editora Geográfica. São Paulo/SP, 2000.
• TÜNNERMANN, Rudi. As reformas de Neemias: a reconstruçao de Jerusalém e a reorganização de Judá. Editora Sinodal, São Paulo/SP, 2011
• COLLEY, Peter. Perseverança: a qualidade de um vencedor. Biblioteca 24 horas. São Paulo/SP, 1º Edição, 2011.
• BEACON. Comentário Bíblico Vl. 2. Editora CPAD, Rio de Janeiro/RJ, 1ª Edição, 2006.

Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

CPAD LIÇÃO 3 – APRENDENDO COM AS PORTAS DE JERUSALÉM

JOVENS E ADULTOS – CPAD
4º Trimestre 2011
Tema: Neemias – Integridade e coragem em tempos de crise
Comentarista: Elinaldo Renovato


LIÇÃO 3 – APRENDENDO COM AS PORTAS DE JERUSALÉM


Texto Bíblico: Neemias 3.1-3,6,13-15.


Texto Áureo:
“Assim, edificamos o muro, e todo o muro se cerrou até sua metade; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar” (Ne 4.6 – ARC)


Ao Mestre
Tendo em vista de que, na lição já está mencionando as portas de Jerusalém e seus significados, optei por apresentar-lhes por outro prisma. Partindo da leitura diária, iremos discorrer acerca da edificação espiritual do cristão.

Neemias 1.3,4 nos mostra quão grande impacto que a situação de Jerusalém causou neste servo de Deus: “E disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém, fendido, e as suas portas, queimadas a fogo. E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.”

Além da miséria e desprezo, havia muros fendidos, portas queimadas a fogo. Como bem disse o comentarista da lição: “Nessas condições, Jerusalém tornava-se presa fácil para os inimigos. A única solução era reerguer as portas e reconstruir os muros, apesar do desconforto da crise”.

Assim como Jerusalém, nossas vidas devem ser edificadas em Cristo, é a única forma de não sermos presa fácil ao inimigo de nossas almas.
O v.3: “... as suas portas, queimadas a fogo”, segundo Wilhelm Geseinus, Hebrãisches und aramãiches Handwõrterbuch über das Atle Testament, p. 661, a tradução literal seria “rasgadas” tal como carne humana. Nesse sentido, temos de fechar esses rasgos, edificando-nos, afim de que não sejamos achados em miséria espiritual e a mercê do inimigo.

Neemias teve consciência da situação, por isso a noticia teve grande impacto em sua vida, logo que a ouviu, ele assentou-se, chorou e lamentou. Muitos fazem isso, mas não basta lamentar, temos de tomar uma atitude. Primeiro Neemias esteve jejuando e orando perante o Deus dos céus e em seguida tomou a decisão de se levantar, ir e edificar o que estava fendido.
Façamos como Neemias, oremos diante do Deus dos céus, mas também “levantemos-nos e edifiquemos e não estejamos mais em opróbrio” (2.17).


INTRODUÇÃO
O vocábulo edificar (gr. oikodome) é usado para expressar o sentido de crescimento espiritual e desenvolvimento do caráter dos crentes através do ensino da Palavra, e do serviço fiel ao Mestre. Esse substantivo grego é usado figurativamente no Novo Testamento, no sentido de edificação, ou seja, da promoção de um crescimento espiritual que nos aproxima mais do caráter de Cristo.


I. JESUS EDIFICA A SUA IGREJA
“Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt 16.18 – ARC)

Neste texto, vemos que Jesus mais uma vez se afasta da multidão a fim de instruir os seus discípulos. Ele se encontrava em Cesaréia de Felipe (v. 13). Essa cidade havia sido construída por Felipe, filho de Herodes, o Grande e recebeu o nome de Cesaréia em honra ao imperador Tibério César. O antigo nome da cidade era Panéias, nome que sobrevive até aos dias atuais, como a moderna Banias.

Nas suas proximidades ainda existem penhascos que trazem as marcas do antigo culto ao deus Pan. Era um local muito apropriado para a confissão da divindade de Jesus aos seus discípulos. Seu ministério terreno havia chegado a um ponto crucial. O ministério público na Galiléia havia se encerrado e Sua jornada em direção ao Calvário logo seria iniciada. Jesus desejava compartilhar mais de Si com os discípulos, para que eles tivessem uma fé sólida em Sua missão como Messias a fim de que eles pudessem num futuro muito próximo levar adiante Seus ensinos, anunciando as Boas Novas de salvação.

É neste local de culto idólatra, que Jesus virando para os discípulos faz uma pergunta: “Quem dizem os homens ser o filho do homem?” (v.13), então Ele ouve dos discípulos várias respostas: João Batistas; Elias: Jeremias ou um dos profetas (v.14). Mas, o objetivo de Jesus ia além de uma pergunta e dessas respostas. Ele havia escolhido doze homens e passou três anos ensinando-lhes uma vocação – seguir a ELE. Estes discípulos presenciaram milagres, já haviam realizado uma jornada missionária, sempre estavam recebendo instrução particular, estavam mais que preparados para responder a indagação que Jesus faria a seguir:
“E vós, quem dizeis que eu sou?” (v.15). Em meio ao silencio dos demais, Pedro diz com convicção: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” (v.16)

Essa confissão de Pedro não somente reconhece Jesus Cristo como o Messias esperado, como também Sua natureza divina. Jesus após explicar que foi Deus Pai, Quem revelou a Pedro, faz uma declaração: “... sobre esta Pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (v.18)

A afirmação de Jesus é que Ele edificaria a sua Igreja e as portas do inferno não iriam prevalecer. A edificação da Igreja não cabe a homem algum, é um trabalho exclusivo do Senhor. Nessa edificação Ele necessita de pedras para sua edificação, assim como no Velho Testamento para edificar o Templo havia a necessidade de pedras, assim também hoje há necessidade de pedras, só que agora são pedras vivas, a Igreja é edificada com pessoas, resgatadas do “lamaçal”, e santificadas, ou seja, purificadas com a lavagem da água pela Palavra (Ef 5.26).

Jesus edifica a sua Igreja quando Ele trabalha nas pedras. Quando o Senhor Jesus Cristo foi crucificado, ali nos fomos formados conforme afirmação em 1 Pedro 2.4,5 e Isaias 51.1, de acordo com essa afirmação devemos olhar para a Rocha da qual fomos extraídos isso está de acordo com Hebreus 12.2, Jesus é a Rocha para a qual devemos fixar nossos olhos, pois somente NELE somos nova criação (2 Co. 5.17).

Quando as rochas são colocadas nos seus devidos lugares, a função delas como Templo é de oferecer sacrifícios espirituais. Se não estivermos com nossos olhos fixos em Cristo e não o deixarmos trabalhar em nossas vidas, não poderemos estar bem ajustado e consolidado, para efetuar o aumento como diz em Efésios 4.16, é impossível haver um trabalhar de cada parte, se essas partes não estão esculpidas, lapidadas. Deixemos o nosso escultor Jesus Cristo nos preparar para a edificação da Sua Igreja, lapidando-nos de forma a sermos pedras vivas com perfeito “encaixe” (comunhão uns com os outros) para edificação do edifício espiritual (2 Co 5.1; Ef 2.21).

II. O PRUDENTE EDIFICA SOBRE A ROCHA
“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.” (Mt 7.24,25)

No final do sermão do monte, no evangelho de Mateus, o Senhor termina com uma exposição clara sobre edificação, mas de uma edificação individual, ou seja, da nossa responsabilidade, pois se trata de "sua casa" (1 Pe 2.5).

No sermão o Senhor Jesus expôs as bases do cristianismo, porém seus ouvintes teriam de fazer mais do que apenas ouvi-LO. O Senhor Jesus cita dois tipos de homens e faz uma comparação em relação à construção de uma casa. Um homem é prudente e outro insensato; tanto um como outro têm uma mesma característica: o de ouvir. Mas o que diferencia um do outro é que a realidade do ouvir está em colocar em prática aquilo que ouviu. E o que revela a aptidão de cada um, é o local onde é edificada a casa; uma na rocha e outra na areia. A casa é a nossa vida. Se ela for construída ou edificada de qualquer forma, nunca teremos segurança e estabilidade na vida. Viveremos sempre preocupados, inseguros, intimidados, ansiosos, porque nossos valores estarão trocados, nosso coração estará apenas na dimensão terrena. Rocha significa firmeza, solidez, estabilidade, uma vida com bases e alicerces bíblicos e visão para o alto.

Nesta atitude prática, o Espírito Santo nos conduz a edificar a casa no lugar certo, ou seja, na rocha. Esta passagem somente é comentada novamente no evangelho de Lucas, o qual descreve alguns detalhes que podemos salientar:
 Aquele que vem
 Ouve as minhas palavras
 E as pratica

Edificar sobre a rocha, na época do ministério terreno de Jesus, não era tão fácil. Naquele tempo a humanidade não possuía recursos como britadeira ou dinamite. Cavar fundo na rocha resultaria em horas de trabalho árduo e provavelmente com uma talhadeira. Serviço que exigiria muita dedicação, determinação e perseverança.

Por essa razão que afirmo que uma vida “edificada na rocha” não se adquire através de um “relacionamento superficial” com Cristo, como muitos hoje dentro das igrejas mantêm. São crentes apenas no domingo à noite, para “louvar” e “receber e levar para casa a sua benção”.

Para ser edificado sobre a Rocha é necessário dedicação, determinação e perseverança diárias, para “cavarmos fundo e lançarmos os alicerces sobre a Rocha”. Spurgeon em um de seus escritos afirma: “Se formos fracos em nossa comunhão com Deus, seremos fracos em tudo”.

Dentro deste aspecto, o Senhor faz uma comparação. Nesta passagem é relatado que ir em direção a Ele, nos permite ouvir, mas não somente isso é suficiente, o resultado daquele que ouve está no fruto da sua reação, ou seja, colocar em prática, e com isso aprender a desfrutar e conhecer mais e mais a Cristo, nesse conhecimento crescente estaremos nos arraigando e sendo edificados NELE, como o apostolo Paulo escreveu aos colossenses:
“Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai Nele, arraigados e edificados Nele e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, crescendo em ação de graças” (Cl 2.6,7)


III. EDIFICADOS SOBRE CRISTO“Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus; edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor, no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito.” (Ef 2.19-22)

A epístola de Paulo aos Efésios nos traz grandes picos espirituais. Paulo ficou tempo suficiente em Éfeso para alicerçar os cristãos na Rocha. E neste texto em particular, o apóstolo lhes afirma que não são mais “estrangeiros” (gr. xenoi este termo grego denota visitantes estrangeiros sem direito na comunidade), nem “forasteiros” (gr. paroikoi, que denota residentes estrangeiros com direitos limitados e temporários turistas). Paulo enfatiza que todos os que mantêm uma relação com Deus na qualidade de ‘redimidos’, não são inferior aos judeus como povo peculiar de Javé, pois são “concidadãos dos Santos e da família de Deus” assim os cristãos compartilham de todos os direitos e privilégios do povo e família de Deus.

Segundo o cap. 2 de Éfesios, todos os que aceitam a Jesus como Salvador, possuem as seguintes características:
 Estão em Cristo (v.13)
 Estão perto de Deus através do sangue de Cristo (v.13)
 Estão em paz com Deus (v.14)
 Estão reconciliados com Deus (v.16)
 São parte da igreja, corpo de Cristo (vv.15,16)
 Estão aptos para ter acesso à presença de Deus (v.18)
 São concidadãos dos céus (v.19)
 Estão edificados sobre o verdadeiro fundamento – Cristo (v.20; 1 Co 3.11)
 São morada (habitação) de Deus (v.22)
Se prestarmos atenção notaremos, que todos os que passam por uma genuína conversão, estão inseridos nos verbos estar e ser.

Os vocábulos gregos oikos e oikis são frequentemente usados no sentido literal de “casa” (Mt 2.11; 7.24-27; 9.7; Mc 7.30) e no sentido simples e metafórico de “família” (Mt 13.57; Mc 6.4; Jo 6.4; 4.53; 1 Co 1.16; 16.15; 2 Tm 1.16; etc.). O escritor aos Hebreus também usa o mesmo termo para ‘casa’: “mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão-somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim.” (Hb 3.6 – ARC)

Paulo aos Efésios 2.19-22 mostra que as idéias que se contêm nos termos “casa de Deus” e “templo de Deus” naturalmente se complementam. Neste texto há nada menos que seis derivados de oikos (sem, porém, haver a própria palavra oikos) se empregam para descrever a realidade espiritual que deve haver entre os cristãos – a comunhão, a unidade.

Em várias passagens no N.T., os cristão são exortados a permitirem que sejam edificados como pedras espirituais para formarem uma casa espiritual [aikodomeõ] (1 Pe 2.4,5), afim de que possam apresentar sacrifícios espirituais para Deus como sacerdócio santo. É nesse prisma que os cristão são identificados como “casa de Deus”, Igreja do Deus vivo, pilar e baluarte da verdade (1 Tm 3.15)

Urge, portanto, a necessidade de nos edificarmos em Cristo.
O apóstolo Paulo em vários textos, usa termos que nos mostram que para tal posição é necessário um alicerce (1 Co 3.10-12; 2 Tm 2.19) firme – Cristo como pedra angular (At 4.11)


CONCLUSÃO
Aprendamos, portanto com a edificação dos muros e portas de Jerusalém. Devemos fechar as fendas, e não deixar as portas desguarnecidas, se não quisermos ser apanhados de surpresa pelo inimigo. Façamos agora uma reflexão: “Como está minha vida como casa e morada de Deus?”
Se o Espírito Santo te mostrar que “sua casa” está com os muros fendidos e as portas queimadas e rasgadas, faça como Neemias, lamente e chore prostrado em oração diante de Deus, levante-se e comece a edificar-se em Cristo, tendo em mente que edificar sobre a Rocha requer dedicação, determinação e perseverança diárias, para “cavarmos fundo e lançarmos os alicerces profundos”.

Lembre-se que o chamado de Neemias para servir a Deus é um acontecimento relatado como algo natural que acontece na vida de um servo (a) de Deus. Não há nada de “místico”, "esotérico” ou “extraordinário”. Ele estava no desenvolvimento de suas atividades quando Deus o chama para realizar uma grande obra. Ele não estava no Templo orando para que Deus lhe mostrasse a Sua vontade, não estava numa reunião de oração de muito "poder". Neemias estava na "cidadela de Susã desenvolvendo sua atividade profissional. Aqui, podemos estabelecer um paralelo, entre o chamado de Neemias, e o nosso próprio chamado.
Então levantemo-nos e edifiquemo-nos como edifício espiritual, morada de Deus, Igreja do Deus vivo, pilar e baluarte da verdade, antes que a trombeta soe e não haja tempo para fazer mais nada.


FONTES CONSULTADAS
• VINE, Dicionário. Editora CPAD – 3ª Edição/2003
• COENEN, Lothar; BROWN, Colin. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento
• STRONG, Léxico de. – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
• Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã – Editora Vida Nova – Edição 2009
• RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia – Editora CPAD
• Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
• Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
• Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
• Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
• Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
• Bíblia de estudos Dake – Editora CPAD e Atos, Rio de Janeiro/RJ, edição 2009
• TÜNNERMANN, Rudi. As reformas de Neemias: a reconstruçao de Jerusalém e a reorganização de Judá. Editora Sinodal, São Paulo/SP, 2011
• COLLEY, Peter. Perseverança: a qualidade de um vencedor. Biblioteca 24 horas. São Paulo/SP, 1º Edição, 2011.
• BEACON. Comentário Bíblico Vl. 6. Editora CPAD, Rio de Janeiro/RJ, 1ª Edição, 2006,
• BEACON. Comentário Bíblico Vl. 9. Editora CPAD, Rio de Janeiro/RJ, 1ª Edição, 2006.

Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

CPAD LIÇÃO 2 – LIDERANÇA EM TEMPOS DE CRISE

JOVENS E ADULTOS – CPAD
4º Trimestre 2011
Tema: Neemias – Integridade e coragem em tempos de crise
Comentarista: Elinaldo Renovato


LIÇÃO 2 – LIDERANÇA EM TEMPOS DE CRISE


Texto Bíblico: Neemias 2.11-18.


Texto Áureo:
“Então, lhes respondi e disse: O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos; mas vós não tendes parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém” (Ne 2.20 – ARC).


OBJETIVOS DA LIÇÃO
Descrever as principais características da liderança de Neemias.
Compreender os aspectos gerais da liderança de Neemias.
Saber que Neemias possuía um plano bem elaborado para reconstruir Jerusalém.


INTRODUÇÃO
Segundo o relato de alguns estudiosos, um copeiro que desempenhava o serviço a Artaxerxs I, tinha responsabilidades que iam além da alimentação. Como tinha acesso direto ao rei, os copeiros gozavam de sua total confiança de modo a tornarem-se até mesmo seus confidentes. E por essa razão o oficio de copeiro podia ser combinado com outras importantes funções como: chanceler, responsável pela administração, encaminhar e selecionar pessoas para audiências com o rei, etc.

Neemias com certeza não somente gozava da total confiança do rei Artaxerxes, como demonstra possuir capacidade nata para administração, pois ao lermos o cap. 2.1-10 vemos que ao empreender a viagem para Jerusalém, Neemias não somente formulou um pedido oficial de ajuda como apresentou um plano para a reconstrução, pois já levou autorização para passagem bem como que o guarda da floresta fornecesse madeira de construção para as portas da cidadela do templo, para as muralhas da cidade, e para a casa onde iria morar (v.8). como um bom administrador Neemias planejava e elaborava com precisão as tarefas a serem executadas.


I. AS CARACTERISTICAS DE LIDERANÇA DE NEEMIAS
Neemias orou pelo sucesso de seu empreendimento, não apenas pedindo forças para lidar os problemas, contudo o sucesso pelo qual ele orou, não incluía vantagem pessoal, posição ou aclamação publico (como muitos fazem) – ele pediu pela obra de Deus por isso teve vitória.

Quatro meses depois, já no início da primavera, Neemias teve sua oportunidade de agir. O rei Artaxerxes percebeu a tristeza de seu copeiro, e perguntou o motivo.(2.1,2) Neemias explicou a sua preocupação com o povo em Jerusalém. Quando o rei ofereceu ajuda, Neemias orou (2.4) a Deus e fez seus pedidos ao rei:

o Licença para ir a Jerusalém para reedificar a cidade,
o Cartas para assegurar sua passagem pelas províncias no caminho,
o Autorização para o uso de madeiras da floresta na construção.

Pela bondade de Deus, o rei deu tudo que Neemias pediu, e este partiu para Jerusalém.
Porém, a grande função ocupada por Neemias foi a de governador por um tempo limitado (2.6,9; 3.7).

I. 1. Desafios para a administração de Neemias
O líder precisa primeiro entender os problemas antes de propor as soluções.vejamos os problemas enfrentados por Neemias:

Contexto social
Havia injustiça e exploração entre os próprios judeus (Ne 5.1-13):
1. Crescia a desigualdade entre as famílias;
2. Aumentava o desejo de lucro pessoal;
3. A volúpia do lucro também contaminava os sacerdotes.
4. O cenário de Jerusalém era desolador: miséria, humilhação, muralhas em ruínas, portas incendiadas.

Contexto religioso
O povo está confuso. A Pérsia imprimiu um novo ritmo administrativo e cultural: os valores religiosos dos judeus estão sendo questionados. A prática comercial dos persas prejudica a reconstrução e formação sócio-cultural do povo judeu. Por outro lado, há um conflito entre o povo da terra (os que não foram para o exílio) e os exilados que retornaram da Babilônia. Por isso entre o povo, havia falta de identidade de fé:
1. Assimilação de outras práticas religiosas;
2. Dificuldades com os casamentos mistos;
3. Alianças por interesses econômicos;
4. Radicalismos na prática religiosa:

Havia grandes desafios a serem vencidos, afim de que o povo fosse novamente reorganizado como nação, mas Neemias sabia que Aquele que o chamou e o trouxe até ali, o capacitaria para terminar a obra, desde que ele não se esmorecesse.


II. É HORA DE RECONSTRUIR

II. 1. A Vistoria da Obra (2.11-16)
Neemias chegou em Jerusalém sem fanfarra, ou seja, sem alarde, sem pompas, e esperou três dias antes de começar o seu trabalho.

O compromisso de Neemias pode ser notado em dois níveis diferente:
a) o compromisso vertical (com Deus- 2.12-18a)
De um lado podemos observar o quanto Neemias valorizava os encontros secretos com Deus sem fazer alarde ou propaganda para chamar à atenção sobre sua espiritualidade, do outro lado, a clareza com que Neemias percebe sua relação com Deus como aquele que “estivera” sempre com ele V.18a.

b) O compromisso horizontal (com os outros - 2.1-3,10)
Por outro lado, esse compromisso com Deus só encontra sentido para Neemias, na medida que serve para ajudar seus irmãos e concidadãos. A tarefa de liderar não era apenas um ato de cidadania, mas, sobretudo, o resultado do seu encontro com o Deus que sempre está atento ao clamor do seu povo (1.11), para levantar alguém que o possa liderar.

Ele saiu de noite, levando poucos homens, sem anunciar o seu propósito. Naquela noite, Neemias percorreu a cidade de Jerusalém, fazendo vistoria das muralhas. Antes de dar alguma orientação ao povo, ele precisava entender a situação. Ele não falou nada a ninguém... foi pessoalmente olhar o que estava acontecendo – ao invés de criticar os que lá estavam, foi ver os problemas.

E então depois de colher cuidadosamente as informações, considerou a situação e somente então apresentou um estratégia realista e coerente com a situação. Sigamos o exemplo de Neemias – antes de esboçar algo sobre alguma questão que venham te dizer – verifique, sem comentários, sem disse-me-disse.
Os problemas não se resolveram com comentários ou tediosas reuniões, mas com oração, desprendimento, ação e perseverança diante de Deus.


II. 2. O Apelo ao Povo (2.17-18)
Depois de terminar sua vistoria, Neemias falou com o povo e fez seus apelos.
“Então, lhes disse: Bem vedes vós a miséria em que estamos, que Jerusalém está assolada e que as suas portas têm sido queimadas; vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém e não estejamos mais em opróbrio. Então, lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável, como também as palavras do rei, que ele me tinha dito. Então, disseram: Levantemo-nos e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para o bem.”

Ele falou sobre:
o O problema – a miséria do povo,
o A necessidade de agir para resolver o problema, e
o A dependência em Deus para alcançar a solução.

Para resolver qualquer problema espiritual, precisamos considerar as mesmas três coisas. A renovação espiritual frequentemente começa com a visão de uma pessoa. Deus levantou Neemias, e lhe dirigiu – ele compartilhou com entusiasmo e inspirou os lideres e o povo de Jerusalém a reconstruírem os muros.

Porque era tão importante reconstruir os muros? Resposta: Sem os muros não se havia separação dos inimigos, com os muros rachados a cidade estava sem proteção, os inimigos entravam e saiam a hora que queriam, seu paganismo, sua idolatria continuavam dentro dos muros de Jerusalém, Neemias então diz: “edifiquemos os muros e deixemos de ser vergonha.” (2.17).

Um líder deve ter clareza em suas palavras, ser transparente. Agindo assim com certeza terá resposta positiva aos apelos que fizer, pois seus liderados terão confiança em suas palavras.


CONCLUSÃO
O trabalho bem-sucedido no reino de Deus depende da nossa disposição e cooperação. Neemias não pretendeu fazer a obra sozinho. Precisou da cooperação do povo para edificar as muralhas. Os judeus se mostraram dispostos e começaram os seus preparativos para o trabalho de construção.

Hoje vivemos dias de grande individualismo dentro de nossas igrejas – onde cada qual quer fazer o que “acha” – oremos para que o SENHOR tire isso de nosso meio.
Como Igreja, somos um corpo – somos membros (órgãos) uns dos outros – e como tal não podemos viver para nós mesmo porque somos o Corpo de Cristo.
Não sejamos assim.



FONTES CONSULTADAS
•Revista Ensinador Cristão – Ano 12 – Nº 48 - 2011 – CPAD
•Dicionário VINE – Editora CPAD – 3ª Edição/2003
•Léxico de Strong – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
•Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã – Editora Vida Nova – Edição 2009
•Richards, Lawrence O. – Guia do Leitor da Bíblia – Editora CPAD
•Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
•Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
•Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
•Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
•Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
•Zuck , Roy B. - A Teologia do Antigo Testamento
•Tünnermann, Rudi – As reformas de Neemias: a reconstruçao de Jerusalém e a reorganização de Judá. Editora Sinodal, São Paulo/SP, 2011



Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

CPAD - LIÇÃO 13 – A PLENITUDE DO REINO DE DEUS

JOVENS E ADULTOS – CPAD
3º Trimestre 2011
Tema: A Missão Integral da Igreja – Porque o Reino de Deus está entre vós
Comentarista: Wagner Gaby


LIÇÃO 13 – A PLENITUDE DO REINO DE DEUS


Texto Bíblico: 2 Tm 3.14-17; Tt 2.1,7,10.


Texto Áureo: “Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará” (Is 11.1 – ARC).


OBJETIVOS DA LIÇÃO
•Compreender que a plenitude do Reino é a nossa bendita esperança.
•Saber que o Reino de Deus é uma sublime realidade.
•Conscientizar-se de que a efetivação do Reino se dará com a segunda vinda de Cristo.


INTRODUÇÃO
Na consumação de todas as coisas, Deus estabelecerá plenamente o seu Reino, onde estarão os salvos eternamente.

I. A PLENITUDE DO REINO
Nesta última lição do trimestre estudaremos sobre a plenitude do Reino de Deus na terra, que é uma esperança da Igreja. Embora Deus exerça o Seu poder e Sua soberania sobre tudo e sobre todos, podemos dizer que Seu reino aqui na terra ainda não está ocorrendo de maneira plena, pois, por causa do pecado e, principalmente, do livre arbítrio humano, nem todos se submetem ao seu senhorio. No entanto, no futuro, por ocasião da implantação do Reino Milenial, bem como no estado eterno e perfeito, após o Juízo Final, o Reino de Deus será universal e pleno.

Não há como negar que o pecado trouxe diversos prejuízos ao homem, principalmente o seu distanciamento do Criador. Quando Deus criou todas as coisas, viu tudo quanto tinha feito, e viu que era muito bom (Gn 1.31). Porém, a partir do capítulo três de Gênesis, quando o homem desobedeceu a Deus comendo do fruto que Ele havia proibido, a humanidade tornou-se destituída da glória de Deus (Rm 3.23). Mas Deus fez uma promessa afirmando que da semente da mulher, nasceria um que esmagaria a cabeça da serpente (Gn 3.15). Assim, no Antigo Testamento, os israelitas aguardavam a bendita promessa da Vinda do Messias, também chamado Cristo (Mq 5.2; Mt 2.4-6; Jo 4.25). Ao vir a este mundo, o Senhor Jesus pregou a mensagem de um Reino presente (Mt 4.17,23; 6.33; 7.21; 13.43-47; Lc 17.21), mas também falou acerca da esperança de um Reino futuro (Mt 8.11; 19.14,23,24; 25.34; 26.29; Mc 10.14; Lc 14.15; Jo 3.3,5), onde o pecado e a morte serão aniquilados (I Co 15.55,56) e os salvos desfrutarão da plenitude do Reino.


II. BÊNÇÃOS RESERVADAS PARA OS SALVOS NA PLENITUDE DO REINO
Seria impossível descrever todas as bênçãos futuras nesse Reino. Enumeramos apenas algumas:
1.Os que dormiram em Cristo, ressuscitarão (I Co 15.52); 2.6 Estaremos para sempre com o Senhor (I Ts 4.17);
2.Os salvos serão arrebatados (I Co 15.52; I Ts 4.13-18); 2.7. Habitaremos na Nova Jerusalém (Ap 21.2);02/07/11
3.Seremos semelhantes a Cristo (I Jo 3.1,2) 2.8. Haverá um novo céu e uma nova terra (Ap 21.1);
4.Teremos um corpo incorruptível (I Co 15.53); 2.9. Não haverá morte, nem pranto, nem dor (Ap 21.4);
5.Seremos galardoados por Cristo (Rm 14.10; 2 Co 5.10); 2.10. Estaremos livres de todo pecado (Ap 21.27; 22.15).


III. EVENTOS QUE OCORRERÃO NA PLENITUDE DO REINO
A plenitude do Reino de Deus dar-se-á após o rapto da igreja, por ocasião da primeira Fase da Segunda Vinda de Cristo. Vejamos, então, um breve resumo dos eventos escatológicos:

1.O Arrebatamento. A palavra “arrebatar” quer dizer “raptar”, “levar com ímpeto”, “arrancar”, “resgatar”, “tirar”. Para os crentes, significa o momento glorioso em que Jesus, levará a Sua Igreja para junto de Si. O arrebatamento dar-se-á "num abrir e fechar de olhos" (I Co 15.51,52), em dia e hora que não sabemos (Mt 24.44).

2.O Tribunal de Cristo. Ocorrerá nas regiões celestiais, por ocasião do arrebatamento, onde os salvos estarão presentes para a prestação de contas de suas obras, bem como para recebimento dos galardões (Rm 14.10; 2 Co 5.10).

3.As Bodas do Cordeiro. A expressão "Bodas do Cordeiro" define o encontro da noiva (a Igreja) com o seu noivo (Jesus), agora unidos para sempre. Será a celebração desse casamento, uma festa de grande alegria e glória (Ap 19.7).

4.A Grande Tribulação. Será o período de maior angústia da história da humanidade (Mt 24.22). Este período é denominado na Bíblia como o Dia do Senhor (Sf 1.14); o Dia de Angústia de Jacó (Jr 30.7), e Ira do Cordeiro (Ap 6.15-17). A Grande Tribulação terá início após o arrebatamento da Igreja. Logo, a Igreja de Cristo não estará na terra nesteperíodo (1 Ts 1.10; 5.9; Lc 21.35,36).

5.A Vinda de Jesus em Glória. Sete anos após o arrebatamento, o Senhor Jesus voltará visivelmente, na Segunda Fase da Sua Vinda (At 1.11; Mt 24.30) para ressuscitar os mártires da Grande Tribulação (Ap 13.15; 20.4); julgar as nações (Mt 25.31); prender Satanás (20.1,2) e implantar o Reino Milenial aqui na terra (Ap 20.3).

6.O Julgamento das Nações. O propósito deste julgamento será determinar quais as nações que terão parte no Milênio. Conforme Mt 25. 31-46, haverá três classes de nações nesse juízo: as nações ovelhas, que apoiarem a Israel; as nações bodes, são aquelas que perseguirem a Israel e adorarem ao Anticristo; e os irmãos, que são os israelitas (Mt 25.32,40). A base desse juízo é a maneria como essas nações tratarem a Israel no período da Grande Tribulação. As nações “bodes” serão lançadas no inferno (Mt 25.41,46). E, as nações “ovelhas” e os “irmãos” ingressarão no Milênio (Mt 25.34).

7.O Reino Milenial. O milênio é o maravilhoso reinado de Cristo na terra por mil anos (Ap 20.1-6). Jesus reinará sobre todas as nações. Seu reino será literal e universal, pois, todos os reinos do mundo estarão sob o senhorio de Cristo. Israel será uma bênção para o mundo (Is 26.7). Jerusalém será a sede do governo mundial (Is 2.3; 60.3; 66.2; Je 3.17).De Jerusalém sairão, tanto as diretrizes religiosas como as leis civis para o mundo. Neste período, a vida humana será prolongada como no princípio da história humana (Is 65.20,22; Zc 8.4). Haverá abundância de saúde para todos. Haverá muita fertilidade no gênero humano. Em Zc 8.5 diz que as praças da cidade se encherão de meninos e meninas, que nelas brincarão. Os óbitos serão reduzidos (Is 65.20). Haverá também mudanças no reino animal, e até a ferocidade deles será removida e eles não mais se atacarão ao homem e nem uns aos outros (Is 11.6-8; 65.25).

Durante o Milênio toda e qualquer oposição a Deus será neutralizada por Cristo (1 Co 15.24-26). Ele preparará a Terra para o estabelecimento do Reino Eterno de Cristo sob Deus, conforme a palavra divina em Lucas 1.32,33. A Forma de Governo, no milênio, será teocrática, isto é, Cristo reinará diretamente, através de seus representantes. A profecia inicial disto está em Gênesis 49.10. Outras referencias são Isaias 1.26 e Daniel 7.27. No Milênio, todos os reinos do mundo estarão sob o senhorio de Cristo. Cumprir-se-á em sua plenitude Filipenses 2.10,11: “Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai”. Nesse Dia conheceremos a letra e a música da “Canção dos Reis da Terra”, cujo relato e tema estão no Salmo 138.4,5. Todos os reis e chefes de estado, sem exceção, cantarão essa canção. O Salmo 72.8-19 descreve com mais detalhes as glórias desse reino universal e teocrático de Cristo.
Com o estabelecimento do Milênio findará aqui na Terra toda e qualquer supremacia e predominância de nações, com exceção de Israel: “O Senhor será rei sobre a Terra; naquele dia um só será o Senhor, e um só será o seu nome” (Zc 14.9).

A Igreja integrará a administração de Cristo (1 Co 6.2; Ap 2.26,27), todavia o Milênio será um reino proeminentemente judaico. Jesus reinará sobre Israel através de seus apóstolos, conforme sua promessa feita em Mateus 19.28, e reinará sobre os gentios certamente através da Igreja.. As passagens de Ezequiel 34.23,24; 37.24-25; Jeremias 30:9; Oséias 3:5 indicando que Davi reinará, certamente, apontam para o grande Filho de Davi, como é chamado nos evangelhos o Senhor Jesus (ver Isaias 16.5 e Lucas 1.32,33).


8.O Juízo Final. Nesta ocasião, ressuscitarão os ímpios falecidos de todas as épocas, bem como os justos que morrerem no Milênio (Mt 10.28; Ap 20.11-15). Os livros do céu serão abertos e os mortos serão julgados pelo que está escrito nos livros (Ap 20.11,12). Será decidido, então, o destino final dos homens: salvação ou condenação eterna.

9.O Estado Eterno. Tem início, então, a eternidade. A Santa cidade de Jerusalém celestial descerá do céu (Ap 21.2,10). A igreja, em estado de glória e felicidade eterna estará para sempre com o Senhor Jesus por toda a eternidade (Ap 21.3) e não haverá mais pranto, nem morte e nem dor (Ap 21.3-5).




CONCLUSÃO
Após o arrebatamento da Igreja, terá início uma série de eventos, onde os salvos desfrutarão não só da plenitude do Reino de Deus, mas também, de muitas outras bênçãos espirituais. O Reino de Deus vem à humanidade como dádiva a quem não pode, não merece ter – vem agora – e virá “porque grande é o vosso galardão no céu” Mt 5.1; Lc 6.23).

Para ter acesso à esse privilégio eterno, a igreja deve cumprir a missão integral: a missão cultural e a grande comissão. Para tanto é importantíssimo nos propormos a agirmos o mais depressa possível, com:
1. Uma pregação fiel da Palavra de Deus, sem experiencialismos subjetivos;
2. Uma ênfase maior na vida piedosa responsável;
3. A redescoberta e o exercício fiel dos dons espirituais;
4. A busca por uma vida controlada pelo Espírito Santo (em todas as áreas);
5. Uma maior abertura para a discussão das questões sociais que afligem a sociedade.

Superadas essas barreiras, ou menos iniciados esses passos, a Igreja estará pronta para um envolvimento social responsável. Seus membros poderão envolver-se em serviços sociais produtivos e também estarão aptos para uma Ação Social responsável, através de uma influência positiva nas estruturas, capaz de transformá-las em instituições mais justas. Isso vai desde a participação em conselhos escolares, associações de bairro, conselhos consultivos, programas sociais voluntários, até uma participação política efetiva e responsável. Assim a Igreja será verdadeiramente Sal e Luz neste mundo. Haverá o resgate de milhares de vidas para o reino de Deus. E estaremos prontos para estar eternamente com o SENHOR.


FONTES CONSULTADAS
•Revista Ensinador Cristão – Ano 12 – Nº 47 - 2011 – CPAD
•Dicionário VINE – Editora CPAD – 3ª Edição/2003
•Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa – Editora Objetiva – 3º Edição – Rio de Janeiro, 2009.
•Léxico de Strong – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
•Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã – Editora Vida Nova – Edição 2009
•Richards, Lawrence O. – Guia do Leitor da Bíblia – Editora CPAD
•Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald.
•Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
•Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
•Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
•Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
•Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
•Richards, Lawrence O. – Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento – Editora CPAD
•Grudem, Wayne – Teologia Sistemática Atual e Exaustiva – Editora Vida Nova – Edição 1999
•Kloppenburg, Carlos José – Basiléia, o Reino de Deus – Editora Loyola – São Paulo/SP – 1997.
•SHELLEY, Bruce L. - A Igreja: O Povo de Deus - Edições Vida Nova.



Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br