quinta-feira, 19 de agosto de 2010

IGREJA CONTEXTUALIZADA OU SECULARMENTE CONFORMADA?


Uma nova tendência que começa a chegar no Brasil. Trata-se de um movimento que, sob o pretexto de contextualização cultural, tem deformado alguns pontos importantes de nossa tradição bíblico-reformada. Para estas igrejas o importante é a mensagem cultural, não a mensagem bíblica. Algumas marcas são comuns a este movimento:

1. As igrejas não se chamam igrejas, mas "comunidades", pois, na visão do movimento, "igreja" é uma palavra que mais assusta do que atrai;
2. Não há púlpito. No lugar dele, uma mesinha com laptop e um banquinho para o pregador apoiar-se;
3. Os pregadores usam sempre roupa informal, nunca terno e gravata;
4. A decoração do salão de cultos é repleta de imagens, banners, ou cartazes com frases de efeito;
5. O sermão nunca é chamado desta forma, mas de "palestra" ou "conversa".

No livro "Com Vergonha do Evangelho", John F. MacArthur Jr. descreve bem este tipo de igreja:

"Quando Charles Spurgeon nos advertiu a respeito daqueles que 'gostariam de unir igreja e palco, baralho e oração, danças e ordenanças', foi menosprezado como um alarmista. Mas a profecia de Spurgeon se cumpriu diante de nossos olhos. As igrejas modernas são construídas assemelhando-se a teatros ('casas de divertimento', Spurgeon as chamou). Em lugar do púlpito, o enfoque está no palco. As igrejas estão contratando, em regime de tempo integral, especialistas em mídia, consultores de programação, diretores de cenas, professores de teatro, peritos em efeitos especiais e coreógrafos.

Tudo isso não passa da extensão natural de uma filosofia norteada por marketing seguida pelas igrejas. Se a igreja funciona apenas com o objetivo de promover um produto, é bom mesmo que seus líderes prestem atenção aos métodos da Avenida Madison. Afinal, a maior competição para a igreja é um mundo repleto de diversões seculares e uma gama de bens e serviços mundanos. Portanto, dizem os especialistas de marketing, jamais conquistaremos as pessoas até que desenvolvamos formas alternativas de entretenimento a fim de ganhar-lhes a atenção e a lealdade, desviando-as das ofertas do mundo. Desta forma, esse alvo estipula a natureza da campanha de marketing.

E o que há de errado nisso? Por um lado, a igreja não deveria mercadejar seu ministério, como sendo uma alternativa aos divertimentos seculares (1 Ts 3.2-6). Isto acaba corrompendo e barateando a verdadeira missão da igreja. Não somos apresentadores de carnaval, ou vendedores de carros usados, ou camelôs. Somos embaixadores de Cristo (2 Co 5.20). Conhecendo o temor do Senhor (v.11), motivados pelo amor a Cristo (v. 14), tendo sido completamente transformados por Ele (v. 17), imploramos aos pecadores que se reconciliem com Deus (v. 20).

Também, em lugar de confrontar o mundo com a verdade de Cristo, as mega igrejas norteadas por marketing estão promovendo com entusiasmo as piores técnicas da cultura secular. Alimentar o apetite das pessoas por entretenimento apenas agrava o problema das emoções insensatas, da apatia e do materialismo. Com toda franqueza, é difícil conceber uma filosofia de ministério mais contrária ao padrão que o Senhor nos confiou.

Proclamar e expor a Palavra, visando o amadurecimento e a santidade dos crentes deveria ser âmago do ministério de toda igreja. Se o mundo olha para a igreja e vê ali um centro de entretenimento, estamos transmitindo a mensagem errada. Se os cristãos enxergam a igreja como um salão de diversões, a igreja morrerá. Uma senhora, inconformada com sua igreja, que tinha abraçado todas essas excentricidades modernas, queixou-se recentemente: “Quando é que a igreja vai parar de tentar entreter os bodes e voltar a alimentar as ovelhas?”

Nas Escrituras, nada indica que a igreja deveria atrair as pessoas a virem a Cristo através do apresentar o Cristianismo como uma opção atrativa. Quanto ao evangelho, nada é opcional: “E não há salvação em nenhum outro; porque debaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12). Tampouco o evangelho tem o objetivo de ser atraente, no sentido do marketing moderno. Conforme já salientamos, freqüentemente a mensagem do evangelho é uma “pedra de tropeço e rocha de escândalo” (Rm 9.33; 1 Pe 2.8). O evangelho é perturbador, chocante, transtornador, confrontador, produz convicção de pecado e é ofensivo ao orgulho humano. Não há como “fazer marketing” do evangelho bíblico. Aqueles que procuram remover a ofensa, ao torná-lo entretenedor, inevitavelmente corrompem e obscurecem os pontos cruciais da mensagem. A igreja precisa reconhecer que sua missão nunca foi a de relações públicas ou de vendas; fomos chamados a um viver santo, a declarar a inadulterada verdade de Deus – de forma amorosa, mas sem comprometê-la – a um mundo que não crê."
(John MacArthur Jr, Com Vergonha do Evangelho: Quando a Igreja se torna como o mundo, Editora Fiel, pag. 78).

Fonte: wwww.resistenciaprotestante.blogspot.com

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A FÉ NÃO É CEGA!

O livro de Hebreus demonstra o único tipo de fé aceita pelo Senhor e que triunfará na pior das situações.

É uma fé que crê nas realidades espirituais, que leva a justiça, que busca a Deus, que crê na Sua bondade, que tem confiança na Sua palavra, que obedece aos Seus mandamentos, que vive segundo a ética de Deus e que pratica poderosos atos de justiça.

A fé não é cega, pelo contrário, a fé requer uma visão do mundo espiritual e das promessas do Senhor.

Não basta declarar cegamente ou religiosamente as escrituras, como se isso fizesse Deus, num passe de mágica, conceder o que você quer.

Há pessoas que repetem as palavras como amuleto e superstição – isso não é fé, é mantra, é confissão positiva.

Precisamos ver as situações e pessoas da maneira que Deus as vê.

A verdadeira fé requer uma visão da visão de Deus.

Provérbios 29:18 diz:

“Não havendo profecia (visão), o povo se corrompe.”

Se não sabemos a vontade de DEUS, se não conhecemos as promessas de DEUS, não moveremos a mão de Deus.

Quando concordamos com Deus e a Sua palavra, quando nos alinhamos a Sua vontade, então, fazemos com que Sua vontade seja feita aqui na terra.

O Senhor tem uma visão para cada circunstância ou pessoa, o inimigo quer destruir as pessoas, este é seu intento principal.

Quando enfrentamos certas situações podemos ter duas atitudes:

1- concordar com o inimigo de nossas almas através da descrença, da desobediência e permitir que seus planos se realizem

2- concordar com Palavra de Deus, obedece-LO e permitir que seus planos se cumpram.

Obtemos a visão de DEUS quando O buscamos.

Temos que busca-LO, devemos buscar o Senhor não de maneira carnal e manipuladora. Buscar Sua visão é ir diante dEle pedindo discernimento do mundo espiritual com relação a situações ou pessoas.

Buscar no Senhor o invisível e não o que se vê com os olhos naturais.

Se não há fé suficiente para acreditarmos no Senhor e na visão que Ele nos dá , temos que recorrer a Sua Palavra , porque ela renova a nossa mente.

Romanos 12:2- “Não vos conformeis com este mundo mas transformai-vos pela renovação da vossa mente.”

Temos que nos acostumar com o espiritual, com o que Deus diz que é e não com o natural.

O mundo espiritual é mais real e forte do que o natural, é ele que determina a realidade que vemos, daí a importância de sermos “espirituais”, ou seja, de aprendermos a conhecer a vontade do PAI e discernir as armadilhas do mal.

João 15:7 _ “Se permanecerdes em mim e minha Palavra em vós, pedireis o que quiserdes e vos será feito”.

1João 5:14-15 _ “E esta é a confiança que temos para com Ele: se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade, Ele nos ouve.”

Esta é a chave para caminharmos em fé naquilo que Deus prometeu – viver em CRISTO e pedir segundo a vontade do PAI.

Que Deus abençoe a todos.


Fonte: http://www.webservos.com.br/

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Judeus ultraortodoxos são maioria em bairro de Israel


Judeu ultraortodoxo joga sacola no fogo durante preparação para a Páscoa judaica em Ashdod, em Israel

Não muito longe da agitação comercial do centro de Jerusalém fica o bairro tranquilo de Mea Shearim. Lar de vários milhares de membros da comunidade ultraortodoxa de Israel, suas ruas e pátios oferecem uma viagem comovente de volta aos centros da vida judaica na Europa Oriental do século 19.

Desafiando o calor do Oriente Médio, os homens ainda usam os mantos pretos longos e chapéus de pele de seus antepassados. Praticantes rigorosos, eles tendem a evitar os locais de trabalho seculares, dedicando suas vidas aos estudos religiosos e orações. O iídiche continua sendo amplamente falado. Televisão, Internet, minissaias e música pop –tudo isso é mantido à distância por um código moral rigoroso que rejeita os valores e aparelhos da sociedade moderna.

A maioria dos visitantes perambula por essas ruas para explorar um estilo de vida
que a geração de fundadores do país esperava de forma confiante que desapareceria com o tempo. Mas de muitas formas o bairro oferece uma janela para o futuro. Longe de cederem à corrente predominante secular, os ultraortodoxos, ou haredim, formam o segmento que mais cresce da população. A comunidade não apenas preservou o seu modo de vida, mas também está em ascensão, tanto demográfica quanto politicamente – um processo que tem provocado desconforto entre muitos israelenses e alertas de um grupo de economistas e autores de políticas que cada vez se manifesta mais fortemente.
Eles apontam que Israel está enfrentando uma mudança demográfica drástica que terá um profundo impacto sobre sua capacidade de sustentar o crescimento econômico e manter as finanças públicas em equilíbrio, enfraquecendo sua capacidade de lidar com as ameaças de segurança na região.


O problema, resumindo, é que os dois grupos que mais crescem –os haredim e a minoria árabe de Israel– são também os mais pobres, menos produtivos e menos escolarizados. Ambos incluem um número desproporcionalmente grande de pessoas que não trabalham e dependem do bem-estar social. O problema é particularmente agudo entre os homens ultraortodoxos, 65% dos quais não participam da força de trabalho, e entre as mulheres palestinas israelenses, 76% das quais estão fora da força de trabalho.

Apesar de diferirem de inúmeras formas, não outra importante característica compartilhada pelas comunidades ultraortodoxa e palestina israelense: diferente da maioria dos judeus israelenses, a grande maioria deles não serve no exército. Isso aprofunda a divisão, não apenas ideológica, entre a corrente principal da sociedade e as duas minorias.

Entre os haredim, há um grupo de linhas-duras que rejeita abertamente o Estado de Israel, que eles consideram como um sendo uma abominação religiosa. A comunidade árabe, por sua vez, enfrenta cada vez mais a retórica hostil dos membros da extrema-direita do governo, que questionam sua lealdade. Um número crescente se sente alienado em uma nação que se define, acima de tudo, como judaica. Isto significa que ambas as minorias, por razões diferentes, demonstram menos entusiasmo por Israel do que o cidadão comum. Em outras palavras, a ascensão deles provavelmente afetará a política do país tanto quanto sua economia.

De acordo com o professor Sergio DellaPergola, da Universidade Hebraica de Jerusalém, a mulher ultraortodoxa comum não tem menos do que seis filhos, enquanto as mulheres palestinas israelenses tendem a criar entre três e quatro cada. A taxa de natalidade na comunidade árabe vem caindo, mas continua bem acima da média nacional. O crescimento da população haredi, no entanto, não mostra nenhum sinal de desaceleração.

A minoria árabe já representa 21% da população, com a estimativa de que os haredim representem de 8% a 10%. Mas seu percentual combinado certamente crescerá dramaticamente. Analistas dizem que a melhor maneira de ilustrar o seu potencial demográfico é olhar para a educação. De acordo com um estudo recente do Centro Taub para Estudos de Política Social, em Jerusalém, quase um entre dois alunos do ensino primário estuda em uma escola árabe israelense ou ultraortodoxa. O professor Dan Ben-David, diretor do Centro Taub, argumenta que a simples extrapolação desta tendência para o futuro mostra ser cheia de problemas, mas mesmo assim exibe resultados notáveis.

O relatório do Centro Taub aponta: “Se as mudanças da última década continuarem, então, em 2040, o número de alunos ultraortodoxos e árabes israelenses representará 78% de todos os alunos nas escolas primárias de Israel”.
Mesmo se esse cenário nunca vier a acontecer, os economistas como o professor Ben-David argumentam que a mudança demográfica está começando a representar um “perigo existencial” ao Estado. Ele adverte que a proporção de israelenses que mais contribuem para o Estado em termos financeiros, econômico e militares está encolhendo. “Estas são as pessoas que defendem Israel. Estas são as pessoas que pagam impostos. Estas são as pessoas que são médicos e engenheiros. Quem vai fazer isso daqui 30 anos?”
Por ora, o crescimento econômico permanece forte. O setor de alta tecnologia é invejado por muitos países desenvolvidos, as instituições de pesquisa são admiradas e os israelenses produzem um número impressionante de patentes e inovações. Além disso, nem todos os analistas estão convencidos de que existe uma profunda ameaça demográfica. O prof. DellaPergola argumenta, por exemplo, que “a sociedade israelense é muito mais flexível” do que muitos acreditam. Ambas as minorias, ele acrescenta, podem e no final serão integradas à corrente principal social e econômica.

Até agora, porém, há apenas evidência modesta disso. E o tempo está se esgotando, diz Yuval Steinitz, o ministro das Finanças: “A economia pode continuar crescendo ao longo dos próximos dois, três ou cinco anos se não lidarmos com a incorporação dos haredim e árabes (...) no mercado de trabalho”, ele disse em uma recente conferência. “Mas sem uma mudança agora, dentro de 10 anos a situação será uma catástrofe.”
Outros compartilham sua preocupação. O prof. Omer Moav, do Royal Holloway College de Londres e da Universidade Hebraica, diz: “Isso representa a mais grave ameaça para a existência do Estado de Israel a longo prazo. Mas não é uma ameaça atual como (a perspectiva de) uma bomba nuclear iraniana. É por isso que os políticos estão tão relutantes em fazer algo a respeito”.

Avishay Braverman, o ministro das Minorias, diz que o país está dividido em “duas populações”" –separadas por renda, educação e grau de integração na força de trabalho. “Se conseguíssemos fazer os árabes e ultraortodoxos trabalharem, então nosso potencial seria enorme. Eu acredito que pode ser feito, mas requer políticas diferentes e uma visão diferente. Mas se nós não mudarmos isso, nosso futuro econômico será problemático e o futuro do nosso país será problemático”, ele diz.

Um desafio demográfico diferente há muito preocupa os líderes do país. Segundo a maioria das previsões, o número de palestinos que vivem na Cisjordânia ocupada, na Faixa de Gaza - os dois territórios palestinos– e no próprio Israel ao longo da próxima década ultrapassará o número de judeus israelenses que vivem nessas áreas. Isto, por sua vez, deixa os políticos com uma escolha difícil: permitir a criação de um Estado palestino, o que exigiria a remoção de muitos, se não da maioria dos assentamentos judeus na Cisjordânia, ou aceitar o surgimento gradual de Estado bi-nacional com uma maioria árabe palestina.

A mudança no equilíbrio entre as populações que está ocorrendo entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo persuadiu até mesmo ex-falcões a aceitarem a necessidade de uma solução de dois Estados. Um avanço diplomático pode parecer improvável por ora – mas pelo menos os líderes israelenses sabem que há uma resposta óbvia para o desafio representado pelo rápido crescimento da população palestina em Gaza e na Cisjordânia. Uma solução clara para a mudança demográfica no interior de Israel, no entanto, ainda não foi encontrada.

Os autores de políticas só recentemente começaram a lidar com o questão de como integrar os haredim e os palestinos israelenses ao mercado de trabalho. O ministério de Braverman, por exemplo, prometeu neste ano investir 800 milhões de shekels (US$ 213 milhões) em projetos destinados a promover o emprego e a educação entre a população árabe.

Ele reconhece que o seu fraco desempenho econômico se deve em parte à discriminação, afirmando que “nós não fizemos nossa parte justa no governo”. Estudos mostram que realmente as comunidades árabes de Israel recebem bem menos recursos públicos do que as áreas predominantemente judaicas e enfrentam discriminação em muitas partes da economia, incluindo o setor público.

“A situação com os árabes israelenses é mais fácil de resolver. Os principais problemas com os árabes são a educação e a discriminação”, diz o prof. Ben-David, acrescentando que ambas as questões são –pelo menos em teoria– corrigíveis.
Integrar os haredim na economia, entretanto, é complicado por dois fatores que os analistas dizem ser muito mais difíceis de lidar. Um deles é a natureza da sociedade ultraortodoxa, que valoriza os estudos da Torá e a observância rígida dos deveres religiosos muito mais do que um emprego bem-remunerado e conforto material. Assim, a pobreza e a exclusão social sofrida pelos haredim em Israel são, até certo grau, um produto de sua escolha.

No entanto, nem todas as comunidades ultraortodoxas optaram por viver em relativa miséria. Como Braverman aponta, um percentual muito maior de judeus ultraortodoxos trabalha em lugares como Nova York e Londres do que em Israel.
A diferença entre os hábitos de trabalho das comunidades haredim israelenses e no exterior tem muitas causas, mas o sistema de bem-estar social é claramente um fator central. Muitas famílias ultraortodoxas em Israel há muito tempo conseguem se sustentar com a ajuda do governo. Elas se beneficiam, em particular, com um sistema relativamente generoso de apoio à criança e subsídios para estudantes religiosos.

Combinados com alguma renda do trabalho feminino e ocasionais doações de caridade, essas transferências asseguram um modo de vida extremamente modesto – mas eles podem e permitem que uma família sobreviva.
Os cidadãos seculares há muito olham para esses benefícios com desprezo e os políticos frequentemente prometem eliminá-los. Até o momento, entretanto, todas as tentativas para forçar os ultraortodoxos a ingressarem no mercado de trabalho fracassaram, em consequência do segundo fator que diferencia os haredim: a influência política.
É quase uma lei da política israelense que governos de coalizão acabem dependendo dos votos e de pelo menos um dos principais partidos ultraortodoxos, o Shas e o Judaísmo Unido da Torá. Os dois grupos fazem parte do atual governo e contam com 16 das 120 cadeiras do Knesset.

Como no passado, o apoio deles tem um preço: não apenas os legisladores e ministros haredim estão determinados a defender o regime de bem-estar social, mas eles também trabalham arduamente para manter as verbas públicas para as escolas ultraortodoxas, que se concentram fortemente no ensino religioso, em detrimento de matérias “seculares” como línguas e matemática.

Ao longo dos anos, seus esforços têm sido extremamente bem-sucedidos: os pagamentos do bem-estar social per capita mais que quintuplicaram desde 1970, superando em muito o crescimento do produto nacional. O investimento público em áreas como educação e infraestrutura, em comparação, tem ficado para trás nas últimas décadas, criando preocupação adicional com o crescimento futuro.
Os analistas concordam que as mudanças demográficas exigem uma política ousada e a maioria argumenta que a mudança é necessária o mais cedo possível. Como diz o prof. Ben-David: “Há um ponto sem retorno e quando nós o atravessarmos, não será mais possível mudar as coisas democraticamente – talvez nem mesmo seja possível mudá-las”.


Tradução: George El Khouri Andolfato

Fonte: http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/fintimes/2010/08/05/judeus-ultraortodoxos-sao-maioria-em-bairro-de-israel.jhtm

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Mulheres à sombra da Cruz
Barry Hudson

Nós, pregadores, tentamos impressionar tanto os nossos ouvintes com verdades transformadoras, que às vezes exageramos. Acho que isso ocorre quando dizemos que Jesus morreu sozinho na cruz. Sim, ele foi abandonado por aqueles judeus materialistas, inconstantes, por seus apóstolos e até mesmo pelo Pai, quando tomou sobre si as nossas iniqüidades, mas Jesus não estava completamente só.
Na cena comovente da cruz, vemos as mulheres fiéis na vida de Jesus. Na verdade, três dos evangelhos contam que essas mulheres se achavam à distância, contemplando o que se passava na cruz; mas João 19:25 diz que elas se encontravam próximas à cruz.
Essas mulheres galiléias eram caras amigas de Jesus. Elas o ajudavam como podiam (Lucas 8:3; Marcos 15:41). A compaixão, o amor e a dedicação delas por Jesus em seu ministério e agora em sua morte devem ter incentivado muito a Jesus em meio à crueldade, ao ridículo e à descrença. Salomé, mãe de Tiago e de João, encontrava-se na cruz. Se tivéssemos estado lá, poderíamos ter abandonado Jesus por causa do amargor e do ressentimento. Em Mateus 20:20, ela pediu que Jesus desse lugares de destaque aos filhos dela no reino. Jesus ensinou a ela e a seus filhos como estavam errados em sua ambição.

Salomé a mulher que Jesus recusou seu pedido quanto à seus filhos se assentarem à sua direita e esquerda; ainda assim, lá estava, junto a cruz sempre dedicada a Jesus, mesmo sem conseguir o que queria. E com isto com certeza ela aprendeu, estava vendo a cena da cruz. Ela estava vendo Jesus numa cruz e não num trono. Talvez ela tenha sentido vergonha de si mesma pelo pedido egoísta e sem entendimento da natureza do reino de Jesus. Muitos desistem de Jesus quando não vêem preenchidos os seus desejos, mas Salomé nos ensina a confiar no Salvador apesar de não entendermos (no presente momento) seus designos.

Maria Madalena estava lá. Ela já tinha conhecido a desgraça de ser possuída por sete demônios, mas, depois que Jesus os expulsou, Maria era uma nova mulher. O amor dele a havia resgatado, e o amor constante dela por ele jamais se esvaneceu. Mesmo na cruz, quando as pessoas diziam que ele tinha fracassado e era um blasfemador, ela continuou a amá-lo, segundo mostra o seu retorno ao túmulo no dia em que Jesus ressuscitou dos mortos. Não é maravilhoso que a primeira a ver o Cristo ressuscitado tenha sido essa discípula dedicada? Da mesma forma, se permanecermos fiéis ao Senhor, o veremos em toda a sua glória (2 Tessalonicenses 1:10).

Depois vem Maria, sua mãe. Situada sob a cruz, é possível que ela tenha pensado naquele dia em que se achava no templo, uma mãe ainda jovem. Ela e José estavam levando o menininho para ser apresentado ao Senhor. Um velho saiu da multidão e profetizou que aquele recém-nascido seria um Líder de homens, um Rei das nações. Depois disse a Maria diretamente: "Também uma espada traspassará a tua própria alma". Na cruz, cumpriu-se a profecia.

A espada feriu a alma dela quando pensou nas três últimas décadas que se haviam passado. Ela tinha sido a primeira a dar um beijo terno em sua testa, mas agora essa testa estava coroada de espinhos. Ela tinha segurado as mãozinhas quando ele deu os primeiros passinhos, mas agora essas mãos estavam pregadas numa cruz. Ela tinha guiado aqueles pezinhos no caminho correto, mas agora estavam cravados num madeiro.
Ela deve ter lembrado como ele deixou perplexos os mestres de Jerusalém com o seu conhecimento, e deve ter recordado quando ele lhe disse: "Me cumpria estar na casa de meu Pai" (Lucas 2:49). Ali começava a separação. (Pais, como essa separação dói, não é?) Maria sabia que tudo seria diferente no futuro. Nem sempre entendia, mas guardava a informação no coração e a considerava. Na cruz, o quebra-cabeça começa a fazer sentido e lhe traspassou a sua alma.

Jesus foi crucificado abertamente, diante de todos e de modo vergonhoso. E ali ficou Maria, sentindo a espada atravessar-lhe a alma. Ela viu Jesus lutar para conseguir fôlego, e depois não mais respirou. Se pudéssemos entrar no coração desta mãe e visualizar essa cena no Calvário, sobretudo esses momentos finais, o sacrifício de Jesus seria mais real para nós.

Impressiona-me o fato de Maria permanecer calada. Se havia alguém que soubesse realmente a verdade, teria sido a mãe. O silêncio dela é um testemunho eloqüente de que Jesus é Deus, o Filho que veio em forma humana. Ela permaneceu diante da cruz sem se envergonhar e o amou até o fim. Como foi triste o momento em que Jesus provê um filho para Maria! Mas Maria e João se completavam, porque na morte de Jesus estavam perdendo mais que os outros. Maria perdia um filho, e João perdia seu Mestre, que o amava mais que aos restantes. Nem Maria nem João o teriam de novo da forma em que uma vez o haviam conhecido, num relacionamento terno e amoroso. Jesus entendia o seu amor mútuo por ele e, ao morrer, entregou um ao outro.

Jamais subestimemos a importância dessas mulheres. Outros fugiram, mas essas discípulas dedicadas arriscaram tudo para consolar a Jesus em sua angústia. Não teria sido fácil presenciar a agonia, a vergonha e a indignidade de sua morte. Ficaram firmes lá, no entanto. Uma coisa é ficar ao lado de Jesus em seus momentos de alegria e de vitória, no dia de seu poder, quando curou enfermidades, expulsou demônios e ressuscitou mortos. Porém, outra coisa é ficar a seu lado na cruz, quando o céu parecia fechado para os seus clamores e o diabo parecia tão vitorioso. Mas essas mulheres se mantiveram inabaláveis. Nada podia vencer o amor e a compaixão que sentiam pelo Salvador. Que sempre sejamos tão dedicados e firmes em nosso compromisso para com o Senhor quanto o foram essas mulheres.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

QUE É UM EVANGÉLICO?
Michael Horton

Os rótulos geralmente são confusos, especialmente quando o conteúdo da embalagem muda. Suco de uva pode virar vinagre com o passar dos anos na adega, porém o rótulo não muda junto com as mudanças na substância. O mesmo vale para o termo evangélico".

Desde o "Ano do Evangélico", correspondente ao bicentenário de nossa nação (no caso os EUA) em 1976, o termo - pelo menos na América do Norte - veio a identificar aqueles que salientam um determinada marca da política, uma abordagem moralista e freqüentemente legalista da vida, e certo tipo de imitação, "cafona" de estilo de evangelismo. Para alguns o termo compreende o emocionalismo que eles vêem na televisão religiosa. Para outros, hipocrisia e justiça própria. E aí há as memórias que muitos de nós, que fomos criados como evangélicos, temos: ambientes familiares fortes e cuidadosos; um senso de pertencer a um mesmo lugar, com os amigos que gostam de conversar das "coisas do Senhor".

Independente do seu passado, é importante entender o significado do termo "evangélico".

As pessoas só começaram a usar o rótulo no século XVI, designando aqueles que abraçaram o Evangelho que havia - num sentido bem real - sido recuperado pela Reforma Protestante naquele século. "Evangélico" vem de "evangel", que é o termo grego para "evangelho". Deste modo, os "evangélicos" eram luteranos e calvinistas que queriam recuperar o evangel e proclamá-lo dos altos dos telhados. Era uma designação empregada para colocar os Protestantes num agudo contraste com os Católicos Romanos e "seitas". Mas para entender por que estes Protestantes pensavam que eram realmente aqueles que recuperaram o verdadeiro e bíblico Evangelho, temos que entender o que era aquele evangelho.



O "Evangel"

A Reforma era uma coleção de "solas" - esta é a palavra latina para "somente". Eles vibravam ao dizer "Sola Scriptura!", significando, "Somente as Escrituras". A Bíblia era a "única regra para fé e prática" (Westminster) para os reformadores. Você vê que a igreja acreditava que a Bíblia era totalmente inspirada e infalível, mas a igreja era o único intérprete infalível da Bíblia. Os Reformadores acreditavam que a Tradição era importante e que os Cristãos não a deveriam interpretar por eles mesmos, mas que todos os cristãos sejam clérigos ou leigos, deveriam chegar a um comum entendimento e interpretação das Escrituras juntos. A Bíblia não deveria ser exclusivamente deixada aos "espertos", mas isso nunca significou para os Reformadores que cada cristão deveria presumir que ele ou ela pudessem chegar a interpretações da Bíblia sem a orientação e assistência da Igreja.

O principal ponto de "Sola Scriptura" então, era este: Não deveria ser permitido à Igreja fazer regras ou doutrinas fora das Escrituras. Não existem novas revelações, nem papas que ouvem diretamente a voz de Deus, e nada que a Bíblia não apresente deveria ser ordenado aos cristãos.

O segundo "sola" era "Solo Christus", "Somente Cristo". Isto não queria dizer que os Reformadores não criam na Trindade - pois o Pai e o Espírito Santo eram igualmente divinos, mas que Cristo, sendo o "Deus-Homem" e nosso único Mediador, é o "Homem de frente" para a Trindade. "Aquele que me vê a Mim, vê ao Pai que me enviou", disse Jesus. Num tempo em que meros seres humanos estão tomando o lugar de Cristo como Mediador entre Deus e cristãos, os reformadores proclamaram juntamente com Paulo: "Há somente um Deus e um Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem" (1 Tim. 2: 5). Eu cresci em igrejas onde tínhamos "apelos ao altar" e esta pode ser a coisa mais próxima que nós cristãos modernos temos do "chamado ao altar" medieval, a missa. Em nossas igrejas, o pastor atuaria como mediador, vendo nossa mão levantada "enquanto cada cabeça está baixa e cada olho fechado", e nós iríamos para a frente onde ele estava, o chamado "altar" e repetiríamos uma oração após ele. Então ele afirmaria que, tendo "feito a oração", nós agora estaríamos salvos. Eu me lembro de ter sido "salvo" novamente, e novamente. Quando me senti culpado após uma particular e desagradável noite de sábado, lá ia eu novamente ao altar. Cristãos medievais estavam sempre apavorados até a morte, por ver que poderiam morrer com pecados não confessados e assim iriam para o inferno. Assim, a missa era uma oportunidade de "estar em dia com Deus" e de "encher a banheira" que tinha tido um vazamento por causa do pecado.

Os reformadores, porém, diriam àqueles dentre nós que vivem ansiosos quanto ao fato de estar ou não dentro do favor de Deus, ou se estamos cedendo demais ou obtendo vitória: "Somente Cristo!" É a Sua vida e não a nossa, que conta para a nossa salvação; foi a Sua morte sacrificial e ressurreição vitoriosa que nos assegurou vida eterna. Porque Ele "entregou tudo"; o Seu mérito cobre totalmente o nosso demérito.

E isso nos traz ao próximo "sola" - "Sola Gracia" (Somente a Graça!) Roma acreditava na graça; de fato, a Igreja insistia que, sem a graça, ninguém poderia ser salvo. Só que a graça era o tipo de "um pó mágico" que ajudava a pessoa a viver uma vida melhor - com a ajuda de Deus. Os reformadores, em contrapartida, diziam que a graça não é uma substância que Deus nos dá para vivermos uma vida melhor, mas sim uma atitude em relação a nós, aceitando-nos como justos por causa da santidade de Cristo, e não nossa.

Por isso eles lançaram o quarto "somente" (sola), que sabemos ser "Sola Fide" (somente a fé). Considerando que somos salvos somente pela graça, como obtemos essa graça? Roma argumentava que essa graça era distribuída pela igreja através dos vários métodos que os "altos escalões" haviam inventado. Fé mais amor, ou fé mais boas obras, ou alguma coisa assim, tornou-se a fórmula para a salvação. Os reformadores ao contrário, insistiam que do início ao fim, "salvação é obra do Senhor" (João 2: 9). "O Espírito dá vida; o homem em nada colabora" (João 6: 55). "Não depende da decisão, nem do esforço do homem, mas da misericórdia de Deus" (Rom 9: 16). Assim a fé em si mesma é um dom da graça de Deus e não se pode dizer dela que seja "a coisa" que nós fazemos na salvação: Pois nós não somos nascidos da vontade da carne ou da vontade do homem, mas de Deus" ( João 1: 13).

No minuto em que uma pessoa olha para "Cristo somente" para sua salvação, dependendo da Sua vida santa e sacrifício substitutivo na cruz, naquele exato momento ela ou ele é justificado (posto em posição de justiça, declarado justo, santo, perfeito). A própria santidade de Cristo é imputada (creditada) na conta do crente, como se ele ou ela tivessem vivido uma vida perfeita de obediência - mesmo enquanto aquela pessoa continua a cair repetidamente no pecado durante sua vida. O Cristão não é alguém que está olhando no espelho espiritual, medindo a proximidade de Deus pela experiência e progresso na santidade, mas é antes alguém que está "olhando para Cristo, o Autor e Consumador da nossa fé"( Heb. 12: 2). Resumindo, é o estilo de vida de Cristo, não o nosso, que atinge os requisitos de Deus, e é por Ele que a justiça pode ser transferida para nossa conta, pela fé (olhando somente para Cristo).

Finalmente, os reformadores disseram que tudo isso significa que Deus é quem tem todo o crédito. "Soli Deo Gloria" (Somente a Deus seja a Glória) era a forma que eles colocavam - nosso último "sola", que quer dizer, "A Deus somente seja a Glória" Um evangélico, portanto, era centrado em Deus; alguém que estava convencido de que Deus havia feito tudo e que não restava nada que o homem considerasse seu a não ser seu próprio pecado. Isto não apenas transformou radicalmente a vida devocional dos crentes que o abraçaram, mas toda a estrutura social também.

Numa velha taverna do século XVII em Heidelberg, na Alemanha, lê-se no alto "Soli Deo Gloria!" Johann Sebastian Bach, o famoso compositor, assinou todas as suas composições com aquele slogan da Reforma. Do mesmo modo, um outro compositor, Handel, declarou, "Que privilégio é ser membro da igreja evangélica, saber que meus pecados estão perdoados. Se nós fossemos deixados à mercê de nós mesmos, meu Deus, o que seria de nós?" Grandes e nobres vidas requerem grandes e nobres pensamentos, e a soberania e a graça de Deus são, para o crente, grandes e nobres pensamentos. Os reformadores disseram a Roma o que J.B.Philipps, o tradutor inglês da Bíblia, disse à igreja contemporânea: "O Deus de vocês é muito pequeno".

A Reforma, a qual produziu o termo "evangélico", também recuperou a doutrina bíblica do "sacerdócio universal de todos os santos" e a noção bíblica do chamado e vocação. A igreja tinha dividido os cristãos em primeira classe (aqueles que serviriam no "ministério cristão em tempo integral") e segunda classe (aqueles que estavam empregados em serviços "seculares"). Os reformadores concediam, por direito, que todos os cristãos são sacerdotes e são, por isso, ministros de Deus, independente de estarem varrendo uma sala para a glória de Deus, moldando uma peça de cerâmica, defendendo um cliente na corte, curando um paciente, ordenhando uma vaca, ou conduzindo uma congregação no louvor. Não há o "secular" e o "sagrado" - Deus criou o mundo inteiro e fez a vida neste mundo como algo inseparável de nossa própria humanidade.


Como nós ajustamos as coisas hoje?

A questão, é claro, é se "evangélico" hoje significa o que significou há quinhentos anos.

Em primeiro lugar, muitos dos evangélicos de hoje têm uma visão das Escrituras inferior à que a igreja de Roma tinha no século XVI. Instituições evangélicas de peso duvidam da confiabilidade da Bíblia e de sua infalibilidade - a menos, claro, que se trate daquilo que eles já decidiram que é verdade. Outros acreditam que a Bíblia é inerrante, porém acrescentam novas regras e revelações ao cânon. "A Bíblia é suficiente", nos aconselhariam os reformadores. Os sermões, com muita freqüência, são "pop-inspiracionalistas" discursos superficiais de "Como criar filhos positivos" ou "Como ter uma auto-estima" em detrimento de sérias exposições das Escrituras. De acordo com o Gallup, "Os EUA são um país de iletrados bíblicos", ainda que 60 milhões deles se consideram "evangélicos".

Em segundo lugar, muitos evangélicos modernos também não acreditam que Cristo é suficiente. Às vezes pessoas muito boas e nobres substituem Cristo como nosso único Mediador, assim como o Espírito Santo. Enquanto louvamos o Espírito juntamente com o Pai e o Filho, o Filho tem este papel único de nosso único advogado e Mediador. Não devemos olhar para a obra do Espírito nos nossos corações, mas para a obra de cristo na cruz. Às vezes, nós temos mediadores humanos que não são o Deus-Homem Jesus Cristo. Precisamos de outras coisas pelo meio, como a figura do pastor no "apelo" do altar ao qual me referi anteriormente. Não muito tempo atrás eu vi um tele-evangelista de sucesso tirando o fone do gancho e informando seus telespectadores que "esta é sua conexão com Deus". Uma banda secular, "Depeche Mode", canta sobre "Seu próprio Jesus Pessoal" que pode ser contactado ao se pegar no fone e fazendo sua confissão. Enquanto estivermos neste assunto, também deveríamos mencionar que foi a venda de indulgências de John Tetzel (redução do período no purgatório em troca de valores em dinheiro) que inspirou as "Noventa e Cinco Teses "de Lutero, desencadeando a Reforma. "Quando a moeda bate no cofre", o coro cantava, "uma alma do purgatório é vivificada". Será que isso realmente é diferente da venda da salvação que temos visto na televisão cristã, rádio, e mesmo em muitas igrejas? Dinheiro e salvação têm sido distorcidos para serem uma coisa só no meio de muitos de nós. "Eles vendem salvação a você", canta Ray Stevens, "enquanto eles cantam 'Amazing Grace' ('Graça Maravilhosa')".

Muitos evangélicos hoje crêem que "Somente a Graça" (sola gracia) é algo como livre-arbítrio, uma decisão, uma oração, uma ida até a frente, uma segunda bênção, algo que nós façamos por Deus que nos dará confiança de sermos alvo do Seu favor. Doutrinas como eleição, justificação e regeneração são discutidas quase que nunca, porque elas mostram o quadro de uma humanidade que é incapaz e nem ao menos pode cooperar com Deus em matéria de salvação. Se nós formos salvos é Deus e Deus somente que deverá faze-lo.

E sobre "Somente a Fé" (sola fide)? Muitos evangélicos acham que a fé não é suficiente. Se um indivíduo crê em Cristo e daí sai e o anuncia, será que a fé é suficiente? Alguns insistem que a fé mais a entrega, ou a fé mais a obediência, ou fé mais um sincero desejo de servir ao Senhor servirão como uma fórmula. O fato de que os evangélicos hoje lutam com estas questões indica que nós não ouvimos o "som seguro" de "Somente a Fé" em nossas igrejas. Fé é suficiente porque Cristo é suficiente.

Como se comparariam os evangélicos de hoje com os seus predecessores em matéria de "Somente a Deus seja a Glória"? Auto-estima, glória-própria, centralidade do "eu" parecem dominar a pregação, ensino e a literatura popular do mundo evangélico. Os evangélicos de hoje sabem muito pouco do grande Deus dos reformadores - um Deus que faz tudo conforme o Seu agrado, em relação aos céus e às pessoas sobre a terra e "que faz tudo conforme o conselho da Sua vontade" (Dn. 4; Ef. 1: 11). Os evangélicos hoje, refletindo sua cultura e sociedade mais ampla, estão intimidados por um Deus que é Deus. Porém que outro Deus é digno de confiança? Em poucas palavras, que outro Deus existe? Louvar ao Deus de uma experiência pessoal ou o Deus de preferência pessoal é louvar um ídolo. Os reformadores levaram isso a sério, e aqueles que quiserem ser evangélicos genuínos também devem faze-lo.


Conclusão

Muitas pessoas se perguntam por que o povo da "Reforma" parece bravo. Ninguém quer estar ao redor de pessoas bravas - e eu não gostaria de ser conhecido como uma pessoa "brava". Mas precisamos encarar o fato de que estes são tempos de grande infidelidade para o povo de Deus. A nós foi dada uma fé rica, com Cristo no centro. Porém trocamos nossa rica dieta por um saco de pipocas e estamos mal nutridos. Se os evangélicos terão a mesma saúde espiritual que tiveram em épocas passadas, eles terão que voltar para as verdades que fazem de "evangélicos" "evangélicos". A Bíblia - nosso único fundamento; Cristo - nossa única esperança; Graça - nosso único evangelho; Fé - nosso único instrumento; a Glória de Deus - nosso único alvo; o Sacerdócio de todos os santos - nosso único ministério. Este evangelicalismo original ainda é suficiente para fazer, mesmo de nossas menores vitórias, algo muito grande.

Nota Sobre o Autor: Dr. Michael Horton é professor no Seminário Teológico Reformado, Orlando-Flórida e editor da revista Modern Reformation.


Fonte: http://www.oprincipaldospecadores.com/2010/08/que-e-um-evangelico-
http://tomeasuacruzesigame.blogspot.com

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

CUIDADO COM A PELE DO MANTO DE PATRIARCA
Caramuru Afonso Francisco*




A imprensa noticiou recentemente que um determinado “paipóstolo” agora recebeu “o manto de Patriarca” e, como tal, foi reconhecido por seus fiéis seguidores na sede da denominação e da rede de células que domina por este mundo afora.

Este fato é mais uma confirmação daquilo que o Senhor Jesus disse a Seus discípulos no monte das Oliveiras, por ocasião de Seu sermão escatológico, quando, antes de mais nada, disse para que os cristãos, nos últimos dias, não se deixassem enganar por “falsos cristos” (Mt.24:4,5).

Os “falsos cristos” a que o Senhor se refere não são tão somente as figuras caricatas e risíveis de pessoas que se dizem Jesus Cristo ou Sua reencarnação, como um que mora na Região Sul do Brasil, personagens que enganam algumas dezenas de incautos e igualmente caricatos seguidores.

Jesus fala-nos de pessoas que, nestes dias finais da dispensação da graça, se apresentariam como mediadores, intermediários da relação entre Deus e a Igreja, entre Deus e os homens, arrogando-se um papel que é única e exclusivamente de Jesus Cristo, que está assentado à direita de Deus, por ter sido o único a vencer o pecado e a morte, e que, por isso, tem condições de interceder pelos pecadores (Is.53:12; I Tm.2:5; Hb.8:6; 9:15; 12:24).

Dizer-se intermediário do relacionamento com Deus, ou com Cristo, é fazer-se um “falso cristo”, é assumir uma posição que é exclusiva d’Aquele que nunca pecou e morreu por nós.

Ao chamar-se “patriarca” e, portanto, assumir a postura de alguém através de quem vem a bênção ou, como afirma o aludido líder religioso, a unção da parte de Deus, estamos diante de um falso cristo, que se substitui indevidamente a Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Muitos têm assim agido, escondendo-se em falsos ensinos como da “nova unção” ou da “paternidade espiritual”, que nada mais são do que a criação de uma “burocracia espiritual”, de “atravessadores” que se interpõem entre Cristo e a Sua Igreja, o que é totalmente antibíblico e deve ser repudiado por todos quantos desfrutam da comunhão com o Senhor.

Ao contrário do que ensina esta inovação do “patriarcado” surgida na altura da linha do Equador, as Escrituras mostram-nos que os patriarcas foram homens escolhidos por Deus para formar a nação de Israel, diante da rejeição a Deus proveniente da comunidade pós-diluviana, que alcançou seu apogeu no juízo de Babel.

Como toda sociedade se inicia pela família, sua célula vital, era natural que o Senhor, na formação de um povo, começasse por uma família, que, ao longo do tempo, se tornaria um clã, uma tribo e, posteriormente, um conjunto de tribos que, por fim, dariam nascimento a uma nova nação.

A começar de Abrão (Gn.12:1-3), todos os patriarcas tinham consciência de que eram instrumentos divinos para a construção de uma nação na qual adviria a posteridade, única como faz questão de ressaltar o apóstolo Paulo (Gl.3:16), na qual, e exclusivamente nela, se fariam benditas todas as famílias da terra (Gn.12:3).

Não é por outro motivo que o Evangelho segundo Mateus se inicia com a afirmação de que Jesus era filho de Abraão (Mt.1:1), precisamente para indicar que era a posteridade aguardada ansiosamente pela nação israelita.

Quando alguém diz ter recebido “o manto de Patriarca da parte de Deus”, está a fazer de Deus um mentiroso (I Jo.5:10), pois está a negar a Jesus Cristo a qualidade de único Mediador entre Deus e os homens, o próprio testemunho dado pelo Senhor Jesus. Afinal de contas, desde o início do ministério terreno, o Pai fez questão de ressaltar a exclusividade do Filho como interlocutor entre Deus e a humanidade (Mt.3:17; 17:5; Mc.1:11; 9:7; Lc.3:22; 9:35; Jô.12:28-30; II Pe.1:17).

Os patriarcas aguardavam a promessa da posteridade e o primeiro deles, Abraão, exultou por ver o dia de Cristo (Jo.8:56). Triste é vermos “patriarcas hodiernos” que se alegram em ver o seu próprio dia, que exultam na sua sede de poder, sendo piores que os cegos (Jo.9:40,41), porque, em sua incredulidade, não conseguem ver a luz do evangelho da glória de Cristo (II Co.4:4), contentando-se, tão somente, com a glória dos homens (Jo.12:43).

Com tais patriarcas, voltados para os seus mantos, não podemos nos enganar. Fujamos deles, pois temos já a posteridade, que nos traz bênção e não maldição (Gl.3:26-29), que nos concede a vida eterna e que nos levará daqui para as mansões celestiais muito breve (Jo.14:1-3).

Aos “patriarcas hodiernos”, enganadores e que têm prazer nos deleites cotidianos e nos seus enganos (II Pe.2:13), resta-nos, apenas, sugerir que, já que são “patriarcas”, aproveitem o título de “Patriarca do Ocidente” de que o atual Papa abdicou ao subir ao comando da Igreja Romana em 2005, pois o título está vago e disponível ao primeiro aventureiro que o queira tomar.

A propósito, também estão vagos os títulos papais de “líder do Reino Glorioso”, rejeitado desde João XXIII e de “Sua Santidade Nosso Senhor”, rejeitado desde Paulo VI. Como se vê, há ainda múltiplas alternativas para as excrescências dos falsos cristos de nossos dias.

Nós, porém, prosseguiremos servindo única e exclusivamente ao Senhor Jesus, a posteridade de Abraão, que conosco adentrará os portais eternos (Sl.24:9,10). Para isto, precisamos vigiar, pois o Senhor está muito próximo, como estão a indicar fatos como este.


* Evangelista da Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Ministério do Belém – sede e colaborador do Portal Escola Dominical.
Soldado ou guerrilheiro: Quem é você afinal?


Por Pastor Leonardo Gonçalves


O recente pronunciamento de Índio da Costa sobre o envolvimento do PT com as FARC, grupo terrorista colombiano, embora não seja nenhuma novidade, tem levantado o debate sobre a legitimidade da guerrilha da Colômbia. Antes de continuar, permita-me esclarecer que não defendo Sendero, nem FARC, nem Fidel Castro. Sou a favor da liberdade de consciência, e me oponho a tudo aquilo que restrinja meu direito de pensar. Lugar de terrorista é na cadeia, e quem se vale da ilegalidade do tráfico de drogas e armas não deveria ser chamado de soldado.

Agora, não pense que eu estou escrevendo isso para fazer uma defesa do Exército Brasileiro ou apenas para demonstrar minha discordância com a guerrilha colombiana ou com o PT. Eu apenas tomei emprestada essa analogia para exemplificar uma realidade comum ao cristianismo, pois cada dia que passa eu me dou conta que os guerrilheiros estão se apoderando do evangelho, enquanto está cada vez mais raro deparar-se com um verdadeiro soldado.

Mas qual é a diferença entre um soldado e um guerrilheiro? A linha que os divide parece um tanto tênue. Observe que os membros de uma guerrilha quase sempre têm uniformes, coturnos, armas e munição, rádios comunicadores e até se falam com jargões militares. Eles também possuem uma hierarquia, passam por um treinamento severo, tudo muito parecido com um exército “formal”. Apesar disso, não possuem a legitimidade de um verdadeiro exército. Por que razão? Ora, o motivo é simples: Os grupos guerrilheiros lutam por sua própria ideologia, por seus interesses comuns, enquanto soldados lutam pela pátria, estão sob comando da nação e a serviço do seu país. Deu para entender? Vou repetir a idéia: grupos guerrilheiros lutam por sua própria ideologia, por seus interesses comuns, por sua utopia particular, enquanto soldados lutam pela pátria. Captou?

Diante dessa confirmação, eu pergunto a você: Quais os interesses que movem os pastores, missionários e a liderança evangélica de modo geral? Por quem lutam? Seriam eles soldados ou guerrilheiros? Em um conflito de ideologias, qual força prevalece: a claridade das Escrituras ou a força de um estatuto? A palavra de Deus ou as palavras dos homens? O amor à Deus ou o apego à tradição denominacional? Por quem nossos líderes estão lutando?

Ainda lembro com tristeza das muitas vezes que tive que abster-me de gostos e gestos, de interesses e afinidades não porque a bíblia condenava minha conduta, mas porque o mesmo ia contra os famigerados “usos e costumes denominacionais”. Quantas vezes, na minha adolescência e juventude deixei de jogar bola, de freqüentar a piscina do clube, de tomar banho de cachoeira e outras diversões inocentes só para não ir contra as imposições do ministério? Transformaram-me em alguém que eu não era, violentaram a minha individualidade, e eu, simplesmente me deixei levar pela ideologia do grupo, pensando que ao final do treinamento me converteria em um bom soldado. Qual não foi a minha decepção quando descobri que haviam me transformado em um guerrilheiro!

Colegas pastores, ouçam por um momento este jovem que não tem direito sobre vocês, mas que os adverte e exorta com amor de um irmão: Por quem é que nós lutamos? Pelo reino de Deus ou pelos “reinos” dos homens? E se é pela glória de Deus, então alguém me diz, por favor, por que raios os imperativos deste reino não prevalecem nas discussões de Ministério ou nas mesas das Convenções? Porque é que nos recusamos a ensinar certos princípios bíblicos por reverencia a tradições retrógradas que muitas vezes estão em aberta oposição aos princípios do Reino? Será que já não lutamos pelo Reino? Já não defendemos nossa Pátria? Já não somos soldados dAquele Senhor?

Vejo em nossos dias homens e mulheres dispostos a morrer por um ministério, tatuando o rosto do seu apóstolo predileto nas costas, marchando (literalmente marchando!) alienados pelas idéias particulares de coronéis do evangelho, batendo continência para bispos, bispas, apóstolos e patriarcas cuja honra há muito se perdeu, e pergunto se não estamos rodeados por guerrilheiros, os quais andam muito preocupados com “seus evangelhos”, com “suas verdade”, com “seus reinos”, quando deveriam marchar como verdadeiros soldados aos quais somente importam as ordens do verdadeiro General.

Não quero dizer com isso que não se deve obedecer pastores, nem que seja um pecado honrá-los. O mandamento é bíblico, mas não existe nas Escrituras nenhuma razão que nos obrigue a honrar aqueles que negociaram o evangelho, mercadejaram a fé, se corromperam no poder e perderam a honra. Devemos obedecer àqueles que, orientados pela ideologia do Reino, nos guiam na batalha e demonstram fidelidade ao Deus que os comissionou. Quanto à geração de líderes caídos, vendidos e reprovados, valho-me das palavras de Pedro: “É mais importante obedecer a Deus do que aos homens”.

Há tempos venho observando essa guerrilha boba, e há muito já não cedo à suas ideologias e interesses. E como sempre acontece nas ditaduras comunistas, todos aqueles que ousam se opor ao status quo e lutar pela liberdade são taxados de rebeldes, são a “força inimiga”, os “traidores”. Assim, por uma grande ironia, no dia em que decidi lutar pelo meu Senhor aceitando o desafio de ser um autêntico soldado, meu antigo exército me perseguiu, me humilhou, me chamou de rebelde. Quando desejei com toda minha alma ser soldado, a “igreja” “evangélica” me transformou em um guerrilheiro subversivo. Que contradição!

Mas isso já não me importa, pois soldado que é soldado não teme enfrentar um grande exército. Prefiro ir à guerra com 300 valentes que amam à Deus do que lutar ao lado de 32 mil que buscam seus próprios interesses. Nem sempre a verdade está com a maioria, e tratando-se do evangelicismo brasileiro, está cada vez mais provado que a lógica não prevalece.

Mas e você, amigo leitor? Você é Soldado ou Guerrilheiro? De que lado você está?


Fonte: Pastor Leonardo Gonçalves
http://ministeriobbereia.blogspot.com