quinta-feira, 20 de outubro de 2011

CPAD LIÇÃO 4 – COMO ENFRENTAR A OPOSIÇÃO Á OBRA DE DEUS

JOVENS E ADULTOS – CPAD
4º Trimestre de 2011
Tema:
Neemias – Integridade e coragem em tempos de crise
Comentarista: Elinaldo Renovato


LIÇÃO 4 – COMO ENFRENTAR A OPOSIÇÃO Á OBRA DE DEUS


Texto Bíblico: Neemias 3.1-3,6,13-15.


Texto Áureo:
“Porém nós oramos ao nosso Deus e pusemos uma guarda contra eles, de dia e de noite, por causa deles” (Ne 4.9 – ARC).


OBJETIVOS
• Identificar a oposição ferrenha dos adversários de Neemias.
• Compreender a importância da união do povo de Deus diante da oposição.
• Saber que a oração e a vigilância devem ser prioridades na vida cristã.


INTRODUÇÃO
Um líder sendo orientado por Deus, não teme oposição. Ele sabe que a peleja não é dele, mas de Deus.

I. OPOSIÇÃO FERRENHA
“Sambalate, o horonita, e Tobias, o oficial amonita, ficaram muito irritados quando viram que havia gente interessada no bem dos israelitas.” (Ne 2.10 – NVI).


I. 1. A ira dos adversários
“E os nossos inimigos diziam: Antes que descubram qualquer coisa ou nos vejam, estaremos bem ali no meio deles; vamos matá-los e acabar com o trabalho deles.”(Ne 4.11 – NVI).

Para reconstruir os muros Neemias sofreu ataques inimigos.
Ao longo do relato da construção, há referências à oposição da Obra pelos povos vizinhos.
• Os arábicos eram liderados por Gesém (Ne 2.19), segundo estudiosos, era líder da federação árabe de Cedar, cujo território se estendia até o sul da Transjordãnia e da Palestina
• Os amonitas eram liderados por Tobias (Ne 2.19).
• Os asdoditas (Filisteu) provavelmente foram incitado por Sambalate, que governava Samaria.

Eles não queriam deixar Jerusalém ficar forte e próspera, e fizeram tudo que foi possível para intimidar o povo e impedir a obra:
 Os ridicularizam (2.19)
 Escarneceram (4.1,2)
 Conspiração para atacar e criar confusão (4.7,8)
 Usaram opressão interna, fruto de suas próprias iniqüidades (5.1-5)
 Planejaram fazer mal a Neemias (6.1,2)
 Criaram distração (6.4)
 Espalharam difamações para instigar o medo (6.5-7)
 Desenvolveram plano interno para desacreditar o líder (6.10)
 Usaram relações secretas quando Tobias enviou cartas para assustar Neemias (6.18,19)

J. Stafford Wright comentando os relatos dos caps. 4 a 6.14 de Neemias, vê quatro maneiras como o povo de Deus é constantemente atacado
1. Com sarcasmo desencorajador (4.1-6)
2. Ataques que causam distração (6.4)
3. Desunião interna (5.1-19)
4. Falsas acusações (6.1-14)

Alguns estudiosos afirmam que Sambalate trouxe um exército de samaritanos a Jerusalém para zombar de Neemias e dos trabalhadores judeus. Apesar de todas essas armações dos inimigos, Neemias mantinha os olhos em Deus, e nós devemos fazer assim também.


II. INIMIGOS FORA E DESÂNIMO DENTRO
O termo para inimigos aqui, é o termo hebraico sar, que significa “causar dano”. A intenção de Sambalate, Tobias e Gesém eram causar grandes danos ao judeus.

Com tamanha oposição, era natural que o desanimo começasse a surgir no intimo do povo. Eram muitas insinuações, mentiras, zombarias. Diante das adversidades externas e internas, Neemias reagiu imediatamente:
• Com oração (4.9).
• Estando preparado para o ataque (4.9).
• Distribuiu o povo (4.13).
• Armou o povo (4.13).

Neemias colocou sua esperança em Deus, e essa certeza que irradiava de seu ser,através de mais atitudes do que palavras, convenciam os judeus a confiarem nele. Suas orações eram cotidianas, colocando diante de Deus suas preocupações, e pedindo auxilio, e Deus respondeu orientando-lhe em suas ações

Assim Neemias elaborou um plano:
• Metade trabalhava a outra metade vigiava (4.16).
• Os carregadores, uma mão com espada e a outra com a carga (4.17).
• Os edificadores traziam a espada na cinta (4.18).
• Todos estavam prontos (4.23).
• Vigiando (4.21).
• Não se descuidando (4.22-23). Ao que tudo indica muitos judeus não passavam as noites na cidade, mas voltavam para suas aldeias, e essa atitude além de tomar tempo precioso também fazia com que a cidade ficasse desprotegida à noite, e desta feita exposta aos ataques inimigos. Neemias então orienta o povo a ficar na cidade e trabalhar o dia e servir de guarda durante a noite.
• Sendo sábio (Ne 6.1-4).

São impressionantes as elaboradas defesas militares elaboradas pó Neemias, apesar de ter poucos recursos. Ao saber que os inimigos planejava ataques a cada região da cidade (4.11-12), Neemias colocou guardas armados em detrás do muro (4.13), nas partes mais baixa, onde não podiam ser vistos, para que pudessem neutralizar rapidamente o inimigo se tentasse escalar o muro.

Outros guardas aramados foram colocados sobre os muros, nos lugares mais altos, para que pudessem atrapalhar o inimigo jogando dardos e pedras. Também tomou o cuidado de coordenar as famílias, posicionando-as de forma a se ajudarem mutuamente, não somente suscitando um desejo maior de proteção mutua, como fortalecendo os laços fraternos e de comunhão.


CONCLUSÃO
Sejamos firmes! Neemias não confiava em sí mesmo, porém dizia: "O Deus do céu é quem nos dará bom êxito”.

A vontade de Deus é a nossa santificação, e de acordo com Pedro temos que adicionar à nossa fé a perseverança, não dê ouvidos ao inimigo, mas prossigamos fazendo a Obra de Deus , portanto, Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo, levantemos e edifiquemo-nos Naquele que nos chamou, e não desanimemos, pois há brechas a serem fechadas, e inimigos a serem vencidos.


FONTES CONSULTADAS
• VINE, Dicionário. Editora CPAD – 3ª Edição/2003
• STRONG, Léxico de. – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
• RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia – Editora CPAD
• Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
• Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
• Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
• Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
• Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
• Bíblia NVI. 9ª Edição. Editora Geográfica. São Paulo/SP, 2000.
• TÜNNERMANN, Rudi. As reformas de Neemias: a reconstruçao de Jerusalém e a reorganização de Judá. Editora Sinodal, São Paulo/SP, 2011
• COLLEY, Peter. Perseverança: a qualidade de um vencedor. Biblioteca 24 horas. São Paulo/SP, 1º Edição, 2011.
• BEACON. Comentário Bíblico Vl. 2. Editora CPAD, Rio de Janeiro/RJ, 1ª Edição, 2006.

Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

CPAD LIÇÃO 3 – APRENDENDO COM AS PORTAS DE JERUSALÉM

JOVENS E ADULTOS – CPAD
4º Trimestre 2011
Tema: Neemias – Integridade e coragem em tempos de crise
Comentarista: Elinaldo Renovato


LIÇÃO 3 – APRENDENDO COM AS PORTAS DE JERUSALÉM


Texto Bíblico: Neemias 3.1-3,6,13-15.


Texto Áureo:
“Assim, edificamos o muro, e todo o muro se cerrou até sua metade; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar” (Ne 4.6 – ARC)


Ao Mestre
Tendo em vista de que, na lição já está mencionando as portas de Jerusalém e seus significados, optei por apresentar-lhes por outro prisma. Partindo da leitura diária, iremos discorrer acerca da edificação espiritual do cristão.

Neemias 1.3,4 nos mostra quão grande impacto que a situação de Jerusalém causou neste servo de Deus: “E disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém, fendido, e as suas portas, queimadas a fogo. E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.”

Além da miséria e desprezo, havia muros fendidos, portas queimadas a fogo. Como bem disse o comentarista da lição: “Nessas condições, Jerusalém tornava-se presa fácil para os inimigos. A única solução era reerguer as portas e reconstruir os muros, apesar do desconforto da crise”.

Assim como Jerusalém, nossas vidas devem ser edificadas em Cristo, é a única forma de não sermos presa fácil ao inimigo de nossas almas.
O v.3: “... as suas portas, queimadas a fogo”, segundo Wilhelm Geseinus, Hebrãisches und aramãiches Handwõrterbuch über das Atle Testament, p. 661, a tradução literal seria “rasgadas” tal como carne humana. Nesse sentido, temos de fechar esses rasgos, edificando-nos, afim de que não sejamos achados em miséria espiritual e a mercê do inimigo.

Neemias teve consciência da situação, por isso a noticia teve grande impacto em sua vida, logo que a ouviu, ele assentou-se, chorou e lamentou. Muitos fazem isso, mas não basta lamentar, temos de tomar uma atitude. Primeiro Neemias esteve jejuando e orando perante o Deus dos céus e em seguida tomou a decisão de se levantar, ir e edificar o que estava fendido.
Façamos como Neemias, oremos diante do Deus dos céus, mas também “levantemos-nos e edifiquemos e não estejamos mais em opróbrio” (2.17).


INTRODUÇÃO
O vocábulo edificar (gr. oikodome) é usado para expressar o sentido de crescimento espiritual e desenvolvimento do caráter dos crentes através do ensino da Palavra, e do serviço fiel ao Mestre. Esse substantivo grego é usado figurativamente no Novo Testamento, no sentido de edificação, ou seja, da promoção de um crescimento espiritual que nos aproxima mais do caráter de Cristo.


I. JESUS EDIFICA A SUA IGREJA
“Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt 16.18 – ARC)

Neste texto, vemos que Jesus mais uma vez se afasta da multidão a fim de instruir os seus discípulos. Ele se encontrava em Cesaréia de Felipe (v. 13). Essa cidade havia sido construída por Felipe, filho de Herodes, o Grande e recebeu o nome de Cesaréia em honra ao imperador Tibério César. O antigo nome da cidade era Panéias, nome que sobrevive até aos dias atuais, como a moderna Banias.

Nas suas proximidades ainda existem penhascos que trazem as marcas do antigo culto ao deus Pan. Era um local muito apropriado para a confissão da divindade de Jesus aos seus discípulos. Seu ministério terreno havia chegado a um ponto crucial. O ministério público na Galiléia havia se encerrado e Sua jornada em direção ao Calvário logo seria iniciada. Jesus desejava compartilhar mais de Si com os discípulos, para que eles tivessem uma fé sólida em Sua missão como Messias a fim de que eles pudessem num futuro muito próximo levar adiante Seus ensinos, anunciando as Boas Novas de salvação.

É neste local de culto idólatra, que Jesus virando para os discípulos faz uma pergunta: “Quem dizem os homens ser o filho do homem?” (v.13), então Ele ouve dos discípulos várias respostas: João Batistas; Elias: Jeremias ou um dos profetas (v.14). Mas, o objetivo de Jesus ia além de uma pergunta e dessas respostas. Ele havia escolhido doze homens e passou três anos ensinando-lhes uma vocação – seguir a ELE. Estes discípulos presenciaram milagres, já haviam realizado uma jornada missionária, sempre estavam recebendo instrução particular, estavam mais que preparados para responder a indagação que Jesus faria a seguir:
“E vós, quem dizeis que eu sou?” (v.15). Em meio ao silencio dos demais, Pedro diz com convicção: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” (v.16)

Essa confissão de Pedro não somente reconhece Jesus Cristo como o Messias esperado, como também Sua natureza divina. Jesus após explicar que foi Deus Pai, Quem revelou a Pedro, faz uma declaração: “... sobre esta Pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (v.18)

A afirmação de Jesus é que Ele edificaria a sua Igreja e as portas do inferno não iriam prevalecer. A edificação da Igreja não cabe a homem algum, é um trabalho exclusivo do Senhor. Nessa edificação Ele necessita de pedras para sua edificação, assim como no Velho Testamento para edificar o Templo havia a necessidade de pedras, assim também hoje há necessidade de pedras, só que agora são pedras vivas, a Igreja é edificada com pessoas, resgatadas do “lamaçal”, e santificadas, ou seja, purificadas com a lavagem da água pela Palavra (Ef 5.26).

Jesus edifica a sua Igreja quando Ele trabalha nas pedras. Quando o Senhor Jesus Cristo foi crucificado, ali nos fomos formados conforme afirmação em 1 Pedro 2.4,5 e Isaias 51.1, de acordo com essa afirmação devemos olhar para a Rocha da qual fomos extraídos isso está de acordo com Hebreus 12.2, Jesus é a Rocha para a qual devemos fixar nossos olhos, pois somente NELE somos nova criação (2 Co. 5.17).

Quando as rochas são colocadas nos seus devidos lugares, a função delas como Templo é de oferecer sacrifícios espirituais. Se não estivermos com nossos olhos fixos em Cristo e não o deixarmos trabalhar em nossas vidas, não poderemos estar bem ajustado e consolidado, para efetuar o aumento como diz em Efésios 4.16, é impossível haver um trabalhar de cada parte, se essas partes não estão esculpidas, lapidadas. Deixemos o nosso escultor Jesus Cristo nos preparar para a edificação da Sua Igreja, lapidando-nos de forma a sermos pedras vivas com perfeito “encaixe” (comunhão uns com os outros) para edificação do edifício espiritual (2 Co 5.1; Ef 2.21).

II. O PRUDENTE EDIFICA SOBRE A ROCHA
“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.” (Mt 7.24,25)

No final do sermão do monte, no evangelho de Mateus, o Senhor termina com uma exposição clara sobre edificação, mas de uma edificação individual, ou seja, da nossa responsabilidade, pois se trata de "sua casa" (1 Pe 2.5).

No sermão o Senhor Jesus expôs as bases do cristianismo, porém seus ouvintes teriam de fazer mais do que apenas ouvi-LO. O Senhor Jesus cita dois tipos de homens e faz uma comparação em relação à construção de uma casa. Um homem é prudente e outro insensato; tanto um como outro têm uma mesma característica: o de ouvir. Mas o que diferencia um do outro é que a realidade do ouvir está em colocar em prática aquilo que ouviu. E o que revela a aptidão de cada um, é o local onde é edificada a casa; uma na rocha e outra na areia. A casa é a nossa vida. Se ela for construída ou edificada de qualquer forma, nunca teremos segurança e estabilidade na vida. Viveremos sempre preocupados, inseguros, intimidados, ansiosos, porque nossos valores estarão trocados, nosso coração estará apenas na dimensão terrena. Rocha significa firmeza, solidez, estabilidade, uma vida com bases e alicerces bíblicos e visão para o alto.

Nesta atitude prática, o Espírito Santo nos conduz a edificar a casa no lugar certo, ou seja, na rocha. Esta passagem somente é comentada novamente no evangelho de Lucas, o qual descreve alguns detalhes que podemos salientar:
 Aquele que vem
 Ouve as minhas palavras
 E as pratica

Edificar sobre a rocha, na época do ministério terreno de Jesus, não era tão fácil. Naquele tempo a humanidade não possuía recursos como britadeira ou dinamite. Cavar fundo na rocha resultaria em horas de trabalho árduo e provavelmente com uma talhadeira. Serviço que exigiria muita dedicação, determinação e perseverança.

Por essa razão que afirmo que uma vida “edificada na rocha” não se adquire através de um “relacionamento superficial” com Cristo, como muitos hoje dentro das igrejas mantêm. São crentes apenas no domingo à noite, para “louvar” e “receber e levar para casa a sua benção”.

Para ser edificado sobre a Rocha é necessário dedicação, determinação e perseverança diárias, para “cavarmos fundo e lançarmos os alicerces sobre a Rocha”. Spurgeon em um de seus escritos afirma: “Se formos fracos em nossa comunhão com Deus, seremos fracos em tudo”.

Dentro deste aspecto, o Senhor faz uma comparação. Nesta passagem é relatado que ir em direção a Ele, nos permite ouvir, mas não somente isso é suficiente, o resultado daquele que ouve está no fruto da sua reação, ou seja, colocar em prática, e com isso aprender a desfrutar e conhecer mais e mais a Cristo, nesse conhecimento crescente estaremos nos arraigando e sendo edificados NELE, como o apostolo Paulo escreveu aos colossenses:
“Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai Nele, arraigados e edificados Nele e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, crescendo em ação de graças” (Cl 2.6,7)


III. EDIFICADOS SOBRE CRISTO“Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus; edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor, no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito.” (Ef 2.19-22)

A epístola de Paulo aos Efésios nos traz grandes picos espirituais. Paulo ficou tempo suficiente em Éfeso para alicerçar os cristãos na Rocha. E neste texto em particular, o apóstolo lhes afirma que não são mais “estrangeiros” (gr. xenoi este termo grego denota visitantes estrangeiros sem direito na comunidade), nem “forasteiros” (gr. paroikoi, que denota residentes estrangeiros com direitos limitados e temporários turistas). Paulo enfatiza que todos os que mantêm uma relação com Deus na qualidade de ‘redimidos’, não são inferior aos judeus como povo peculiar de Javé, pois são “concidadãos dos Santos e da família de Deus” assim os cristãos compartilham de todos os direitos e privilégios do povo e família de Deus.

Segundo o cap. 2 de Éfesios, todos os que aceitam a Jesus como Salvador, possuem as seguintes características:
 Estão em Cristo (v.13)
 Estão perto de Deus através do sangue de Cristo (v.13)
 Estão em paz com Deus (v.14)
 Estão reconciliados com Deus (v.16)
 São parte da igreja, corpo de Cristo (vv.15,16)
 Estão aptos para ter acesso à presença de Deus (v.18)
 São concidadãos dos céus (v.19)
 Estão edificados sobre o verdadeiro fundamento – Cristo (v.20; 1 Co 3.11)
 São morada (habitação) de Deus (v.22)
Se prestarmos atenção notaremos, que todos os que passam por uma genuína conversão, estão inseridos nos verbos estar e ser.

Os vocábulos gregos oikos e oikis são frequentemente usados no sentido literal de “casa” (Mt 2.11; 7.24-27; 9.7; Mc 7.30) e no sentido simples e metafórico de “família” (Mt 13.57; Mc 6.4; Jo 6.4; 4.53; 1 Co 1.16; 16.15; 2 Tm 1.16; etc.). O escritor aos Hebreus também usa o mesmo termo para ‘casa’: “mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão-somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim.” (Hb 3.6 – ARC)

Paulo aos Efésios 2.19-22 mostra que as idéias que se contêm nos termos “casa de Deus” e “templo de Deus” naturalmente se complementam. Neste texto há nada menos que seis derivados de oikos (sem, porém, haver a própria palavra oikos) se empregam para descrever a realidade espiritual que deve haver entre os cristãos – a comunhão, a unidade.

Em várias passagens no N.T., os cristão são exortados a permitirem que sejam edificados como pedras espirituais para formarem uma casa espiritual [aikodomeõ] (1 Pe 2.4,5), afim de que possam apresentar sacrifícios espirituais para Deus como sacerdócio santo. É nesse prisma que os cristão são identificados como “casa de Deus”, Igreja do Deus vivo, pilar e baluarte da verdade (1 Tm 3.15)

Urge, portanto, a necessidade de nos edificarmos em Cristo.
O apóstolo Paulo em vários textos, usa termos que nos mostram que para tal posição é necessário um alicerce (1 Co 3.10-12; 2 Tm 2.19) firme – Cristo como pedra angular (At 4.11)


CONCLUSÃO
Aprendamos, portanto com a edificação dos muros e portas de Jerusalém. Devemos fechar as fendas, e não deixar as portas desguarnecidas, se não quisermos ser apanhados de surpresa pelo inimigo. Façamos agora uma reflexão: “Como está minha vida como casa e morada de Deus?”
Se o Espírito Santo te mostrar que “sua casa” está com os muros fendidos e as portas queimadas e rasgadas, faça como Neemias, lamente e chore prostrado em oração diante de Deus, levante-se e comece a edificar-se em Cristo, tendo em mente que edificar sobre a Rocha requer dedicação, determinação e perseverança diárias, para “cavarmos fundo e lançarmos os alicerces profundos”.

Lembre-se que o chamado de Neemias para servir a Deus é um acontecimento relatado como algo natural que acontece na vida de um servo (a) de Deus. Não há nada de “místico”, "esotérico” ou “extraordinário”. Ele estava no desenvolvimento de suas atividades quando Deus o chama para realizar uma grande obra. Ele não estava no Templo orando para que Deus lhe mostrasse a Sua vontade, não estava numa reunião de oração de muito "poder". Neemias estava na "cidadela de Susã desenvolvendo sua atividade profissional. Aqui, podemos estabelecer um paralelo, entre o chamado de Neemias, e o nosso próprio chamado.
Então levantemo-nos e edifiquemo-nos como edifício espiritual, morada de Deus, Igreja do Deus vivo, pilar e baluarte da verdade, antes que a trombeta soe e não haja tempo para fazer mais nada.


FONTES CONSULTADAS
• VINE, Dicionário. Editora CPAD – 3ª Edição/2003
• COENEN, Lothar; BROWN, Colin. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento
• STRONG, Léxico de. – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
• Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã – Editora Vida Nova – Edição 2009
• RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia – Editora CPAD
• Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
• Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
• Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
• Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
• Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
• Bíblia de estudos Dake – Editora CPAD e Atos, Rio de Janeiro/RJ, edição 2009
• TÜNNERMANN, Rudi. As reformas de Neemias: a reconstruçao de Jerusalém e a reorganização de Judá. Editora Sinodal, São Paulo/SP, 2011
• COLLEY, Peter. Perseverança: a qualidade de um vencedor. Biblioteca 24 horas. São Paulo/SP, 1º Edição, 2011.
• BEACON. Comentário Bíblico Vl. 6. Editora CPAD, Rio de Janeiro/RJ, 1ª Edição, 2006,
• BEACON. Comentário Bíblico Vl. 9. Editora CPAD, Rio de Janeiro/RJ, 1ª Edição, 2006.

Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

CPAD LIÇÃO 2 – LIDERANÇA EM TEMPOS DE CRISE

JOVENS E ADULTOS – CPAD
4º Trimestre 2011
Tema: Neemias – Integridade e coragem em tempos de crise
Comentarista: Elinaldo Renovato


LIÇÃO 2 – LIDERANÇA EM TEMPOS DE CRISE


Texto Bíblico: Neemias 2.11-18.


Texto Áureo:
“Então, lhes respondi e disse: O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos; mas vós não tendes parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém” (Ne 2.20 – ARC).


OBJETIVOS DA LIÇÃO
Descrever as principais características da liderança de Neemias.
Compreender os aspectos gerais da liderança de Neemias.
Saber que Neemias possuía um plano bem elaborado para reconstruir Jerusalém.


INTRODUÇÃO
Segundo o relato de alguns estudiosos, um copeiro que desempenhava o serviço a Artaxerxs I, tinha responsabilidades que iam além da alimentação. Como tinha acesso direto ao rei, os copeiros gozavam de sua total confiança de modo a tornarem-se até mesmo seus confidentes. E por essa razão o oficio de copeiro podia ser combinado com outras importantes funções como: chanceler, responsável pela administração, encaminhar e selecionar pessoas para audiências com o rei, etc.

Neemias com certeza não somente gozava da total confiança do rei Artaxerxes, como demonstra possuir capacidade nata para administração, pois ao lermos o cap. 2.1-10 vemos que ao empreender a viagem para Jerusalém, Neemias não somente formulou um pedido oficial de ajuda como apresentou um plano para a reconstrução, pois já levou autorização para passagem bem como que o guarda da floresta fornecesse madeira de construção para as portas da cidadela do templo, para as muralhas da cidade, e para a casa onde iria morar (v.8). como um bom administrador Neemias planejava e elaborava com precisão as tarefas a serem executadas.


I. AS CARACTERISTICAS DE LIDERANÇA DE NEEMIAS
Neemias orou pelo sucesso de seu empreendimento, não apenas pedindo forças para lidar os problemas, contudo o sucesso pelo qual ele orou, não incluía vantagem pessoal, posição ou aclamação publico (como muitos fazem) – ele pediu pela obra de Deus por isso teve vitória.

Quatro meses depois, já no início da primavera, Neemias teve sua oportunidade de agir. O rei Artaxerxes percebeu a tristeza de seu copeiro, e perguntou o motivo.(2.1,2) Neemias explicou a sua preocupação com o povo em Jerusalém. Quando o rei ofereceu ajuda, Neemias orou (2.4) a Deus e fez seus pedidos ao rei:

o Licença para ir a Jerusalém para reedificar a cidade,
o Cartas para assegurar sua passagem pelas províncias no caminho,
o Autorização para o uso de madeiras da floresta na construção.

Pela bondade de Deus, o rei deu tudo que Neemias pediu, e este partiu para Jerusalém.
Porém, a grande função ocupada por Neemias foi a de governador por um tempo limitado (2.6,9; 3.7).

I. 1. Desafios para a administração de Neemias
O líder precisa primeiro entender os problemas antes de propor as soluções.vejamos os problemas enfrentados por Neemias:

Contexto social
Havia injustiça e exploração entre os próprios judeus (Ne 5.1-13):
1. Crescia a desigualdade entre as famílias;
2. Aumentava o desejo de lucro pessoal;
3. A volúpia do lucro também contaminava os sacerdotes.
4. O cenário de Jerusalém era desolador: miséria, humilhação, muralhas em ruínas, portas incendiadas.

Contexto religioso
O povo está confuso. A Pérsia imprimiu um novo ritmo administrativo e cultural: os valores religiosos dos judeus estão sendo questionados. A prática comercial dos persas prejudica a reconstrução e formação sócio-cultural do povo judeu. Por outro lado, há um conflito entre o povo da terra (os que não foram para o exílio) e os exilados que retornaram da Babilônia. Por isso entre o povo, havia falta de identidade de fé:
1. Assimilação de outras práticas religiosas;
2. Dificuldades com os casamentos mistos;
3. Alianças por interesses econômicos;
4. Radicalismos na prática religiosa:

Havia grandes desafios a serem vencidos, afim de que o povo fosse novamente reorganizado como nação, mas Neemias sabia que Aquele que o chamou e o trouxe até ali, o capacitaria para terminar a obra, desde que ele não se esmorecesse.


II. É HORA DE RECONSTRUIR

II. 1. A Vistoria da Obra (2.11-16)
Neemias chegou em Jerusalém sem fanfarra, ou seja, sem alarde, sem pompas, e esperou três dias antes de começar o seu trabalho.

O compromisso de Neemias pode ser notado em dois níveis diferente:
a) o compromisso vertical (com Deus- 2.12-18a)
De um lado podemos observar o quanto Neemias valorizava os encontros secretos com Deus sem fazer alarde ou propaganda para chamar à atenção sobre sua espiritualidade, do outro lado, a clareza com que Neemias percebe sua relação com Deus como aquele que “estivera” sempre com ele V.18a.

b) O compromisso horizontal (com os outros - 2.1-3,10)
Por outro lado, esse compromisso com Deus só encontra sentido para Neemias, na medida que serve para ajudar seus irmãos e concidadãos. A tarefa de liderar não era apenas um ato de cidadania, mas, sobretudo, o resultado do seu encontro com o Deus que sempre está atento ao clamor do seu povo (1.11), para levantar alguém que o possa liderar.

Ele saiu de noite, levando poucos homens, sem anunciar o seu propósito. Naquela noite, Neemias percorreu a cidade de Jerusalém, fazendo vistoria das muralhas. Antes de dar alguma orientação ao povo, ele precisava entender a situação. Ele não falou nada a ninguém... foi pessoalmente olhar o que estava acontecendo – ao invés de criticar os que lá estavam, foi ver os problemas.

E então depois de colher cuidadosamente as informações, considerou a situação e somente então apresentou um estratégia realista e coerente com a situação. Sigamos o exemplo de Neemias – antes de esboçar algo sobre alguma questão que venham te dizer – verifique, sem comentários, sem disse-me-disse.
Os problemas não se resolveram com comentários ou tediosas reuniões, mas com oração, desprendimento, ação e perseverança diante de Deus.


II. 2. O Apelo ao Povo (2.17-18)
Depois de terminar sua vistoria, Neemias falou com o povo e fez seus apelos.
“Então, lhes disse: Bem vedes vós a miséria em que estamos, que Jerusalém está assolada e que as suas portas têm sido queimadas; vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém e não estejamos mais em opróbrio. Então, lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável, como também as palavras do rei, que ele me tinha dito. Então, disseram: Levantemo-nos e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para o bem.”

Ele falou sobre:
o O problema – a miséria do povo,
o A necessidade de agir para resolver o problema, e
o A dependência em Deus para alcançar a solução.

Para resolver qualquer problema espiritual, precisamos considerar as mesmas três coisas. A renovação espiritual frequentemente começa com a visão de uma pessoa. Deus levantou Neemias, e lhe dirigiu – ele compartilhou com entusiasmo e inspirou os lideres e o povo de Jerusalém a reconstruírem os muros.

Porque era tão importante reconstruir os muros? Resposta: Sem os muros não se havia separação dos inimigos, com os muros rachados a cidade estava sem proteção, os inimigos entravam e saiam a hora que queriam, seu paganismo, sua idolatria continuavam dentro dos muros de Jerusalém, Neemias então diz: “edifiquemos os muros e deixemos de ser vergonha.” (2.17).

Um líder deve ter clareza em suas palavras, ser transparente. Agindo assim com certeza terá resposta positiva aos apelos que fizer, pois seus liderados terão confiança em suas palavras.


CONCLUSÃO
O trabalho bem-sucedido no reino de Deus depende da nossa disposição e cooperação. Neemias não pretendeu fazer a obra sozinho. Precisou da cooperação do povo para edificar as muralhas. Os judeus se mostraram dispostos e começaram os seus preparativos para o trabalho de construção.

Hoje vivemos dias de grande individualismo dentro de nossas igrejas – onde cada qual quer fazer o que “acha” – oremos para que o SENHOR tire isso de nosso meio.
Como Igreja, somos um corpo – somos membros (órgãos) uns dos outros – e como tal não podemos viver para nós mesmo porque somos o Corpo de Cristo.
Não sejamos assim.



FONTES CONSULTADAS
•Revista Ensinador Cristão – Ano 12 – Nº 48 - 2011 – CPAD
•Dicionário VINE – Editora CPAD – 3ª Edição/2003
•Léxico de Strong – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
•Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã – Editora Vida Nova – Edição 2009
•Richards, Lawrence O. – Guia do Leitor da Bíblia – Editora CPAD
•Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
•Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
•Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
•Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
•Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
•Zuck , Roy B. - A Teologia do Antigo Testamento
•Tünnermann, Rudi – As reformas de Neemias: a reconstruçao de Jerusalém e a reorganização de Judá. Editora Sinodal, São Paulo/SP, 2011



Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br