sábado, 28 de fevereiro de 2015

Igreja

ADOLESCENTES – CPAD
1º Trimestre 2015
Tema: Cremos
Comentarista: Marcelo Oliveira de Oliveira


LIÇÃO 9 – NA IGREJA, A FAMÍLIA ESPIRITUAL

  
Objetivo
Professor (a) ministre sua aula de forma que possa conduzir seus alunos a definir os aspectos divinos e humanos da Igreja


Para refletir
“Nele vocês também estão sendo juntamente edificados, para se tornarem morada de Deus por seu Espírito". (Ef. 2.22 - NVI).

A Igreja não é constituída por cimento, tijolos e ferros, mas por aqueles que experimentaram o novo nascimento e amam a Jesus de todo o coração. O valor da Igreja não é resultado de sua arquitetura, de suas obras sociais ou da quantidade de filiais que possui, mas do precioso sangue de Cristo. Igreja, portanto, não foi edificada por Cristo para construir escolas, fundar hospitais ou assumir cargos políticos, por mais dignas que sejam tais realizações, mas para cumprir com o mandato de "ir por todo o mundo e pregar o evangelho a toda criatura" (Mc 16.15).


Texto Bíblico: Ef. 1.22,23;2.19-22


A Igreja e a submissão à palavra
Diariamente, surgem novas igrejas em todo o mundo. Todavia, a maior parte delas não se submete aos preceitos das Sagradas Escrituras. A igreja que modifica, deturpa ou não valoriza a Bíblia, não pode ser considerada autêntica Noiva do Cordeiro. A verdadeira Igreja de Cristo é serva da Palavra.

A Igreja tanto é visível como invisível. Enquanto a visível é local, e se caracteriza como organização, a invisível é universal e orgânica. Vejamos:

1. No sentido espiritual.
Espiritualmente, a Igreja é um organismo que tem Cristo como a Cabeça, (Cl 1.18) e os crentes como o Corpo (Ef 1.22,23). Esta Igreja é composta de todos os que possuem seus nomes "inscritos nos céus" (Hb 12.22,23). Isto é, de todos os salvos em Cristo Jesus. Todas as igrejas locais pertencem à Igreja universal. Todavia, nem todos os que fazem parte de uma igreja local são de fato membros da igreja universal (1 Jo 2.19).

2. No sentido organizacional.
A igreja, como organização, é formada por crentes em Jesus que se reúnem numa determinada congregação a fim de adorar e servir a Deus. Ali, tanto há "trigo" quanto "joio", ou seja, há crentes fiéis e infiéis (Mt 13.24-30). Como numa organização qualquer, a igreja local necessita de uma liderança humana; assim como de atividades administrativas, estatutos e normas. Entretanto, tal estrutura jamais poderá suplantar ou sobrepor-se aos preceitos da Palavra de Deus.
Embora a igreja local seja uma organização juridicamente estabelecida, não deixa de ser também um organismo espiritual que, sob a direção de um ministro de Deus, deve servir ao Senhor e obedecer a sua Santa Palavra.


A Igreja e a fidelidade à palavra
1. O respeito à integridade da Palavra.
Alguns teólogos modernistas dizem que a Bíblia precisa ser revisada, e que alguns de seus textos não fazem mais sentido para os dias pós-modernos. Trata-se de uma desvelada ação diabólica contra a Palavra de Deus. Algumas igrejas, infelizmente, têm sucumbido aos apelos desses "reformistas", deturpando a sã doutrina (1 Tm 1.10; 2 Tm 4.3), falsificando a Palavra (2 Co 4.2), e seguindo os ensinos de Balaão. Para piorar ainda mais, essas igrejas, à semelhança de Tiatira, acabam tolerando a imoralidade (Ap 2.14,15,20-22). Porém, a autêntica Noiva de Cristo mantém-se fiel às Escrituras (Jo 14.15,21,23; Tt 1.9), pois, é "a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade" (1 Tm 3.15). A mensagem bíblica não precisa ser revista, e sim, obedecida com submissão e santidade.

2. A igreja deve pregar a verdade.
A Igreja deve manifestar toda a verdade da Palavra de Deus: "Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; antes, rejeitamos as coisas que, por vergonha, se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de. Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade" (2 Co 4.1,2). Os obreiros, principalmente os pastores, têm grande responsabilidade diante de Deus e de sua amada igreja. O púlpito jamais deve ser utilizado como palanque político, mas, sim, como Tribuna da Verdade do evangelho. Todo líder deve conduzir seu rebanho em completa obediência à Palavra da Verdade.

A Igreja e a proclamação da Palavra
Após dois mil anos, a Grande Comissão ainda é uma tarefa inacabada. Milhões de pessoas não conhecem a Jesus e muitas nações não foram alcançadas pela pregação do Evangelho. Quem lhes falará do amor de Cristo? Na Índia, há pessoas que adoram a ratos; na África, os que veneram árvores, pedras, rios e outros elementos da natureza; no Brasil e na América Latina, há uma enorme quantidade de ídolos. A missão precípua da igreja é a proclamação da Palavra de Deus (Mt 28.19,20). Jesus, em seu último contato com os discípulos, ordenou-lhes taxativamente que pregassem o evangelho (Mc 16.16).


Aplicação pessoal
Enfatize aos alunos que a  Igreja universal é um organismo vivo e espiritual. A local, por sua vez, é uma organização centrada na autoridade da Palavra de Deus. Como parte do Corpo de Cristo, a igreja visível deve cumprir sua missão evangelizadora e proclamadora do evangelho, sem, contudo, deixar de amar e obedecer plenamente às Sagradas Escrituras. 


Fontes Consultadas:
BÍBLIA. Português. Bíblia Shedd. Tradução João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada. 2ª Edição, São Paulo, Editora Vida Nova, 1997.

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Pentecostal. Tradução João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida. Rio de Janeiro, Editora CPAD, 2002. Editor geral Donald Stamps, Editor brasileiro Pr. Antonio Gilberto.

NOVO TESTAMENTO Interlinear grego-portugues. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil, 2004.

ELWELL, Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. São Paulo, Reimpressão em 1 volume, 2009.

HORTON, Stanley M.. Teologia Sistemática. CPAD.


Colaboração para o Portal Escola Dominical - Prof. Jaciara da Silva

www.portalebd.org.br

sábado, 2 de agosto de 2014

VOTO CONSCIENTE COMEÇA PELA INVESTIGAÇÃO DAS PROPOSTAS DE GOVERNO

                                                                                           Caramuru Afonso Francisco*

Estamos a iniciar um novo período de campanha eleitoral, as eleições gerais de 2014, quando deveremos eleger os novos ocupantes de cargos eletivos nos Poderes Executivo e Legislativo da União Federal, dos Estados Federados e do Distrito Federal. Teremos, desta feita, a renovação completa dos Poderes Executivos da União (Presidente e Vice-Presidente da República), dos Estados Federados e Distrito Federal (Governadores e Vice-Governadores ), da Câmara dos Deputados (Deputados Federais), e dos Legislativos Estaduais (Deputados Estaduais) e renovação de um terço do Senado Federal (Senadores). 

Como servos de Deus, devemos orar para que o Senhor nos dê governantes que sejam tementes à Sua Palavra, que governem com sabedoria vinda do alto, buscando o bem-comum da população, bem como tomando decisões que não contrariem a sã doutrina. Como servos de Deus, devemos, também, investigar as propostas dos candidatos, não se deixando enganar pela propaganda, mas verificando o caráter de cada postulante, seus compromissos, sua história, a fim de que verifiquemos quem melhor atende às necessidades atuais de nosso povo.

O Sl.10:4 diz que o ímpio não investiga, ou seja, aquele que não serve a Deus é uma pessoa que não pesquisa, não analisa as coisas, fazendo tudo conforme a sua arrogância, que é própria daqueles que deixam Deus de lado e querem viver como se o Senhor não existisse. Não é assim, porém, aquele que serve ao Senhor. Este bem analisa todas as coisas, sendo pronto para ouvir, tardio para falar, devendo, por isso mesmo, manter um contato íntimo com o seu Senhor e Salvador, através da meditação nas Escrituras e da oração, a fim de que aprenda a ser manso e humilde de coração, humildade esta que é reafirmada pela pronta disposição em investigar e pesquisar tudo antes de tomar uma decisão.

Com respeito ao voto, não é diferente. Sendo a mais importante arma que tem o cidadão, o servo de Deus deve bem analisar as propostas dos candidatos, seu histórico, os compromissos assumidos, as pessoas com quem se alia para tentar chegar ao poder, a fim de que tome uma decisão correta e de que não venha a se arrepender posteriormente. A legislação eleitoral exige que os candidatos a Presidente da República apresentem, quando do pedido de registro de suas candidaturas junto ao Tribunal Superior Eleitoral, uma proposta de governo, ou seja, diga solenemente quais são seus planos e projetos caso venha a ser eleito. Infelizmente, estes programas não são, ainda, vinculativos, ou seja, caso o candidato não os cumpra, não existe nenhuma sanção, nenhuma punição. De qualquer modo, é uma forma de trazer um comprometimento moral ao candidato, um documento que permitirá que venha a ser cobrado no exercício de seu mandato, sem falar no fato de que é uma demonstração de suas intenções, o que é extremamente importante para a escolha do eleitor. Tais propostas, porém, quase sempre ficam no Tribunal Superior Eleitoral, não são levadas ao conhecimento do público.

O objetivo nosso é, precisamente, o de divulgar estas propostas, incentivando os professores de Escola Bíblica Dominical a transmitir este conhecimento aos seus alunos, bem como a todos os membros e congregados de sua igreja local, estimulando-os a ler tais propostas a fim de que possam decidir criteriosamente em que votar nas próximas eleições. As propostas estão no Tribunal Superior Eleitoral e apresentamos os links de cada proposta de cada candidato, que estão relacionados aqui em ordem alfabética, como se encontram no Tribunal.

Que esta ferramenta possa fazer com que todos tenham condições de votar conscientemente para Presidente da República no próximo pleito. Que Deus nos ilumine. Amém!

 *  Evangelista da Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Ministério do Belém – sede – São Paulo/SP e colaborador do Portal Escola Dominical (www.portalebd.org.br)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

CPAD LIÇÃO 13 – A INTEGRIDADE DE UM LÍDER

JOVENS E ADULTOS – CPAD
4º Trimestre 2011
Tema: Neemias – Integridade e coragem em tempos de crise
Comentarista: Elinaldo Renovato


LIÇÃO 13 – A INTEGRIDADE DE UM LÍDER

Texto Bíblico: Neemias 1.5-11.


Texto Áureo:
“Se é ministério, seja em ministrar [...]; o que preside, com cuidado [...]” (Rm 12.7,8 – ARC).


OBJETIVOS
•Compreender que é o SENHOR quem escolhe e prepara líderes para sua obra.
•Descrever algumas das características que um líder de Deus deve possuir.
•Conscientizar-se de que o líder precisa ter uma vida devocional.


INTRODUÇÃOQual a principal característica de um líder? Na verdade são várias as características de um líder e não uma que seja a principal, porém, a Integridade, é uma atitude que poucos possuem e respeitam, mas é de fundamental importância para se ter uma relação de confiança com os membros de sua equipe. Um líder integro respeita seus sentimentos e pensamentos sobre as situações que lhe são apresentadas, não se violentando, e se posicionando de maneira verdadeira, clara e orientativa, de forma a conduzir seus liderados a desenvolver o bom andamento dos objetivos que lhe foram confiados – assim Neemias agiu e por isso teve êxito.

Definição do vocábulo
Segundo o dicionário Aulete da Língua Portuguesa
(in.te.gri.da.de)
sf.
1. Qualidade ou estado do que é inteiro, do que não está menor do que era ou do que deveria ser; INTEIREZA:
2. Estado do que não foi alterado
3. Fig. Qualidade de quem é íntegro, honesto, incorruptível; HONESTIDADE; PROBIDADE:


I. DEUS ESCOLHE E PREPARA LÍDERES PARA A SUA OBRA
“Porque por Ele foram criadas todas as coisas, tanto as que estão nos céus, como as que estão na terra; quer visíveis, quer invisíveis, sejam tronos, domínios, principados, ou potestades; tudo foi criado por ele e para ele." (CL 1.16 )

Escolhi este versículo acima, pois para mim é o que melhor define o termo que desejo usar neste tópico: mordomia.
A palavra “mordomia” define a relação entre o homem e Deus. O SENHOR de todas as coisas, confia a um ser humano mortal e falho a administração do que ELE criou, e até mesmo da própria vida humana da qual teremos de prestar contas de que forma a utilizamos.

O ser humano há de usar as dádivas confiadas por Deus a ele (a) para promover os interesses de Deus no mundo. Um mordomo é aquele a quem são confiados os bens de outros.
O termo grego “mordomo” significa “administrador da casa” (Lc 16.2)

Características distintas do mordomo cristão:
1.Aceita Cristo como o SENHOR (Mt 6.33);
2.Reconhece que Deus é o legítimo DONO de tudo (Sl 24.1, Dt 10.14);
3.Esforça-se por descobrir o propósito de Deus para o uso adequado de cada bem que possua (Lc 12.42, 43);
4.Segue os propósitos de Deus em toda a sua maneira de viver:
a.Reflete o controle de Cristo na aquisição de bens;
b.Dá testemunho do seu amor a Cristo através do uso dos bens materiais (Rm 10:13, Mc 12:41-44).


II. AS CARACTERISTICAS DE UM LÍDER DE DEUS
Vemos que um dos sinônimos de integridade é inteireza, ou seja, a pessoa integra, ela possui honestidade em todas as áreas de sua vida. Onde quer que esteja, demonstra o mesmo proceder.

Se desejamos conhecer a integridade de um líder, observemos os detalhes. Conheçamo-lo na informalidade do lar, no trato com amigos chegados, na conversa ao telefone. Se ele age de uma forma no seu cotidiano e de outra quando está no púlpito ou diante de seus liderados – não há integridade.

O conceito bíblico de sermos fiéis no pouco para sermos colocados no muito pressupõe grau de dificuldade e detalhamento. O pouco nos prova como também nos expõe. É, portanto, no pouco, nos detalhes da vida, que podemos diagnosticar nossas carências e limitações, e ali aprender com o Mestre.

Nas palavras de Platão, o filósofo grego: “Você pode descobrir mais sobre uma pessoa em uma hora de brincadeira do que em um ano de conversa”. A informalidade nos expõe com maior frequência pois nos encontra em estado de espontaneidade.

Um dos desafios mais difíceis que enfrentamos desde nossos primeiros pais é a tradução de nossos valores espirituais e morais para atitudes espirituais e morais em nossa vida diária. Permitam-me listar aqui, dentre tantas atitudes que buscam a construção de um caráter íntegro, algumas que observo de extrema colaboração neste sentido:


1. Calar-se e falar na hora certa
Vivemos em uma sociedade onde o simbolismo é elemento definidor das relações humanas. Assim, valorizamos a comunicação verbal, os discursos, as respostas bem colocadas, o jogo de palavras. Se por um lado isto colabora para desenvolver uma comunicação mais ativa, por outro tem nos levado a esquecer o valor do silêncio.

A integridade de um líder é testada na adversidade e uma das atitudes mais comuns perante a adversidade relacional é o confronto. Frequentemente falamos quando deveríamos nos calar, especialmente em contextos ministeriais onde as críticas nos bastidores ganham a nossa atenção e somos levados a reagir de forma desproporcional, desnecessária ou mesmo inapropriada.

Certamente há momentos de falar, fazer-se ouvir. Mas reconheço que os homens de Deus que tenho conhecido buscavam mais o silêncio do que o confronto verbal perante as adversidades, e faziam a obra de Deus.

A maior dificuldade para se ouvir é quando não é preciso ouvir. Penso aqui em uma figura de autoridade que, em sua presente função, seja um professor, um chefe, um líder de equipe ou um pastor, não precisaria ouvir e poderia tão somente falar. Esse talvez seja um dos maiores e mais frequentes erros. Na verdade é o que mais tenho presenciado, grande parte das lideranças não ouve seus liderados.

2. Não negociar a verdade
Provérbios 12.19 nos diz que “O lábio verdadeiro permanece para sempre; mas a língua mentirosa apenas por um momento”.

Há certos valores que precisam estar sempre presentes em nossas vidas, relacionamento e processos de liderança. Um deles é não negociar a verdade. Isto inclui, de forma especial, a manipulação da verdade. Refiro-me ao evitamento ou maquiagem da verdade para se contornar um problema ou se beneficar de um resultado – isso sempre trará consequências desastrosas e nós como Igreja de Jesus Cristo devemos ter em mente que a cada vacilar que damos, vidas se perdem em condenação eterna, e Deus requererá de nós.

Quando a Palavra de Deus nos ensina que a posição do crente, o seu falar, deve ser “sim sim, não não”o que se advoga não é uma atitude de extremos: ou sim ou não. O assunto aqui é a verdade: dizer sim quando for sim e não quando for não. No cenário do genuíno cristianismo a verdade não pode ser negociada e ela é um dos grandes blocos que constrói uma vida íntegra.

Os motivos que nos levam a fazer algo ou deixar de fazer. A falar e calar. Tais verdades motivacionais precisam ser observadas de perto, pois elas representam o atual estado de nosso coração. Muitos líderes podem desenvolver realizações corretas por motivações erradas. A integridade, que não negocia a verdade seja objetiva ou subjetiva, alimenta um caráter mais parecido com Cristo. Não devemos ter uma verdade circunstancial, mas aquela que denota Cristo. Um líder íntegro jamais negociará a verdade, doa a quem doer, será sempre a verdade que irá prevalecer.


3. Assumir a responsabilidade
Quando nos posicionamos ao lado da verdade normalmente somos chamados a assumir responsabilidades, seja pela irredutível defesa de algo que no senso comum poderia passar desapercebido, seja por falhas e pecados em nossas vidas que precisam ser confrontados, perdoados e abandonados.

Segundo o escritor francês François La Rochefoucauld quase todas as nossas falhas são mais perdoáveis do que os métodos que concebemos para escondê-las. Uma vida íntegra leva em consideração a possibilidade da falha, do pecado e da queda. Ou seja, precisamos assumir a responsabilidade perante nossas atitudes a fim de mantermos a integridade espiritual e moral. E esta é uma das lições mais difíceis de serem aprendidas. O caminho aparentemente mais curto no caso de uma queda (a negação do pecado e sua responsabilidade sobre ele) não é de fato curto, pois não nos leva onde Deus nos quer.

Permita-me endereçar líderes que possuem grande dificuldade de pedir perdão de maneira verbal e clara, ou de voltar atrás em decisões tomadas mesmo quando francamente equivocadas. Esta postura provém de um coração soberbo. Uma soberba que lhe faz pensar (mesmo que não de forma gráfica) sobre a sua superioridade. Talvez nutrida pelo seu conhecimento, ou sua posição de liderança, ou sua função de destaque, seus ganhos e merecimentos. Perceba, porém, que este é o caminho de morte. Seu coração, ao negar procurar o outro e falar: errei, perdoa-me, se lança em uma rota de colisão com o temor do SENHOR e a sabedoria, o entendimento de que somos todos igualmente dependentes da graça de Cristo para viver.

Há também aqueles que, para reconhecerem um erro e assumirem a responsabilidade o fazem sob protesto e acusações. Refiro-me aos que, perante seu próprio pecado, racionalizam que o outro também pecou, ou é um agressor maior, que não foi leal ou submisso. Grande erro. Estas razões não passam de sombras nas quais tentam esconder seus próprios corações da humildade necessária para o quebrantamento.
Nenhum de nós está isento da possibilidade do erro. Uma das admiráveis atitudes de Davi foi justamente assumir integralmente a sua responsabilidade quando Natan, após falar sobre um que roubara a única ovelhinha do vizinho, afirmou: “este homem és tu” (2 Sm 12.1-7). Davi não deu desculpas. Não racionalizou dizendo: outros fizeram pior do que eu. Nem mesmo tentou explicar suas motivações. Caiu de joelhos e colocou-se nas mãos de Deus. O coração de Davi dizia: “sou responsável”, e este se tornou o homem segundo o coração de Deus.

Que Deus nos ajude a administrar o orgulho e a vergonha, também a humilhação, a fim de assumirmos a responsabilidade pelo pecado e seguirmos em frente no perdão transformador do Senhor.


4. Aprender com os erros
Precisamos compreender que integridade não é uma atitude medida pela ausência de erros, mas pela decisão em não repeti-los.Quando assumimos responsabilidades o fazemos também em relação aos nossos erros. Precisamos compreender que integridade é um hábito que se ganha na rotina diária quando procuramos agir de forma pura e justa, e mesmo quando isto não acontece, devemos aprender com nossos erros.

Pensando em líderes devemos compreender o que muito bem foi colocado por Kevin Cashman ao expor que a habilidade que temos de crescer como líderes é limitada pela habilidade de crescermos como pessoas. Jamais devemos distinguir nossa função de liderança (mesmo porque é passageira) de nossa identidade pessoal. Um grande engano em época de empreendedorismo é um auto investimento no perfil de liderança. Não que isto não seja efetivo, porém é passageiro. Investir tempo, forças e energia para se qualificar como um bom líder pode lhe privar de investir tempo, forças e energia para crescer como pessoa e crente. Como líder posso dar-me ao luxo de seguir em frente mesmo tendo cometido erros, porém como pessoa e cristão meus erros, após praticá-los, se tornam minha melhor oportunidade de conserto e crescimento.

Para aprendermos com nossos erros é necessário levá-los a sério. Um temperamento explosivo não é apenas um temperamento forte, mas algo que machuca pessoas, entristece o Espírito Santo pela falta de domínio próprio e nos priva de vivermos mais tranquilos com nossas próprias reações. Para aprendermos com nossos erros é necessário levá-los a sério, conversar com o Deus sobre eles, pedir forças para mudarmos e amadurecermos, para crescermos um pouco mais emm direção a “estatura de varão perfeito – Cristo”.


5. Cuidar do seu coração
O SENHOR sonda nosso coração, portanto é nossa imagem interna, e não externa, que precisa de maior cuidado. Em dias de ufanismo e triunfalismo somos levados a procurar sempre o que nos destaca, ou destaca o nosso trabalho. Um grave engano visto que o SENHOR não sonda nossos relatórios, mas sim nossos corações. Dr Augustus Nicodemus, afirma que Deus não nos chama para termos sucesso sempre, mas sim para sermos fiéis.

Compreender a marcante diferença entre caráter e reputação não pressupõe que faremos uma escolha legítima. É preciso estar disposto a priorizar a verdade. Muitas vezes confundimos inteligência, conhecimento e sabedoria. Podemos aplicar aqui as palavras “a inteligência é uma espada ... o caráter a empunhadeira”, de Bodenstedt, dizendo que é o caráter que delineará a sabedoria no agir. Outras vezes confundimos temperamento brando com bom caráter. Ao contrário, como disse Pierre Azaïz, “o caráter é a esperança do temperamento”. Um temperamento brando, quieto ou mais vagaroso pode dar a impressão de domínio próprio e esconder as paixões mais carnais.

É Deus que nos “sonda e nos conhece” e julga-nos com exatidão. È ELE quem pesa a nossa alma e categoriza todos os nossos sentimentos mais profundos. Convictos desta verdade é preciso crescer. Não priorize o crescimento da sua reputação, ministério ou carreira. São por demais importantes, porém transitórios. Priorize o crescimento do seu caráter e vida com o Deus. Escolha sempre a melhor parte.


CONCLUSÃO
Lideres que estão posicionados na Igreja do SENHOR, entenda que há um chamado de Deus para a função que ocupas, portanto humilhe-se diante do Pai, e Ele te exaltará diante dos homens. Integridade é essencial para a Liderança porque toda liderança é uma liderança moral.

Lembremo-nos que há uma Visão para seguirmos e um caminho para construirmos. Somos um povo que tem um Deus fiel para dar a Visão e as condições para sua realização. Deus não tem Seu maior interesse no que você faz, mas sim no que você se transforma enquanto faz. ELE observa suas motivações e o oculto de seu coração. É isso que ELE deseja: adoradores que vivem a ação como adoração e sua busca de santidade é um processo natural de derramar-se diante do Seu Altar. Que Deus nos desafie a ser melhores e nos transforme segundo o Seu querer, e não o nosso. Somos apenas mordomos do SENHOR de todas as coisas.


FONTES CONSULTADAS
•VINE, Dicionário. Editora CPAD – 3ª Edição/2003
•HARRIS, R. Laird; JR., Gleason L. Archer; WALTKE, Bruce K.. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento.Editora Vida Nova.São Paulo/SP, 1998.
•STRONG, Léxico de. – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
•Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã – Editora Vida Nova – Edição 2009
•Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
•Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
•Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
•Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
•Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
•Bíblia de estudos Dake – Editora CPAD e Atos, Rio de Janeiro/RJ, edição 2009
•TÜNNERMANN, Rudi. As reformas de Neemias: a reconstruçao de Jerusalém e a reorganização de Judá. Editora Sinodal, São Paulo/SP, 2011
•COLLEY, Peter. Perseverança: a qualidade de um vencedor. Biblioteca 24 horas. São Paulo/SP, 1º Edição, 2011.
•PACKER, J. I. Neemias: Paixão Pela Fidelidade. Editora CPAD, Rio de Janeiro/RJ, 2010

Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br

domingo, 18 de dezembro de 2011

CPAD LIÇÃO 12 – AS CONSEQUÊNCIAS DO JUGO DESIGUAL

JOVENS E ADULTOS – CPAD
4º Trimestre 2011
Tema: Neemias – Integridade e coragem em tempos de crise
Comentarista: Elinaldo Renovato


LIÇÃO 12 – AS CONSEQUÊNCIAS DO JUGO DESIGUAL

Texto Bíblico: Neemias 13.23-29.


Texto Áureo:
“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Co 6.14 – ARC).


OBJETIVOS
•Conscientizar se de que o casamento é uma instituição divina.
•Compreender que Deus não aprova o casamento misto.
•Entender que o jugo desigual acarreta pesadas consequências.


INTRODUÇÃO
O casamento é um compromisso – uma aliança – um voto feito a Deus e ao companheiro (a), não apenas de amor, mas também de fidelidade, que deve durar a vida toda – em um relacionamento de exclusividade.


I. O CASAMENTO NO ANTIGO TESTAMENTO
Hoje em dia ainda conhecemos e apreciamos os encontros de família. Na Antigüidade eles eram pontos altos da vida, de importância superior a outros deveres (cf. 1Sm 20.6,29). Especialmente os “ritos de passagem” (circuncisão; casamento; atos fúnebres) eram grandes eventos na vida familiar dos israelitas antigos. Durava dias, ou mesmo, uma semana inteira.

Estar casado era situação normal entre os hebreus. A família era a unidade social básica. O matrimonio tinha importantes conseqüências familiares e tribais. A maioria dos casamentos era “arranjado” pelos pais. E se acaso, acontecesse de que uma mulher se revelasse insatisfatória para seu marido, ela voltava para a casa de seu pai, com o resultado de relações hostis entre as famílias (Jz 14.20; 1 Sm 18.19). Quando isso ocorria, o procedimento natural era que, as famílias envolvidas estabelecessem as condições da união, pondo fim a hostilidade de ambos os lados, e isso com o consentimento do casal (Gn 24.8).

Havia também casamento por amor (gn 29.20; 34.4;Jz 14.1; 1 Sm 18.20). O marido era considerado o senhor de sua esposa, mas isso não era uma norma absoluta (Gn 21.10 e ss.). Quando um marido por motivos de tradição, era incorporado à tribo de sua esposa, os filhos eram considerados pertencentes à tribo ou família dela (cf. Jacó e Labão (Gn 31.31, 43).

Biblicamente ainda que haja vários relatos de poligamia no AT, isso nunca foi aceito por Deus. O casamento deve ser monogâmico. Os profetas empregaram o casamento como símbolo do amor de Deus para com Israel (Is 61.10; 62.5; Os 2.21,22).


I. 1. A natureza do casamento
O casamento foi instituído por Deus para a felicidade do homem e da mulher. O mesmo Deus que criou o homem à Sua imagem e semelhança, e criou macho e fêmea, também instituiu o casamento. Foi Deus quem disse: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gn 2.24).

Há aqui três princípios sobre o casamento.
1.O casamento é heterossexual – o texto fala de um homem unindo-se à sua mulher. A tentativa de legitimar a relação homossexual está em desordem com o propósito de Deus.
2.O casamento é monogâmico – o texto diz que o homem deve deixar pai e mãe para unir-se à sua mulher e não às suas mulheres. Tanto a poligamia (um homem ter várias mulheres) como a poliandria (uma mulher ter mais de um homem) estão em desacordo com o propósito de Deus.
3.O casamento é monossomático – pois os dois tornam-se uma só carne, ou seja, no casamento pode-se desfrutar da relação sexual com alegria, santidade e fidelidade.

Seguir esses princípios de Deus é o segredo de um casamento feliz.


I. 2. Casamentos proibidos
No hebraico hãtunnâ designa casamento. O verbo denominativo ocorre somente no hitpael, “fazer-se marido da filha”; “tornar-se genro de alguém”. As versões ARA e ARC traduz Josué 23.12, como “aparentar-se”.

Em sua mensagem final a Israel, Josué advertiu explicitamente o povo a não aparentar-se com os cananeus da terra para que mais tarde, isso não se tornasse uma armadilha para o povo de Deus (Js 23.12,13).

Assim que Salomão instalou-se no trono de Israel começou a bem conhecida prática de contrair matrimônios com propósitos políticos (Rs 3.1). A nação havia sido advertida justamente quanto a isso no que se refere às nações já residentes na terra de Canaã (Dt 7.3).
Vemos através dos relatos bíblicos que a nação israelita sempre “tropeçava” nesta ordenança.


II. CASAMENTOS MISTOS NO TEMPO DE NEEMIAS
“Firmamos um pacto” (9.38). O próprio povo havia tomado a iniciativa de assinar um contrato, no qual se comprometiam corrigir “práticas erradas” que iam contra os preceitos de Deus, e uma dessas práticas era exatamente o “casamento misto”.

Mas assim que Neemias precisa se ausentar, os judeus gradualmente abandonam o “pacto firmado” em obedecer aos mandamentos divinos. Quando Neemias retorna vê uma total anarquia espiritual. E muitos de Judá, incluindo os filhos do Suo sacerdote casaram-se com mulheres estrangeiras (13.23).

Neemias vigorosamente corrige cada abuso, desde a instalação de Tobias no templo até o difícil caso dos casamentos ilícitos. Não fez concessão a ninguém, um líder deve ser integro, sem privilegiar ninguém, e assim Neemias agiu.

Quando há pecado na igreja não há lugar para tolerância, deve-se buscar a direção de Deus e agir. Neemias em cada correção clamava a Deus para “lembrar-se do seu serviço fiel”. Assim esse servo de Deus nos mostra devemos ter responsabilidade e zelo com a obra de Deus, e que mesmo em meio as mais adversas circunstancias devemos conservar firme nossa posição diante de Deus, mantendo-se como exemplo de servo fiel, que zela e prima pelo bem estar de outro, conduzindo-os a Deus.

III. O JUGO DESIGUAL
Viver conjugalmente já não é fácil para a maioria. Imagine então quando nada está em acordo.
Muitos ao pensar no jugo desigual, pensa apenas nos termos de pertencerem a mesma religião. Mas, não apenas isso. Tudo deve estar em acordo.

Por exemplo, se um dos cônjuges gosta de sair, para passear, conhecer pessoas, lugares e o outro não, já há uma desigualdade. Um é enciclopédia ambulante, o outro não é. Isso vai gerando desequilíbrio. O casamento comunica a idéia de alguém que um deve complementar outra pessoa. Cada um dos cônjuges deve ser alguém completamente adequado física, emocional, intelectual e espiritualmente para o outro.

Ao lermos o relato da criação da mulher veremos que o casamento começou a partir de uma necessidade básica de companheirismo e complementação. No plano de Deus o casamento foi instituído para que duas pessoas pudessem viver completamente uma a outra.

Mateus 19.6, Jesus diz: “Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem”.

Deste modo, quando um cônjuge está suprindo as necessidades físicas, emocionais, intelectuais e espirituais do outro estão sendo um. E quando não supre a necessidade do seu cônjuge, está sozinho, como se fosse solteiro. É interessante notar em Gênesis 2.21,22 que a mulher foi tirada do lado de Adão, isto é, da sua costela, para revelar a sua dependência do homem. Ela não foi tirada da cabeça, pois não é sua função dominá-la; nem de seus pés, pois não foi criada para ser pisada por ele; mas do seu lado para revelar a responsabilidade e dever do marido em protegê-la e cuidar dela. Da mesma forma que a esposa ao seu lado lhe designa cuidado e carinho.

O pecado distorceu o relacionamento entre homem e mulher, mas os crentes são chamados a se relacionar de acordo com o Plano do Criador, instituído no Jardim do Éden, antes do pecado entrar no mundo (Gn 2.15-25). Esse plano é marcado por uma “santa reciprocidade”, ou seja – a amorosa liderança do esposo, provoca uma submissão responsiva da esposa, da mesma forma como a cooperação submissa da esposa provoca uma liderança sensível por parte do esposo.

As realidades de liderança e submissão, nos papéis homem e da mulher, devem se desenvolver em amor, igualdade e complementaridade. Dessa maneira, a imagem de Deus é apropriadamente refletida no casal.


FONTES CONSULTADAS•VINE, Dicionário. Editora CPAD – 3ª Edição/2003
•HARRIS, R. Laird; JR., Gleason L. Archer; WALTKE, Bruce K.. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento.Editora Vida Nova.São Paulo/SP, 1998.
•STRONG, Léxico de. – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
•Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã – Editora Vida Nova – Edição 2009
•RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia – Editora CPAD
•Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
•Bíblia Hebraica (Por David GORODOVITS e Jairo FRIDlIM) – Baseada no Hebraico e à luz do Talmud e das Fontes Judaicas – Editora SEFER, 1ª reedição, Rio de Janeiro/RJ, 2006.
•Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
•Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
•Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
•Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
•Bíblia de estudos Dake – Editora CPAD e Atos, Rio de Janeiro/RJ, edição 2009
•TÜNNERMANN, Rudi. As reformas de Neemias: a reconstruçao de Jerusalém e a reorganização de Judá. Editora Sinodal, São Paulo/SP, 2011
•COLLEY, Peter. Perseverança: a qualidade de um vencedor. Biblioteca 24 horas. São Paulo/SP, 1º Edição, 2011.
•PACKER, J. I. Neemias: Paixão Pela Fidelidade. Editora CPAD, Rio de Janeiro/RJ, 2010

Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O SEMEAR E O CUIDAR

Mateus 13.1-9
TENDO Jesus saído de casa, naquele dia, estava assentado junto ao mar;
2 E ajuntou-se muita gente ao pé dele, de sorte que, entrando num barco, se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia.
3 E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.
4 E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na;
5 E outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda;
6 Mas, vindo o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz.
7 E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na.
8 E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta.
9 Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.


O texto de Mateus 13.1-9 nos mostra o descuido que muitos têm demonstrado ao transmitir a Palavra de Deus. Vemos que este semeador simplesmente semeou, para ele não importava se iria brotar, crescer e dar fruto. Era como se não fizesse com amor, apenas cumpria uma obrigação. E, é exatamente assim que muitos fazem hoje.

Esse semeador foi extremamente negligente em sua missão, pois:
• Não cuidou para que as aves não levassem a semente antes que ela se fixasse ao solo;
• Não se importou em limpar o solo dos pedregais, para que as raízes se aprofundassem, e nem tão pouco a protegeu do sol escaldante;
• Não se teve consciência em tirar os espinhos para que não sufocassem a pequenina semente;

A que caiu em boa terra, cresceu e deu fruto porque se virou sozinha. Ele mesmo não zelou.

Grande parte dos semeadores (anunciadores) da atualidade não tem consciência de que devem tratar a individualidade de cada solo (pessoa) para que a semente (a Palavra de Deus) venha a enraizar-se em seu interior, e enraizando possa crescer e dar fruto. Não há amor pelas almas, não há amor para com o SENHOR, o dono da semente e do solo que deve ser semeado.

A negligência desses “semeadores” será devidamente “cobrada” pelo SENHOR que lhe confiou a guarda da semente (palavra) e o cuidado com o solo (as vidas humanas que a ELE pertence).

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

LIÇÃO 10 – O EXERCÍCIO MINISTERIAL NA CASA DO SENHOR

JOVENS E ADULTOS – CPAD
4º Trimestre 2011
Tema: Neemias – Integridade e coragem em tempos de crise
Comentarista: Elinaldo Renovato


LIÇÃO 10 – O EXERCÍCIO MINISTERIAL NA CASA DO SENHOR


Texto Bíblico: Neemias 13.1-8.


Texto Áureo:
“Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel” (1 Co 4.2 — ARA).


OBJETIVOS
Conscientizar-se de que o líder deve ser comprometido com o Reino de Deus.
Saber que os recursos financeiros na Casa de Deus devem ser administrados com transparência e fidelidade.
Compreender que as ofertas e dízimos são importantes para a expansão do Evangelho.

INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, veremos o quanto é necessário que os servos de Deus, ou seja, que todos os que ocupam funções na Igreja sejam fiéis em tudo, para que não venha causar dano à Obra de Deus. Não importa que cargo exerça, em relação ao SENHOR são apenas administradores, são mordomos que terão de prestar contas de sua mordomia, e principalmente das almas das ovelhas do Sumo Pastor que lhes foi confiada.

É importante ressaltar que o texto de 1 Corintios 4.2, retrata os ministros como despenseiros da “família de Deus”, e como tal, são encarregados de cuidar e alimentar a família do Proprietário, e ser extremamente fiel em todos os seus atos, sendo zeloso com o que lhe foi confiado, pois teriam de prestar contas ao proprietário.

Da mesma maneira os ministros do evangelho devem agir, não devem expor, nem dispor de nada menos e nem nada além da vontade de Deus em Sua Obra.


I. A CONTAMINAÇÃO DO MINISTÉRIO
Na lição passada vimos como Neemias após o término da reconstrução dos muros de Jerusalém, se preocupou em dedicá-los ao SENHOR, com um grande culto, onde sumo sacerdote, sacerdotes e levitas se purificaram-se e ao povo, e juntos se alegraram na presença de Deus.

Nisso podemos observar que a tarefa de Neemias era dupla: física e espiritual.
Não bastasse a reconstrução física de Jerusalém, tinha também sobre seus ombros a responsabilidade de reconstruir Jerusalém espiritualmente. O zelo com que ele servia a Deus, fez com que agisse de forma enérgica, retirando do templo, toda a contaminação, conduzindo o povo a verdadeiramente servir a Deus com fidelidade.

Completado o tempo que Neemias havia solicitado a Artaxerxes para dirigir-se a Jerusalém a fim de reconstruí-la, como fiel servo do rei persa, ele ausenta-se momentaneamente para logo retomar seu trabalho. Pois, ainda que Neemias tenha se preocupado em restabelecer os sacrifícios, dízimos e ofertas e o culto no templo, ele tinha conhecimento de que as bases não estavam de todo sólidas, pois havia contato de alguns nobres de Jerusalém com Tobias, através de cartas, pois haviam se aparentado.

Neemias discretamente intentava em seu retorno, no prazo estabelecido pelo soberano persa, solicitar novo retorno com maior autoridade para tratar de certos desvios doutrinários por parte desses nobres e sacerdotes, que nesta gestão ele não possuía.

Assim Neemias parte, segundo o Dr. Shedd, é possível que tenha permanecido em Susã por mais de um ano. Nesse ínterim, o que parecia estar distante do povo de Deus (pois haviam assinado documento em que se comprometiam cumprir o que na Torah estava escrito), penetra sorrateiramente no templo, através de casamentos misto e privilégios abusivos do sacerdote.


I. 1. Casamento misto do sacerdote
Os filhos de Israel foram precavidos pela Lei de Moisés que jamais deveriam casar-se com mulheres estranhas, a fim de não se afastarem dos retos caminhos do Senhor (Êx 34.12-15/Dt 7.1-3). No entanto, apesar da advertência o erro foi cometido.

Aproveitando a ausência temporária de Neemias, o sacerdote Eliasibe, que presidia a câmara da casa do Senhor, resolveu transgredir este mandamento aparentando-se com a família de Tobias, o amonita, que se opôs a Neemias na reconstrução de Jerusalém.

A instrução paulina à igreja quanto a esta união é a de total reprovação. O apóstolo denominou-a de “jugo desigual”, quando exortou os crentes de Corinto dizendo: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas. E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel” (2 Co 6.14,15)

Se um cristão não pode cometer tal erro, o que dizer de um cristão que exerce liderança, como foi o caso de Eliasibe, o sacerdote? O apóstolo Paulo também instruiu à cerca do comportamento adequado de um ministro de Deus quando disse: “Além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel” (I Co 4.2).

Portanto, associar-se com Tobias é aparentar-se com o mundo e com aqueles cujas obras Deus aborrece (Tg 4.4; I Jo 2:15). Sejamos resolutos em fazer a vontade de Deus, como o salmista, ao ponto de amarmos o que Deus ama, e odiarmos o que Deus odeia: “Não porei coisa má diante dos meus olhos. Odeio a obra daqueles que se desviam; não se me pegará a mim” (Sl 101.3).


I. 2. Privilégios abusivos
Não bastasse o primeiro terrível erro cometido pelo sacerdote Eliasibe, ainda cometeu outro, favorecendo Tobias, permitindo que este residisse nas dependências do Santo Templo do SENHOR, numa câmara bem grande, “onde dantes se depositavam as ofertas de alimentos, o incenso, os utensílios, os dízimos do grão, do mosto e do azeite, que se ordenaram para os levitas, cantores e porteiros, como também a oferta alçada para os sacerdotes” (Ne 13.5).

Havia duas transgressões neste ato de Eliasibe, além de se aparentar com o inimigo do povo de Deus (Tobias), ainda colocou um amonita dentro do templo. Quando Israel peregrinava no deserto, Balaque o rei dos moabitas, contratou Balaão a fim de que amaldiçoasse o povo do Senhor. E não conseguindo desta forma, foi aconselhado de que promovesse festas pagãs a fim de fazer pecar o povo do Senhor. Por isso, Deus havia prevenido Israel de que jamais deixasse um amonita ou moabita entrar dentro do templo (Dt 23.3-6).

Semelhantemente, não podemos agir como este sacerdote, permitindo que pessoas que não comungam da nossa fé tenham tanta intimidade conosco. Jamais devemos ceder espaço em nossa vida, família, igreja a coisas que por Deus são condenadas. Sigamos, pois o exemplo de Jesus que disse: “Já não falarei muito convosco, porque se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em mim” (Jo 14.30).

Devido a este ato, o povo parou de contribuir com dízimos e ofertas, já que o local onde eram depositadas agora se tornara moradia de Tobias. Assim os levitas já não recebiam seu sustento, “de maneira que os levitas e os cantores, que faziam a obra, tinham fugido cada um para a sua terra.” (Ne 13.10) para trabalharem e se sustentarem. Veja quantas conseqüências resulta de uma má administração de obreiros que se deixam levar por “supostas amizades” que na verdade, são opositores da obra de Deus.

Vemos que a começar pelo sumo sacerdote, houve falha na separação, no serviço e na santificação na Casa de Deus, misturaram-se com os ímpios e profanaram as coisas sagradas.


II. A JUSTA INDIGNAÇÃO DO HOMEM DE DEUS
É simplesmente admirável como Neemias após retornar a Jerusalém, não ficou passivo diante dessas abominações e reage ao pecado do sacerdote Eliasibe, conforme o relato bíblico:
“E voltando a Jerusalém, compreendi o mal que Eliasibe fizera para Tobias, fazendo-lhe uma câmara nos pátios da casa de Deus, o que muito me desagradou, de sorte que lancei todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara” (Ne 13.7,8).

Com essa atitude, o servo de Deus, demonstrou possuir as seguintes características:
1. Zelo: Ao arrancar os móveis de Tobias de dentro da câmara que estava nos pátios da casa de Deus, Neemias, estava zeloso pela causa divina. Segundo o dicionário esta palavra significa: dedicação, desvelo, diligência em qualquer serviço. Foi esta mesma atitude que Jesus Cristo revelou ao se deparar com o comércio irreverente que havia dentro do Templo: “E disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes, e não façais da casa de meu Pai casa de venda. E os seus discípulos lembraram-se do que está escrito: O zelo da tua casa me devorará” (Jo 2.16,17);

2. Firmeza: Se Neemias fosse um líder que apenas usasse a emoção, jamais tiraria o amonita com seus móveis de dentro da câmara do templo, considerando que foi o sacerdote Eliasibe quem o colora. No entanto, ele demonstra firmeza em seu propósito, desagradando o sacerdote, porém agradando a Deus. Conforme o dicionário a palavra firme significa: sólido, seguro, inalterável, resoluto, decidido. Assim, devemos nos comportar diante deste mundo que dia a dia nos convida a andarmos em seu curso, no entanto, nós devemos permanecer andando conforme a Palavra de Deus (Sl 119.103);

3. Fidelidade: Esta terceira característica de Neemias, sem dúvida, é a principal delas. Pois, nenhum líder poderá obter êxito em seu trabalho para Deus, se não fizer com lealdade, honradez, pontualidade, exatidão e veracidade. Neemias demonstrou fidelidade, honestidade, e transparência na administração dos recursos financeiros, trazendo a memória do povo o compromisso com os dízimos e com as ofertas que sustentavam os levitas, restituindo aos seus cargos os tesoureiros que cuidariam deste importante negócio (Ne 5.9-12; 12.44; 13.5,12). Deus preza pela fidelidade dos seus servos (Nm 12.7; I Sm 12.24; I Co 4.2). Isto Jesus deixa claro, ao contar a parábola dos dez talentos. Nesta ilustração, podemos perceber que o senhor que concedeu os talentos a três dos seus servos, lhes dá um prazo para que possam com eles render lucros. Ao retornar, o senhor começa a conferir o resultado que eles obtiveram, e a sua palavra com os que procederam corretamente, teve pelos menos três significados:

Palavra da aprovação: “E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel.” (Mt 25.21a).
Palavra da promoção: “... Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei...” (Mt 25.21b).
Palavra da recompensa: “... entra no gozo do teu senhor” (Mt 25.21c).


CONCLUSÃO
Neemias nos ensina que não devemos tolerar os pecados de outros que venham a prejudicar a Obra de Deus. Contudo devemos buscar a direção de Deus, na oração e na Palavra afim de que possamos agir dentro da Vontade DELE.

Neemias antes de agir convocou o povo e leu a Lei do SENHOR antes de tomar qualquer atitude, demonstrando estar agindo dentro dos preceitos divinos (Ne 13.1-3), e em todo o seu relato é mencionado sua constante oração.

Todo aquele que é chamado por Deus a fim de exercer liderança sobre o seu povo deve se portar diante de Deus, da igreja e dos homens como um fiel homem de Deus, tendo por objetivo agradá-lO em todo o seu proceder. Não importa que as pessoas não gostem, nossa preocupação deve ser em agradar Aquele que nos alistou para esta batalha.


FONTES CONSULTADAS
• VINE, Dicionário. Editora CPAD – 3ª Edição/2003
• COENEN, Lothar; BROWN, Colin. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento
• STRONG, Léxico de. – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
• Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã – Editora Vida Nova – Edição 2009
• RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia – Editora CPAD
• Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
• Bíblia Hebraica (Por David GORODOVITS e Jairo FRIDlIM) – Baseada no Hebraico e à luz do Talmud e das Fontes Judaicas – Editora SEFER, 1ª reedição, Rio de Janeiro/RJ, 2006.
• Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
• Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
• Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
• Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
• Bíblia de estudos Dake – Editora CPAD e Atos, Rio de Janeiro/RJ, edição 2009
• TÜNNERMANN, Rudi. As reformas de Neemias: a reconstruçao de Jerusalém e a reorganização de Judá. Editora Sinodal, São Paulo/SP, 2011
• COLLEY, Peter. Perseverança: a qualidade de um vencedor. Biblioteca 24 horas. São Paulo/SP, 1º Edição, 2011.
• PACKER, J. I. Neemias: Paixão Pela Fidelidade. Editora CPAD, Rio de Janeiro/RJ, 2010

Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br

terça-feira, 1 de novembro de 2011

CPAD - LIÇÃO 6 – NEEMIAS LIDERA UM GENUÍNO AVIVAMENTO

JOVENS E ADULTOS – CPAD
4º Trimestre 2011Tema: Neemias – Integridade e coragem em tempos de crise
Comentarista: Elinaldo Renovato


LIÇÃO 6 – NEEMIAS LIDERA UM GENUÍNO AVIVAMENTO


Texto Bíblico: Neemias 8.1-3,5,6,9,10.


Texto Áureo:
“E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação [...] E leu nela [...] desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e sábios; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei” (Ne 8.2,3 – ARC).


OBJETIVOSSaber que um genuíno avivamento só pode ocorrer a partir do estudo e da prática da Palavra de Deus.
Compreender que a Bíblia é a inerrante e infalível Palavra de Deus.
Conscientizar-se de que o genuíno avivamento ocorre quando há entendimento da Palavra de Deus.


INTRODUÇÃO
Avivamento (ainda que possa usar o termo - reavivamento) é movimento dentro do cristianismo, e/ou, protestantismo que enfatiza um retorno mais pleno a Deus. Movimento que impulsiona o ser humano em toda a sua natureza: emotiva, efetiva, intelectual e racional conduzindo-o a um viver mais espiritual. Tornando-o mais revigoroso, agindo com maior totalidade à chamada divina. Podemos dizer que é um renascimento da fé, da vocação. Um retorno ao principio, quando do encontro do ser com Deus.


Definição do vocábulo:
Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa:
Reavivamento
sm.
1. Ação ou resultado de reavivar, de fazer reviver:
[F.: reavivar + -mento.]

Vejamos a definição de avivar:
Avivar
v.
1. Tornar (-se) mais forte, mais ativo
2. Tornar (-se) mais vivo, ativo, animado ou visível.
3. Tornar (-se) mais vivo, alerta.
4. Trazer à mente, à memória.

Vemos neste relato do cap. 8, uma necessidade que sempre se repete na historia do povo de Deus – o reavivamento. Chega a ser surpreendente que apesar de tanto empenho, dedicação e perseverança demonstrado no trabalho de restauração dos muros, não tenha despertado a fé dos moradores de Judá. Porém isso nos mostra de forma inegável, que a Palavra de Deus é a única ferramenta usada pelo Espírito de Deus, não somente para a conversão, mas também para reavivar o ser humano


I. O POVO SE AJUNTOU NA PRAÇA PARA OUVIR A LEITURA DA LEI
Após haver concluído a restauração dos muros ao redor de Jerusalém, e o povo já estar devidamente instalados em suas residências, o povo reunir-se para ouvir a Palavra de Deus. Alguns estudiosos e historiadores sugerem que o cap. 8 de Neemias se encaixa na continuação da chegada de Esdras na Judéia, ou depois em Esdras cap. 10, se assim fosse o nome de Neemias nesta passagem seria uma adição posterior. Bem, debates à parte, o importante é que através do trabalho conjunto desses servos de Deus, o povo foi reavivado em sua fé.


1. Reunidos para ouvir a Lei
Todo o povo se reuniu na rua diante da Porta das Águas, e a Escritura Sagrada nos afirma que o povo se reuniu como um só, para fazer um pedido à liderança – que trouxessem e lessem o Livro da Lei de Moisés que o SENHOR Deus havia prescrito para a nação israelita. Que pedido maravilhoso!

Segundo o relato bíblico, Esdras estava sobre um estrado, uma plataforma de madeira, para que fosse visto por todos ali presentes (Ne 8.4) e ao seu lado se posicionaram treze sacerdotes (Matitias, e Sema, e Anaías, e Urias, e Hilquias, e Maaséias; e à sua mão esquerda, Pedaías, e Misael, e Malquias, e Hasum, e Hasbadana, e Zacarias, e Mesulão), e quando Esdras iniciou a leitura, todo o povo ficou em pé e levantando as maos aos céus dizera: Amém! Inclinado-se com os rostos em terra diante do SENHOR Deus de Israel.

É interessante ressaltar que não somente os sacerdotes se posicionaram, mas também os levitas (Jesua, e Bani, e Serebias, e Jamim, e Acube, e Sabetai, e Hodias, e Maaséias, e Quelita, e Azarias, e Jozabade, e Hanã, e Pelaías), explicavam a Lei para o povo de forma clara e distinta para que todos pudessem compreender a leitura.

Que diferença dos que atualmente se autodenominam de “levitas” que acham que seu oficio é somente cantar e/ou, tocar, e quando chega ao momento da pregação da Palavra de Deus saem para fora da igreja, para conversar, e/ou, enviar mensagens, ou acessar redes sociais da internet através de seus celulares, em pleno horário que deveria ser dedicado unicamente para cultuar a Deus. Não é de se admirar que cantem “músicas gospels” que nada têm da Palavra de Deus, pois esses tais “levitas”, não conhecem a Deus e muito menos a Sua Palavra.


II. O ENTENDIMENTO DA PALAVRA GEROU O AVIVAMENTO
Durante sete dias, seis horas por dia, Esdras leu o livro da Lei (Ne 8.3, 18). Essa leitura pública da instrução (Torah) de Deus trouxe um verdadeiro arrependimento ao povo, resultando em um grande e verdadeiro reavivamento espiritual, pois recompor o povo nos preceitos divinos é impossível sem a Sagradas Escrituras.
O reavivamento que se seguiu foi marcado por:
a. Humilhação – expressa no jejum, roupas de saco e pó em suas cabeças;
b. Exclusão das práticas pecaminosas adquiridas com os estrangeiros;
c. Confissão de pecados
d. Anseio pelo estudo da Palavra de Deus
Os itens acima se enquadram em todos os relatos de reavivamento, tanto nos relatos bíblicos como nos modernos.

Só o ensino genuíno da Palavra de Deus produz um verdadeiro avivamento no meio do povo de Deus. Todos os verdadeiros avivamentos na história de Israel, no seio da igreja e ao longo dos séculos, só tiveram resultados duradouros quando começaram e prosseguiram alicerçados na Palavra de Deus. Vejamos alguns exemplos do que produz um genuíno avivamento:
• O genuíno reavivamento produz uma mudança de vida. (Rm 8.15-17; Rm 11.1-2; 2 Co 5.14-17);
• O genuíno reavivamento ilumina a mente e a razão com a Palavra e com o Espírito. (Rm 11.1-2; 1Ts 5.23; 2 Pe 3.18; Ec 7.25; 1Co 2.14- 16; Pv 1.5, Pv 3.13, Pv 4.5, Pv 14.33, Pv 19.8; Ec 9.16-18; Cl 1.9; Tg 1.5, Tg 3.17);
• O genuíno reavivamento produz frutos do Espírito Santo. (G1 5.16-26; Ef 5.18);
• O genuíno reavivamento age no ser total (Jr 31.31-33; Ez 36.25-28; ITs 5.23);
• O genuíno reavivamento produz unidade cristã. (1 Co 12.4-7; At 4.32);
• O genuíno reavivamento tem a oração como elemento fundamental. (Rm 12.12; Cl 4.2; 1Tm 2.1-2);
• O genuíno reavivamento produz um autêntico quebrantamento. (1 Pe 5.6; Sl 51.112; Rm 5.1; Ef 2.16-18).


III. OS RESULTADOS DO GENUÍNO REAVIVAMENTO
O AT descreve diversos avivamentos que ocorreram no meio do povo de Deus, tais como: reinado de Asa (2 Cr 15. 1-15); no reinado de Joás (2 Rs 11 e 12); no reinado de Ezequias (2 Rs 18. 4-7); no reinado de Josias (2 Rs 22 e 23); nos dias de Esdras e Neemias (Ne 8.1-18; 9.1-38), além de outros. Todos eles ocorreram em momentos de crise moral e espiritual, e tiveram como resultado:
• Obediência aos mandamentos divinos (2 Rs 18.6; 2 Rs 22.2; 23.3; Ne 9.38);
• Retorno do culto ao Senhor (2 Cr 15.8; II Rs 23.21-23; Ne 8.13-18);
• Destruição dos ídolos (2 Cr 15.8; 2 Rs 18.4; 2 Rs 23.4-20);
• Arrependimento, confissão e abandono do pecado (2 Rs 22.11; Ne 9.1-3);
• Entrega de ofertas e holocaustos ao Senhor (2 Cr 15.11; 2 Rs 11.11; 22.4-7);
• Prosperidade espiritual (2 Rs 18.6; 23.25);
• Oração sincera (Ed 8.21-23),
• Busca à Palavra de Deus (Ed 7.10),
• O temor ao Senhor (Ed 10.1)
• Louvor agradável a Deus (Ed 3.10,11).


CONCLUSÃO
Vivemos tempos difíceis, em meio a uma sociedade corrompida e perversa. Nestes dias de densas trevas, urge que a Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo compreenda a posição que deve ocupar na terra – LUZ para iluminar e mostrar “O CAMINHO”.

Tenho ouvido muitas pessoas falarem acerca da necessidade de um reavivamento, porém os meios pelas quais querem utilizar para esse reavivamento, jamais o produzirá. Pois intentam fazer com louvorzão, encontros “animados” repleto de positivismo – “você é uma benção”; “Deus hoje está te dando vitória”, e etc., etc.

Temos visto no decorrer da lição de hoje que somente a pregação da genuína Palavra de Deus produzirá arrependimento e confissões de pecados. Não é um “positivismo patético afirmando que sou uma benção”. É eu reconhecer que preciso mudar de atitude, que preciso deixar as práticas pecaminosas: “o tramar contra meus irmãos” (fofoca); a exclusão (ignorar certas pessoas) que Deus ama e que Jesus morreu por elas. Enfim, deixar tudo o que sei (minha consciência me diz) que desagrada a Deus.

É lembrar que a maravilhosa graça divina me alcançou, me levou a cruz, e é através dela que prossigo no “CAMINHO”. Não é decretando isso ou aquilo que estou em Cristo, é vivendo no cotidiano a Sua Palavra. Deus é o mais interessado que a Igreja seja avivada, para que ocorram muitas conversões, milagres, curas, batismo com o Espírito Santo e manifestação dos dons espirituais. Por isso, busquemos, com todo fervor e devoção o genuíno avivamento, sabendo que o Senhor Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e eternamente (Hb 13.8). Avivamento, portanto, não é desvio, é volta. Avivamento não é sair da rota, é voltar para o caminho. Avivamento não é inovação, é restauração. Avivamento não é fuga da Bíblia, é volta para a Bíblia.


FONTES CONSULTADAS
• VINE, Dicionário. Editora CPAD – 3ª Edição/2003
• COENEN, Lothar; BROWN, Colin. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento
• STRONG, Léxico de. – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
• Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã – Editora Vida Nova – Edição 2009
• RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia – Editora CPAD
• Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
• Bíblia Hebraica (Por David GORODOVITS e Jairo FRIDlIM) – Baseada no Hebraico e à luz do Talmud e das Fontes Judaicas – Editora SEFER, 1ª reedição, Rio de Janeiro/RJ, 2006.
• Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
• Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
• Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
• Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
• Bíblia de estudos Dake – Editora CPAD e Atos, Rio de Janeiro/RJ, edição 2009
• TÜNNERMANN, Rudi. As reformas de Neemias: a reconstruçao de Jerusalém e a reorganização de Judá. Editora Sinodal, São Paulo/SP, 2011
• COLLEY, Peter. Perseverança: a qualidade de um vencedor. Biblioteca 24 horas. São Paulo/SP, 1º Edição, 2011.

Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br