quarta-feira, 30 de novembro de 2011

LIÇÃO 10 – O EXERCÍCIO MINISTERIAL NA CASA DO SENHOR

JOVENS E ADULTOS – CPAD
4º Trimestre 2011
Tema: Neemias – Integridade e coragem em tempos de crise
Comentarista: Elinaldo Renovato


LIÇÃO 10 – O EXERCÍCIO MINISTERIAL NA CASA DO SENHOR


Texto Bíblico: Neemias 13.1-8.


Texto Áureo:
“Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel” (1 Co 4.2 — ARA).


OBJETIVOS
Conscientizar-se de que o líder deve ser comprometido com o Reino de Deus.
Saber que os recursos financeiros na Casa de Deus devem ser administrados com transparência e fidelidade.
Compreender que as ofertas e dízimos são importantes para a expansão do Evangelho.

INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, veremos o quanto é necessário que os servos de Deus, ou seja, que todos os que ocupam funções na Igreja sejam fiéis em tudo, para que não venha causar dano à Obra de Deus. Não importa que cargo exerça, em relação ao SENHOR são apenas administradores, são mordomos que terão de prestar contas de sua mordomia, e principalmente das almas das ovelhas do Sumo Pastor que lhes foi confiada.

É importante ressaltar que o texto de 1 Corintios 4.2, retrata os ministros como despenseiros da “família de Deus”, e como tal, são encarregados de cuidar e alimentar a família do Proprietário, e ser extremamente fiel em todos os seus atos, sendo zeloso com o que lhe foi confiado, pois teriam de prestar contas ao proprietário.

Da mesma maneira os ministros do evangelho devem agir, não devem expor, nem dispor de nada menos e nem nada além da vontade de Deus em Sua Obra.


I. A CONTAMINAÇÃO DO MINISTÉRIO
Na lição passada vimos como Neemias após o término da reconstrução dos muros de Jerusalém, se preocupou em dedicá-los ao SENHOR, com um grande culto, onde sumo sacerdote, sacerdotes e levitas se purificaram-se e ao povo, e juntos se alegraram na presença de Deus.

Nisso podemos observar que a tarefa de Neemias era dupla: física e espiritual.
Não bastasse a reconstrução física de Jerusalém, tinha também sobre seus ombros a responsabilidade de reconstruir Jerusalém espiritualmente. O zelo com que ele servia a Deus, fez com que agisse de forma enérgica, retirando do templo, toda a contaminação, conduzindo o povo a verdadeiramente servir a Deus com fidelidade.

Completado o tempo que Neemias havia solicitado a Artaxerxes para dirigir-se a Jerusalém a fim de reconstruí-la, como fiel servo do rei persa, ele ausenta-se momentaneamente para logo retomar seu trabalho. Pois, ainda que Neemias tenha se preocupado em restabelecer os sacrifícios, dízimos e ofertas e o culto no templo, ele tinha conhecimento de que as bases não estavam de todo sólidas, pois havia contato de alguns nobres de Jerusalém com Tobias, através de cartas, pois haviam se aparentado.

Neemias discretamente intentava em seu retorno, no prazo estabelecido pelo soberano persa, solicitar novo retorno com maior autoridade para tratar de certos desvios doutrinários por parte desses nobres e sacerdotes, que nesta gestão ele não possuía.

Assim Neemias parte, segundo o Dr. Shedd, é possível que tenha permanecido em Susã por mais de um ano. Nesse ínterim, o que parecia estar distante do povo de Deus (pois haviam assinado documento em que se comprometiam cumprir o que na Torah estava escrito), penetra sorrateiramente no templo, através de casamentos misto e privilégios abusivos do sacerdote.


I. 1. Casamento misto do sacerdote
Os filhos de Israel foram precavidos pela Lei de Moisés que jamais deveriam casar-se com mulheres estranhas, a fim de não se afastarem dos retos caminhos do Senhor (Êx 34.12-15/Dt 7.1-3). No entanto, apesar da advertência o erro foi cometido.

Aproveitando a ausência temporária de Neemias, o sacerdote Eliasibe, que presidia a câmara da casa do Senhor, resolveu transgredir este mandamento aparentando-se com a família de Tobias, o amonita, que se opôs a Neemias na reconstrução de Jerusalém.

A instrução paulina à igreja quanto a esta união é a de total reprovação. O apóstolo denominou-a de “jugo desigual”, quando exortou os crentes de Corinto dizendo: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas. E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel” (2 Co 6.14,15)

Se um cristão não pode cometer tal erro, o que dizer de um cristão que exerce liderança, como foi o caso de Eliasibe, o sacerdote? O apóstolo Paulo também instruiu à cerca do comportamento adequado de um ministro de Deus quando disse: “Além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel” (I Co 4.2).

Portanto, associar-se com Tobias é aparentar-se com o mundo e com aqueles cujas obras Deus aborrece (Tg 4.4; I Jo 2:15). Sejamos resolutos em fazer a vontade de Deus, como o salmista, ao ponto de amarmos o que Deus ama, e odiarmos o que Deus odeia: “Não porei coisa má diante dos meus olhos. Odeio a obra daqueles que se desviam; não se me pegará a mim” (Sl 101.3).


I. 2. Privilégios abusivos
Não bastasse o primeiro terrível erro cometido pelo sacerdote Eliasibe, ainda cometeu outro, favorecendo Tobias, permitindo que este residisse nas dependências do Santo Templo do SENHOR, numa câmara bem grande, “onde dantes se depositavam as ofertas de alimentos, o incenso, os utensílios, os dízimos do grão, do mosto e do azeite, que se ordenaram para os levitas, cantores e porteiros, como também a oferta alçada para os sacerdotes” (Ne 13.5).

Havia duas transgressões neste ato de Eliasibe, além de se aparentar com o inimigo do povo de Deus (Tobias), ainda colocou um amonita dentro do templo. Quando Israel peregrinava no deserto, Balaque o rei dos moabitas, contratou Balaão a fim de que amaldiçoasse o povo do Senhor. E não conseguindo desta forma, foi aconselhado de que promovesse festas pagãs a fim de fazer pecar o povo do Senhor. Por isso, Deus havia prevenido Israel de que jamais deixasse um amonita ou moabita entrar dentro do templo (Dt 23.3-6).

Semelhantemente, não podemos agir como este sacerdote, permitindo que pessoas que não comungam da nossa fé tenham tanta intimidade conosco. Jamais devemos ceder espaço em nossa vida, família, igreja a coisas que por Deus são condenadas. Sigamos, pois o exemplo de Jesus que disse: “Já não falarei muito convosco, porque se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em mim” (Jo 14.30).

Devido a este ato, o povo parou de contribuir com dízimos e ofertas, já que o local onde eram depositadas agora se tornara moradia de Tobias. Assim os levitas já não recebiam seu sustento, “de maneira que os levitas e os cantores, que faziam a obra, tinham fugido cada um para a sua terra.” (Ne 13.10) para trabalharem e se sustentarem. Veja quantas conseqüências resulta de uma má administração de obreiros que se deixam levar por “supostas amizades” que na verdade, são opositores da obra de Deus.

Vemos que a começar pelo sumo sacerdote, houve falha na separação, no serviço e na santificação na Casa de Deus, misturaram-se com os ímpios e profanaram as coisas sagradas.


II. A JUSTA INDIGNAÇÃO DO HOMEM DE DEUS
É simplesmente admirável como Neemias após retornar a Jerusalém, não ficou passivo diante dessas abominações e reage ao pecado do sacerdote Eliasibe, conforme o relato bíblico:
“E voltando a Jerusalém, compreendi o mal que Eliasibe fizera para Tobias, fazendo-lhe uma câmara nos pátios da casa de Deus, o que muito me desagradou, de sorte que lancei todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara” (Ne 13.7,8).

Com essa atitude, o servo de Deus, demonstrou possuir as seguintes características:
1. Zelo: Ao arrancar os móveis de Tobias de dentro da câmara que estava nos pátios da casa de Deus, Neemias, estava zeloso pela causa divina. Segundo o dicionário esta palavra significa: dedicação, desvelo, diligência em qualquer serviço. Foi esta mesma atitude que Jesus Cristo revelou ao se deparar com o comércio irreverente que havia dentro do Templo: “E disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes, e não façais da casa de meu Pai casa de venda. E os seus discípulos lembraram-se do que está escrito: O zelo da tua casa me devorará” (Jo 2.16,17);

2. Firmeza: Se Neemias fosse um líder que apenas usasse a emoção, jamais tiraria o amonita com seus móveis de dentro da câmara do templo, considerando que foi o sacerdote Eliasibe quem o colora. No entanto, ele demonstra firmeza em seu propósito, desagradando o sacerdote, porém agradando a Deus. Conforme o dicionário a palavra firme significa: sólido, seguro, inalterável, resoluto, decidido. Assim, devemos nos comportar diante deste mundo que dia a dia nos convida a andarmos em seu curso, no entanto, nós devemos permanecer andando conforme a Palavra de Deus (Sl 119.103);

3. Fidelidade: Esta terceira característica de Neemias, sem dúvida, é a principal delas. Pois, nenhum líder poderá obter êxito em seu trabalho para Deus, se não fizer com lealdade, honradez, pontualidade, exatidão e veracidade. Neemias demonstrou fidelidade, honestidade, e transparência na administração dos recursos financeiros, trazendo a memória do povo o compromisso com os dízimos e com as ofertas que sustentavam os levitas, restituindo aos seus cargos os tesoureiros que cuidariam deste importante negócio (Ne 5.9-12; 12.44; 13.5,12). Deus preza pela fidelidade dos seus servos (Nm 12.7; I Sm 12.24; I Co 4.2). Isto Jesus deixa claro, ao contar a parábola dos dez talentos. Nesta ilustração, podemos perceber que o senhor que concedeu os talentos a três dos seus servos, lhes dá um prazo para que possam com eles render lucros. Ao retornar, o senhor começa a conferir o resultado que eles obtiveram, e a sua palavra com os que procederam corretamente, teve pelos menos três significados:

Palavra da aprovação: “E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel.” (Mt 25.21a).
Palavra da promoção: “... Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei...” (Mt 25.21b).
Palavra da recompensa: “... entra no gozo do teu senhor” (Mt 25.21c).


CONCLUSÃO
Neemias nos ensina que não devemos tolerar os pecados de outros que venham a prejudicar a Obra de Deus. Contudo devemos buscar a direção de Deus, na oração e na Palavra afim de que possamos agir dentro da Vontade DELE.

Neemias antes de agir convocou o povo e leu a Lei do SENHOR antes de tomar qualquer atitude, demonstrando estar agindo dentro dos preceitos divinos (Ne 13.1-3), e em todo o seu relato é mencionado sua constante oração.

Todo aquele que é chamado por Deus a fim de exercer liderança sobre o seu povo deve se portar diante de Deus, da igreja e dos homens como um fiel homem de Deus, tendo por objetivo agradá-lO em todo o seu proceder. Não importa que as pessoas não gostem, nossa preocupação deve ser em agradar Aquele que nos alistou para esta batalha.


FONTES CONSULTADAS
• VINE, Dicionário. Editora CPAD – 3ª Edição/2003
• COENEN, Lothar; BROWN, Colin. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento
• STRONG, Léxico de. – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
• Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã – Editora Vida Nova – Edição 2009
• RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia – Editora CPAD
• Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
• Bíblia Hebraica (Por David GORODOVITS e Jairo FRIDlIM) – Baseada no Hebraico e à luz do Talmud e das Fontes Judaicas – Editora SEFER, 1ª reedição, Rio de Janeiro/RJ, 2006.
• Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
• Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
• Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
• Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
• Bíblia de estudos Dake – Editora CPAD e Atos, Rio de Janeiro/RJ, edição 2009
• TÜNNERMANN, Rudi. As reformas de Neemias: a reconstruçao de Jerusalém e a reorganização de Judá. Editora Sinodal, São Paulo/SP, 2011
• COLLEY, Peter. Perseverança: a qualidade de um vencedor. Biblioteca 24 horas. São Paulo/SP, 1º Edição, 2011.
• PACKER, J. I. Neemias: Paixão Pela Fidelidade. Editora CPAD, Rio de Janeiro/RJ, 2010

Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br

terça-feira, 1 de novembro de 2011

CPAD - LIÇÃO 6 – NEEMIAS LIDERA UM GENUÍNO AVIVAMENTO

JOVENS E ADULTOS – CPAD
4º Trimestre 2011Tema: Neemias – Integridade e coragem em tempos de crise
Comentarista: Elinaldo Renovato


LIÇÃO 6 – NEEMIAS LIDERA UM GENUÍNO AVIVAMENTO


Texto Bíblico: Neemias 8.1-3,5,6,9,10.


Texto Áureo:
“E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação [...] E leu nela [...] desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e sábios; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei” (Ne 8.2,3 – ARC).


OBJETIVOSSaber que um genuíno avivamento só pode ocorrer a partir do estudo e da prática da Palavra de Deus.
Compreender que a Bíblia é a inerrante e infalível Palavra de Deus.
Conscientizar-se de que o genuíno avivamento ocorre quando há entendimento da Palavra de Deus.


INTRODUÇÃO
Avivamento (ainda que possa usar o termo - reavivamento) é movimento dentro do cristianismo, e/ou, protestantismo que enfatiza um retorno mais pleno a Deus. Movimento que impulsiona o ser humano em toda a sua natureza: emotiva, efetiva, intelectual e racional conduzindo-o a um viver mais espiritual. Tornando-o mais revigoroso, agindo com maior totalidade à chamada divina. Podemos dizer que é um renascimento da fé, da vocação. Um retorno ao principio, quando do encontro do ser com Deus.


Definição do vocábulo:
Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa:
Reavivamento
sm.
1. Ação ou resultado de reavivar, de fazer reviver:
[F.: reavivar + -mento.]

Vejamos a definição de avivar:
Avivar
v.
1. Tornar (-se) mais forte, mais ativo
2. Tornar (-se) mais vivo, ativo, animado ou visível.
3. Tornar (-se) mais vivo, alerta.
4. Trazer à mente, à memória.

Vemos neste relato do cap. 8, uma necessidade que sempre se repete na historia do povo de Deus – o reavivamento. Chega a ser surpreendente que apesar de tanto empenho, dedicação e perseverança demonstrado no trabalho de restauração dos muros, não tenha despertado a fé dos moradores de Judá. Porém isso nos mostra de forma inegável, que a Palavra de Deus é a única ferramenta usada pelo Espírito de Deus, não somente para a conversão, mas também para reavivar o ser humano


I. O POVO SE AJUNTOU NA PRAÇA PARA OUVIR A LEITURA DA LEI
Após haver concluído a restauração dos muros ao redor de Jerusalém, e o povo já estar devidamente instalados em suas residências, o povo reunir-se para ouvir a Palavra de Deus. Alguns estudiosos e historiadores sugerem que o cap. 8 de Neemias se encaixa na continuação da chegada de Esdras na Judéia, ou depois em Esdras cap. 10, se assim fosse o nome de Neemias nesta passagem seria uma adição posterior. Bem, debates à parte, o importante é que através do trabalho conjunto desses servos de Deus, o povo foi reavivado em sua fé.


1. Reunidos para ouvir a Lei
Todo o povo se reuniu na rua diante da Porta das Águas, e a Escritura Sagrada nos afirma que o povo se reuniu como um só, para fazer um pedido à liderança – que trouxessem e lessem o Livro da Lei de Moisés que o SENHOR Deus havia prescrito para a nação israelita. Que pedido maravilhoso!

Segundo o relato bíblico, Esdras estava sobre um estrado, uma plataforma de madeira, para que fosse visto por todos ali presentes (Ne 8.4) e ao seu lado se posicionaram treze sacerdotes (Matitias, e Sema, e Anaías, e Urias, e Hilquias, e Maaséias; e à sua mão esquerda, Pedaías, e Misael, e Malquias, e Hasum, e Hasbadana, e Zacarias, e Mesulão), e quando Esdras iniciou a leitura, todo o povo ficou em pé e levantando as maos aos céus dizera: Amém! Inclinado-se com os rostos em terra diante do SENHOR Deus de Israel.

É interessante ressaltar que não somente os sacerdotes se posicionaram, mas também os levitas (Jesua, e Bani, e Serebias, e Jamim, e Acube, e Sabetai, e Hodias, e Maaséias, e Quelita, e Azarias, e Jozabade, e Hanã, e Pelaías), explicavam a Lei para o povo de forma clara e distinta para que todos pudessem compreender a leitura.

Que diferença dos que atualmente se autodenominam de “levitas” que acham que seu oficio é somente cantar e/ou, tocar, e quando chega ao momento da pregação da Palavra de Deus saem para fora da igreja, para conversar, e/ou, enviar mensagens, ou acessar redes sociais da internet através de seus celulares, em pleno horário que deveria ser dedicado unicamente para cultuar a Deus. Não é de se admirar que cantem “músicas gospels” que nada têm da Palavra de Deus, pois esses tais “levitas”, não conhecem a Deus e muito menos a Sua Palavra.


II. O ENTENDIMENTO DA PALAVRA GEROU O AVIVAMENTO
Durante sete dias, seis horas por dia, Esdras leu o livro da Lei (Ne 8.3, 18). Essa leitura pública da instrução (Torah) de Deus trouxe um verdadeiro arrependimento ao povo, resultando em um grande e verdadeiro reavivamento espiritual, pois recompor o povo nos preceitos divinos é impossível sem a Sagradas Escrituras.
O reavivamento que se seguiu foi marcado por:
a. Humilhação – expressa no jejum, roupas de saco e pó em suas cabeças;
b. Exclusão das práticas pecaminosas adquiridas com os estrangeiros;
c. Confissão de pecados
d. Anseio pelo estudo da Palavra de Deus
Os itens acima se enquadram em todos os relatos de reavivamento, tanto nos relatos bíblicos como nos modernos.

Só o ensino genuíno da Palavra de Deus produz um verdadeiro avivamento no meio do povo de Deus. Todos os verdadeiros avivamentos na história de Israel, no seio da igreja e ao longo dos séculos, só tiveram resultados duradouros quando começaram e prosseguiram alicerçados na Palavra de Deus. Vejamos alguns exemplos do que produz um genuíno avivamento:
• O genuíno reavivamento produz uma mudança de vida. (Rm 8.15-17; Rm 11.1-2; 2 Co 5.14-17);
• O genuíno reavivamento ilumina a mente e a razão com a Palavra e com o Espírito. (Rm 11.1-2; 1Ts 5.23; 2 Pe 3.18; Ec 7.25; 1Co 2.14- 16; Pv 1.5, Pv 3.13, Pv 4.5, Pv 14.33, Pv 19.8; Ec 9.16-18; Cl 1.9; Tg 1.5, Tg 3.17);
• O genuíno reavivamento produz frutos do Espírito Santo. (G1 5.16-26; Ef 5.18);
• O genuíno reavivamento age no ser total (Jr 31.31-33; Ez 36.25-28; ITs 5.23);
• O genuíno reavivamento produz unidade cristã. (1 Co 12.4-7; At 4.32);
• O genuíno reavivamento tem a oração como elemento fundamental. (Rm 12.12; Cl 4.2; 1Tm 2.1-2);
• O genuíno reavivamento produz um autêntico quebrantamento. (1 Pe 5.6; Sl 51.112; Rm 5.1; Ef 2.16-18).


III. OS RESULTADOS DO GENUÍNO REAVIVAMENTO
O AT descreve diversos avivamentos que ocorreram no meio do povo de Deus, tais como: reinado de Asa (2 Cr 15. 1-15); no reinado de Joás (2 Rs 11 e 12); no reinado de Ezequias (2 Rs 18. 4-7); no reinado de Josias (2 Rs 22 e 23); nos dias de Esdras e Neemias (Ne 8.1-18; 9.1-38), além de outros. Todos eles ocorreram em momentos de crise moral e espiritual, e tiveram como resultado:
• Obediência aos mandamentos divinos (2 Rs 18.6; 2 Rs 22.2; 23.3; Ne 9.38);
• Retorno do culto ao Senhor (2 Cr 15.8; II Rs 23.21-23; Ne 8.13-18);
• Destruição dos ídolos (2 Cr 15.8; 2 Rs 18.4; 2 Rs 23.4-20);
• Arrependimento, confissão e abandono do pecado (2 Rs 22.11; Ne 9.1-3);
• Entrega de ofertas e holocaustos ao Senhor (2 Cr 15.11; 2 Rs 11.11; 22.4-7);
• Prosperidade espiritual (2 Rs 18.6; 23.25);
• Oração sincera (Ed 8.21-23),
• Busca à Palavra de Deus (Ed 7.10),
• O temor ao Senhor (Ed 10.1)
• Louvor agradável a Deus (Ed 3.10,11).


CONCLUSÃO
Vivemos tempos difíceis, em meio a uma sociedade corrompida e perversa. Nestes dias de densas trevas, urge que a Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo compreenda a posição que deve ocupar na terra – LUZ para iluminar e mostrar “O CAMINHO”.

Tenho ouvido muitas pessoas falarem acerca da necessidade de um reavivamento, porém os meios pelas quais querem utilizar para esse reavivamento, jamais o produzirá. Pois intentam fazer com louvorzão, encontros “animados” repleto de positivismo – “você é uma benção”; “Deus hoje está te dando vitória”, e etc., etc.

Temos visto no decorrer da lição de hoje que somente a pregação da genuína Palavra de Deus produzirá arrependimento e confissões de pecados. Não é um “positivismo patético afirmando que sou uma benção”. É eu reconhecer que preciso mudar de atitude, que preciso deixar as práticas pecaminosas: “o tramar contra meus irmãos” (fofoca); a exclusão (ignorar certas pessoas) que Deus ama e que Jesus morreu por elas. Enfim, deixar tudo o que sei (minha consciência me diz) que desagrada a Deus.

É lembrar que a maravilhosa graça divina me alcançou, me levou a cruz, e é através dela que prossigo no “CAMINHO”. Não é decretando isso ou aquilo que estou em Cristo, é vivendo no cotidiano a Sua Palavra. Deus é o mais interessado que a Igreja seja avivada, para que ocorram muitas conversões, milagres, curas, batismo com o Espírito Santo e manifestação dos dons espirituais. Por isso, busquemos, com todo fervor e devoção o genuíno avivamento, sabendo que o Senhor Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e eternamente (Hb 13.8). Avivamento, portanto, não é desvio, é volta. Avivamento não é sair da rota, é voltar para o caminho. Avivamento não é inovação, é restauração. Avivamento não é fuga da Bíblia, é volta para a Bíblia.


FONTES CONSULTADAS
• VINE, Dicionário. Editora CPAD – 3ª Edição/2003
• COENEN, Lothar; BROWN, Colin. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento
• STRONG, Léxico de. – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
• Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã – Editora Vida Nova – Edição 2009
• RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia – Editora CPAD
• Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
• Bíblia Hebraica (Por David GORODOVITS e Jairo FRIDlIM) – Baseada no Hebraico e à luz do Talmud e das Fontes Judaicas – Editora SEFER, 1ª reedição, Rio de Janeiro/RJ, 2006.
• Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
• Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
• Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
• Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
• Bíblia de estudos Dake – Editora CPAD e Atos, Rio de Janeiro/RJ, edição 2009
• TÜNNERMANN, Rudi. As reformas de Neemias: a reconstruçao de Jerusalém e a reorganização de Judá. Editora Sinodal, São Paulo/SP, 2011
• COLLEY, Peter. Perseverança: a qualidade de um vencedor. Biblioteca 24 horas. São Paulo/SP, 1º Edição, 2011.

Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br

O Governo da Igreja

Resenha do texto: O Governo da Igreja
Jaciara da Silva


Introdução
Os lideres da igreja precisam ter sempre em mente, que é Deus o legítimo e único governo dela. Precisam manter a meta por Ele estabelecida, ou seja, que a igreja é uma comunidade de serviço, e que todos os seus membros são discípulos (alunos), Daquele que veio para servir e não para Ser servido.

O Governo da Igreja
O texto “O Governo da Igreja”, o autor Carlos Caldas nos apresenta os modelos que as denominações adotam para administrar: Congregacional, Episcopal, Presbiteriano e Misto. Sendo uma instituição a Igreja precisa de um governo, precisa ser administrada, porém cada modelo de governo acima apresentado tem pontos favoráveis e pontos problemáticos.

O apóstolo Paulo ao despedir-se da Igreja de Éfeso, demonstrou grande preocupação com a o futuro da comunidade cristã, tendo em vista as características de certos obreiros locais, e advertiu a Igreja de que na sua ausência se introduziram no meio dela, e seriam como lobos devoradores destruindo as ovelhas do rebanho de Cristo.
“Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si.” (At. 20.29,30 - ARC).

O trabalho do pastor é vigiar (1 Pe. 5.8); admoestar (1 Ts 5.12); expor a Palavra para edificar (1 Tm. 4.6), ou seja, pastorear é guardar o rebanho dos perigos espirituais e mantê-lo alimentado de forma a desenvolver-lhe o crescimento e o amadurecimento espiritual.

Não importa a forma de modelo escolhida, sempre foi e continua sendo muito necessário que pastores com ministérios aprovados, experientes e com comunhão íntima com Deus, cuidem e alimente a Igreja, é lamentável não vermos isso com freqüência. O que vemos são lobos devoradores, que tiram a lã das ovelhas, não as abriga, nem as alimenta devidamente.

Esquecem-se que foram chamados para servir, e buscam poder. É uma politicagem desenfreada e sem escrúpulos por posição de liderança para agir ao seu bel prazer, trazendo destruição ao rebanho de Cristo, retrocesso ao reino de Deus entre a humanidade, e grande sofrimento aos servos fiéis que zelam por cumprir o “Ide” de Jesus.

Os autênticos líderes (pastores) da Igreja devem “gerar” filhos na fé, e com eles manterem a mesma relação de confiança, lealdade e colaboração que vemos entre Paulo e Timóteo; Paulo e Tito. O amor com que o apostolo Paulo zelava da Igreja, fazia com que ele preparasse obreiros para cuidar do rebanho. Infelizmente não vemos isso hoje, vemos lideres amantes de aduladores sem escrúpulos, como bem frisou Judas em sua epístola:
“Os tais são murmuradores, são descontentes, andando segundo as suas paixões. A sua boca vive propalando grandes arrogâncias; são aduladores dos outros, por motivos interesseiros.” (Jd. 1.16 - ARA).

E Judas continua exortando que tais, trarão destruição e divisão ao rebanho:
Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras anteriormente proferidas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo, os quais vos diziam: No último tempo, haverá escarnecedores, andando segundo as suas ímpias paixões. São estes os que promovem divisões, sensuais, que não têm o Espírito. (Jd. 1.17-19 - ARA).

Considerações finais
Não importa a forma escolhida para administrar a igreja, todas têm problemas, todas são passiveis de corrupção. A liderança eclesiástica deve ter sempre em mente que são servos, servos de Cristo e do rebanho a eles confiado. Ser servo e servir com alegria deve ser o alvo constante de cada líder, somente assim cumprirá com eficiência a função de ministro do evangelho de Cristo.

Referências bibliográficas

CALDAS, Carlos. Fundamentos da teologia da Igreja: O governo da Igreja. São Paulo; Editora Mundo Cristão, 2007, PP. 73-83.

MOUTINHO, Manuel da Silva. Ensino, Organização e Governo da Igreja. Portugal; Editora Letras d’Ouro, 2007.