quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

CPAD LIÇÃO 13 – A INTEGRIDADE DE UM LÍDER

JOVENS E ADULTOS – CPAD
4º Trimestre 2011
Tema: Neemias – Integridade e coragem em tempos de crise
Comentarista: Elinaldo Renovato


LIÇÃO 13 – A INTEGRIDADE DE UM LÍDER

Texto Bíblico: Neemias 1.5-11.


Texto Áureo:
“Se é ministério, seja em ministrar [...]; o que preside, com cuidado [...]” (Rm 12.7,8 – ARC).


OBJETIVOS
•Compreender que é o SENHOR quem escolhe e prepara líderes para sua obra.
•Descrever algumas das características que um líder de Deus deve possuir.
•Conscientizar-se de que o líder precisa ter uma vida devocional.


INTRODUÇÃOQual a principal característica de um líder? Na verdade são várias as características de um líder e não uma que seja a principal, porém, a Integridade, é uma atitude que poucos possuem e respeitam, mas é de fundamental importância para se ter uma relação de confiança com os membros de sua equipe. Um líder integro respeita seus sentimentos e pensamentos sobre as situações que lhe são apresentadas, não se violentando, e se posicionando de maneira verdadeira, clara e orientativa, de forma a conduzir seus liderados a desenvolver o bom andamento dos objetivos que lhe foram confiados – assim Neemias agiu e por isso teve êxito.

Definição do vocábulo
Segundo o dicionário Aulete da Língua Portuguesa
(in.te.gri.da.de)
sf.
1. Qualidade ou estado do que é inteiro, do que não está menor do que era ou do que deveria ser; INTEIREZA:
2. Estado do que não foi alterado
3. Fig. Qualidade de quem é íntegro, honesto, incorruptível; HONESTIDADE; PROBIDADE:


I. DEUS ESCOLHE E PREPARA LÍDERES PARA A SUA OBRA
“Porque por Ele foram criadas todas as coisas, tanto as que estão nos céus, como as que estão na terra; quer visíveis, quer invisíveis, sejam tronos, domínios, principados, ou potestades; tudo foi criado por ele e para ele." (CL 1.16 )

Escolhi este versículo acima, pois para mim é o que melhor define o termo que desejo usar neste tópico: mordomia.
A palavra “mordomia” define a relação entre o homem e Deus. O SENHOR de todas as coisas, confia a um ser humano mortal e falho a administração do que ELE criou, e até mesmo da própria vida humana da qual teremos de prestar contas de que forma a utilizamos.

O ser humano há de usar as dádivas confiadas por Deus a ele (a) para promover os interesses de Deus no mundo. Um mordomo é aquele a quem são confiados os bens de outros.
O termo grego “mordomo” significa “administrador da casa” (Lc 16.2)

Características distintas do mordomo cristão:
1.Aceita Cristo como o SENHOR (Mt 6.33);
2.Reconhece que Deus é o legítimo DONO de tudo (Sl 24.1, Dt 10.14);
3.Esforça-se por descobrir o propósito de Deus para o uso adequado de cada bem que possua (Lc 12.42, 43);
4.Segue os propósitos de Deus em toda a sua maneira de viver:
a.Reflete o controle de Cristo na aquisição de bens;
b.Dá testemunho do seu amor a Cristo através do uso dos bens materiais (Rm 10:13, Mc 12:41-44).


II. AS CARACTERISTICAS DE UM LÍDER DE DEUS
Vemos que um dos sinônimos de integridade é inteireza, ou seja, a pessoa integra, ela possui honestidade em todas as áreas de sua vida. Onde quer que esteja, demonstra o mesmo proceder.

Se desejamos conhecer a integridade de um líder, observemos os detalhes. Conheçamo-lo na informalidade do lar, no trato com amigos chegados, na conversa ao telefone. Se ele age de uma forma no seu cotidiano e de outra quando está no púlpito ou diante de seus liderados – não há integridade.

O conceito bíblico de sermos fiéis no pouco para sermos colocados no muito pressupõe grau de dificuldade e detalhamento. O pouco nos prova como também nos expõe. É, portanto, no pouco, nos detalhes da vida, que podemos diagnosticar nossas carências e limitações, e ali aprender com o Mestre.

Nas palavras de Platão, o filósofo grego: “Você pode descobrir mais sobre uma pessoa em uma hora de brincadeira do que em um ano de conversa”. A informalidade nos expõe com maior frequência pois nos encontra em estado de espontaneidade.

Um dos desafios mais difíceis que enfrentamos desde nossos primeiros pais é a tradução de nossos valores espirituais e morais para atitudes espirituais e morais em nossa vida diária. Permitam-me listar aqui, dentre tantas atitudes que buscam a construção de um caráter íntegro, algumas que observo de extrema colaboração neste sentido:


1. Calar-se e falar na hora certa
Vivemos em uma sociedade onde o simbolismo é elemento definidor das relações humanas. Assim, valorizamos a comunicação verbal, os discursos, as respostas bem colocadas, o jogo de palavras. Se por um lado isto colabora para desenvolver uma comunicação mais ativa, por outro tem nos levado a esquecer o valor do silêncio.

A integridade de um líder é testada na adversidade e uma das atitudes mais comuns perante a adversidade relacional é o confronto. Frequentemente falamos quando deveríamos nos calar, especialmente em contextos ministeriais onde as críticas nos bastidores ganham a nossa atenção e somos levados a reagir de forma desproporcional, desnecessária ou mesmo inapropriada.

Certamente há momentos de falar, fazer-se ouvir. Mas reconheço que os homens de Deus que tenho conhecido buscavam mais o silêncio do que o confronto verbal perante as adversidades, e faziam a obra de Deus.

A maior dificuldade para se ouvir é quando não é preciso ouvir. Penso aqui em uma figura de autoridade que, em sua presente função, seja um professor, um chefe, um líder de equipe ou um pastor, não precisaria ouvir e poderia tão somente falar. Esse talvez seja um dos maiores e mais frequentes erros. Na verdade é o que mais tenho presenciado, grande parte das lideranças não ouve seus liderados.

2. Não negociar a verdade
Provérbios 12.19 nos diz que “O lábio verdadeiro permanece para sempre; mas a língua mentirosa apenas por um momento”.

Há certos valores que precisam estar sempre presentes em nossas vidas, relacionamento e processos de liderança. Um deles é não negociar a verdade. Isto inclui, de forma especial, a manipulação da verdade. Refiro-me ao evitamento ou maquiagem da verdade para se contornar um problema ou se beneficar de um resultado – isso sempre trará consequências desastrosas e nós como Igreja de Jesus Cristo devemos ter em mente que a cada vacilar que damos, vidas se perdem em condenação eterna, e Deus requererá de nós.

Quando a Palavra de Deus nos ensina que a posição do crente, o seu falar, deve ser “sim sim, não não”o que se advoga não é uma atitude de extremos: ou sim ou não. O assunto aqui é a verdade: dizer sim quando for sim e não quando for não. No cenário do genuíno cristianismo a verdade não pode ser negociada e ela é um dos grandes blocos que constrói uma vida íntegra.

Os motivos que nos levam a fazer algo ou deixar de fazer. A falar e calar. Tais verdades motivacionais precisam ser observadas de perto, pois elas representam o atual estado de nosso coração. Muitos líderes podem desenvolver realizações corretas por motivações erradas. A integridade, que não negocia a verdade seja objetiva ou subjetiva, alimenta um caráter mais parecido com Cristo. Não devemos ter uma verdade circunstancial, mas aquela que denota Cristo. Um líder íntegro jamais negociará a verdade, doa a quem doer, será sempre a verdade que irá prevalecer.


3. Assumir a responsabilidade
Quando nos posicionamos ao lado da verdade normalmente somos chamados a assumir responsabilidades, seja pela irredutível defesa de algo que no senso comum poderia passar desapercebido, seja por falhas e pecados em nossas vidas que precisam ser confrontados, perdoados e abandonados.

Segundo o escritor francês François La Rochefoucauld quase todas as nossas falhas são mais perdoáveis do que os métodos que concebemos para escondê-las. Uma vida íntegra leva em consideração a possibilidade da falha, do pecado e da queda. Ou seja, precisamos assumir a responsabilidade perante nossas atitudes a fim de mantermos a integridade espiritual e moral. E esta é uma das lições mais difíceis de serem aprendidas. O caminho aparentemente mais curto no caso de uma queda (a negação do pecado e sua responsabilidade sobre ele) não é de fato curto, pois não nos leva onde Deus nos quer.

Permita-me endereçar líderes que possuem grande dificuldade de pedir perdão de maneira verbal e clara, ou de voltar atrás em decisões tomadas mesmo quando francamente equivocadas. Esta postura provém de um coração soberbo. Uma soberba que lhe faz pensar (mesmo que não de forma gráfica) sobre a sua superioridade. Talvez nutrida pelo seu conhecimento, ou sua posição de liderança, ou sua função de destaque, seus ganhos e merecimentos. Perceba, porém, que este é o caminho de morte. Seu coração, ao negar procurar o outro e falar: errei, perdoa-me, se lança em uma rota de colisão com o temor do SENHOR e a sabedoria, o entendimento de que somos todos igualmente dependentes da graça de Cristo para viver.

Há também aqueles que, para reconhecerem um erro e assumirem a responsabilidade o fazem sob protesto e acusações. Refiro-me aos que, perante seu próprio pecado, racionalizam que o outro também pecou, ou é um agressor maior, que não foi leal ou submisso. Grande erro. Estas razões não passam de sombras nas quais tentam esconder seus próprios corações da humildade necessária para o quebrantamento.
Nenhum de nós está isento da possibilidade do erro. Uma das admiráveis atitudes de Davi foi justamente assumir integralmente a sua responsabilidade quando Natan, após falar sobre um que roubara a única ovelhinha do vizinho, afirmou: “este homem és tu” (2 Sm 12.1-7). Davi não deu desculpas. Não racionalizou dizendo: outros fizeram pior do que eu. Nem mesmo tentou explicar suas motivações. Caiu de joelhos e colocou-se nas mãos de Deus. O coração de Davi dizia: “sou responsável”, e este se tornou o homem segundo o coração de Deus.

Que Deus nos ajude a administrar o orgulho e a vergonha, também a humilhação, a fim de assumirmos a responsabilidade pelo pecado e seguirmos em frente no perdão transformador do Senhor.


4. Aprender com os erros
Precisamos compreender que integridade não é uma atitude medida pela ausência de erros, mas pela decisão em não repeti-los.Quando assumimos responsabilidades o fazemos também em relação aos nossos erros. Precisamos compreender que integridade é um hábito que se ganha na rotina diária quando procuramos agir de forma pura e justa, e mesmo quando isto não acontece, devemos aprender com nossos erros.

Pensando em líderes devemos compreender o que muito bem foi colocado por Kevin Cashman ao expor que a habilidade que temos de crescer como líderes é limitada pela habilidade de crescermos como pessoas. Jamais devemos distinguir nossa função de liderança (mesmo porque é passageira) de nossa identidade pessoal. Um grande engano em época de empreendedorismo é um auto investimento no perfil de liderança. Não que isto não seja efetivo, porém é passageiro. Investir tempo, forças e energia para se qualificar como um bom líder pode lhe privar de investir tempo, forças e energia para crescer como pessoa e crente. Como líder posso dar-me ao luxo de seguir em frente mesmo tendo cometido erros, porém como pessoa e cristão meus erros, após praticá-los, se tornam minha melhor oportunidade de conserto e crescimento.

Para aprendermos com nossos erros é necessário levá-los a sério. Um temperamento explosivo não é apenas um temperamento forte, mas algo que machuca pessoas, entristece o Espírito Santo pela falta de domínio próprio e nos priva de vivermos mais tranquilos com nossas próprias reações. Para aprendermos com nossos erros é necessário levá-los a sério, conversar com o Deus sobre eles, pedir forças para mudarmos e amadurecermos, para crescermos um pouco mais emm direção a “estatura de varão perfeito – Cristo”.


5. Cuidar do seu coração
O SENHOR sonda nosso coração, portanto é nossa imagem interna, e não externa, que precisa de maior cuidado. Em dias de ufanismo e triunfalismo somos levados a procurar sempre o que nos destaca, ou destaca o nosso trabalho. Um grave engano visto que o SENHOR não sonda nossos relatórios, mas sim nossos corações. Dr Augustus Nicodemus, afirma que Deus não nos chama para termos sucesso sempre, mas sim para sermos fiéis.

Compreender a marcante diferença entre caráter e reputação não pressupõe que faremos uma escolha legítima. É preciso estar disposto a priorizar a verdade. Muitas vezes confundimos inteligência, conhecimento e sabedoria. Podemos aplicar aqui as palavras “a inteligência é uma espada ... o caráter a empunhadeira”, de Bodenstedt, dizendo que é o caráter que delineará a sabedoria no agir. Outras vezes confundimos temperamento brando com bom caráter. Ao contrário, como disse Pierre Azaïz, “o caráter é a esperança do temperamento”. Um temperamento brando, quieto ou mais vagaroso pode dar a impressão de domínio próprio e esconder as paixões mais carnais.

É Deus que nos “sonda e nos conhece” e julga-nos com exatidão. È ELE quem pesa a nossa alma e categoriza todos os nossos sentimentos mais profundos. Convictos desta verdade é preciso crescer. Não priorize o crescimento da sua reputação, ministério ou carreira. São por demais importantes, porém transitórios. Priorize o crescimento do seu caráter e vida com o Deus. Escolha sempre a melhor parte.


CONCLUSÃO
Lideres que estão posicionados na Igreja do SENHOR, entenda que há um chamado de Deus para a função que ocupas, portanto humilhe-se diante do Pai, e Ele te exaltará diante dos homens. Integridade é essencial para a Liderança porque toda liderança é uma liderança moral.

Lembremo-nos que há uma Visão para seguirmos e um caminho para construirmos. Somos um povo que tem um Deus fiel para dar a Visão e as condições para sua realização. Deus não tem Seu maior interesse no que você faz, mas sim no que você se transforma enquanto faz. ELE observa suas motivações e o oculto de seu coração. É isso que ELE deseja: adoradores que vivem a ação como adoração e sua busca de santidade é um processo natural de derramar-se diante do Seu Altar. Que Deus nos desafie a ser melhores e nos transforme segundo o Seu querer, e não o nosso. Somos apenas mordomos do SENHOR de todas as coisas.


FONTES CONSULTADAS
•VINE, Dicionário. Editora CPAD – 3ª Edição/2003
•HARRIS, R. Laird; JR., Gleason L. Archer; WALTKE, Bruce K.. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento.Editora Vida Nova.São Paulo/SP, 1998.
•STRONG, Léxico de. – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
•Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã – Editora Vida Nova – Edição 2009
•Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
•Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
•Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
•Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
•Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
•Bíblia de estudos Dake – Editora CPAD e Atos, Rio de Janeiro/RJ, edição 2009
•TÜNNERMANN, Rudi. As reformas de Neemias: a reconstruçao de Jerusalém e a reorganização de Judá. Editora Sinodal, São Paulo/SP, 2011
•COLLEY, Peter. Perseverança: a qualidade de um vencedor. Biblioteca 24 horas. São Paulo/SP, 1º Edição, 2011.
•PACKER, J. I. Neemias: Paixão Pela Fidelidade. Editora CPAD, Rio de Janeiro/RJ, 2010

Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br

domingo, 18 de dezembro de 2011

CPAD LIÇÃO 12 – AS CONSEQUÊNCIAS DO JUGO DESIGUAL

JOVENS E ADULTOS – CPAD
4º Trimestre 2011
Tema: Neemias – Integridade e coragem em tempos de crise
Comentarista: Elinaldo Renovato


LIÇÃO 12 – AS CONSEQUÊNCIAS DO JUGO DESIGUAL

Texto Bíblico: Neemias 13.23-29.


Texto Áureo:
“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Co 6.14 – ARC).


OBJETIVOS
•Conscientizar se de que o casamento é uma instituição divina.
•Compreender que Deus não aprova o casamento misto.
•Entender que o jugo desigual acarreta pesadas consequências.


INTRODUÇÃO
O casamento é um compromisso – uma aliança – um voto feito a Deus e ao companheiro (a), não apenas de amor, mas também de fidelidade, que deve durar a vida toda – em um relacionamento de exclusividade.


I. O CASAMENTO NO ANTIGO TESTAMENTO
Hoje em dia ainda conhecemos e apreciamos os encontros de família. Na Antigüidade eles eram pontos altos da vida, de importância superior a outros deveres (cf. 1Sm 20.6,29). Especialmente os “ritos de passagem” (circuncisão; casamento; atos fúnebres) eram grandes eventos na vida familiar dos israelitas antigos. Durava dias, ou mesmo, uma semana inteira.

Estar casado era situação normal entre os hebreus. A família era a unidade social básica. O matrimonio tinha importantes conseqüências familiares e tribais. A maioria dos casamentos era “arranjado” pelos pais. E se acaso, acontecesse de que uma mulher se revelasse insatisfatória para seu marido, ela voltava para a casa de seu pai, com o resultado de relações hostis entre as famílias (Jz 14.20; 1 Sm 18.19). Quando isso ocorria, o procedimento natural era que, as famílias envolvidas estabelecessem as condições da união, pondo fim a hostilidade de ambos os lados, e isso com o consentimento do casal (Gn 24.8).

Havia também casamento por amor (gn 29.20; 34.4;Jz 14.1; 1 Sm 18.20). O marido era considerado o senhor de sua esposa, mas isso não era uma norma absoluta (Gn 21.10 e ss.). Quando um marido por motivos de tradição, era incorporado à tribo de sua esposa, os filhos eram considerados pertencentes à tribo ou família dela (cf. Jacó e Labão (Gn 31.31, 43).

Biblicamente ainda que haja vários relatos de poligamia no AT, isso nunca foi aceito por Deus. O casamento deve ser monogâmico. Os profetas empregaram o casamento como símbolo do amor de Deus para com Israel (Is 61.10; 62.5; Os 2.21,22).


I. 1. A natureza do casamento
O casamento foi instituído por Deus para a felicidade do homem e da mulher. O mesmo Deus que criou o homem à Sua imagem e semelhança, e criou macho e fêmea, também instituiu o casamento. Foi Deus quem disse: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gn 2.24).

Há aqui três princípios sobre o casamento.
1.O casamento é heterossexual – o texto fala de um homem unindo-se à sua mulher. A tentativa de legitimar a relação homossexual está em desordem com o propósito de Deus.
2.O casamento é monogâmico – o texto diz que o homem deve deixar pai e mãe para unir-se à sua mulher e não às suas mulheres. Tanto a poligamia (um homem ter várias mulheres) como a poliandria (uma mulher ter mais de um homem) estão em desacordo com o propósito de Deus.
3.O casamento é monossomático – pois os dois tornam-se uma só carne, ou seja, no casamento pode-se desfrutar da relação sexual com alegria, santidade e fidelidade.

Seguir esses princípios de Deus é o segredo de um casamento feliz.


I. 2. Casamentos proibidos
No hebraico hãtunnâ designa casamento. O verbo denominativo ocorre somente no hitpael, “fazer-se marido da filha”; “tornar-se genro de alguém”. As versões ARA e ARC traduz Josué 23.12, como “aparentar-se”.

Em sua mensagem final a Israel, Josué advertiu explicitamente o povo a não aparentar-se com os cananeus da terra para que mais tarde, isso não se tornasse uma armadilha para o povo de Deus (Js 23.12,13).

Assim que Salomão instalou-se no trono de Israel começou a bem conhecida prática de contrair matrimônios com propósitos políticos (Rs 3.1). A nação havia sido advertida justamente quanto a isso no que se refere às nações já residentes na terra de Canaã (Dt 7.3).
Vemos através dos relatos bíblicos que a nação israelita sempre “tropeçava” nesta ordenança.


II. CASAMENTOS MISTOS NO TEMPO DE NEEMIAS
“Firmamos um pacto” (9.38). O próprio povo havia tomado a iniciativa de assinar um contrato, no qual se comprometiam corrigir “práticas erradas” que iam contra os preceitos de Deus, e uma dessas práticas era exatamente o “casamento misto”.

Mas assim que Neemias precisa se ausentar, os judeus gradualmente abandonam o “pacto firmado” em obedecer aos mandamentos divinos. Quando Neemias retorna vê uma total anarquia espiritual. E muitos de Judá, incluindo os filhos do Suo sacerdote casaram-se com mulheres estrangeiras (13.23).

Neemias vigorosamente corrige cada abuso, desde a instalação de Tobias no templo até o difícil caso dos casamentos ilícitos. Não fez concessão a ninguém, um líder deve ser integro, sem privilegiar ninguém, e assim Neemias agiu.

Quando há pecado na igreja não há lugar para tolerância, deve-se buscar a direção de Deus e agir. Neemias em cada correção clamava a Deus para “lembrar-se do seu serviço fiel”. Assim esse servo de Deus nos mostra devemos ter responsabilidade e zelo com a obra de Deus, e que mesmo em meio as mais adversas circunstancias devemos conservar firme nossa posição diante de Deus, mantendo-se como exemplo de servo fiel, que zela e prima pelo bem estar de outro, conduzindo-os a Deus.

III. O JUGO DESIGUAL
Viver conjugalmente já não é fácil para a maioria. Imagine então quando nada está em acordo.
Muitos ao pensar no jugo desigual, pensa apenas nos termos de pertencerem a mesma religião. Mas, não apenas isso. Tudo deve estar em acordo.

Por exemplo, se um dos cônjuges gosta de sair, para passear, conhecer pessoas, lugares e o outro não, já há uma desigualdade. Um é enciclopédia ambulante, o outro não é. Isso vai gerando desequilíbrio. O casamento comunica a idéia de alguém que um deve complementar outra pessoa. Cada um dos cônjuges deve ser alguém completamente adequado física, emocional, intelectual e espiritualmente para o outro.

Ao lermos o relato da criação da mulher veremos que o casamento começou a partir de uma necessidade básica de companheirismo e complementação. No plano de Deus o casamento foi instituído para que duas pessoas pudessem viver completamente uma a outra.

Mateus 19.6, Jesus diz: “Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem”.

Deste modo, quando um cônjuge está suprindo as necessidades físicas, emocionais, intelectuais e espirituais do outro estão sendo um. E quando não supre a necessidade do seu cônjuge, está sozinho, como se fosse solteiro. É interessante notar em Gênesis 2.21,22 que a mulher foi tirada do lado de Adão, isto é, da sua costela, para revelar a sua dependência do homem. Ela não foi tirada da cabeça, pois não é sua função dominá-la; nem de seus pés, pois não foi criada para ser pisada por ele; mas do seu lado para revelar a responsabilidade e dever do marido em protegê-la e cuidar dela. Da mesma forma que a esposa ao seu lado lhe designa cuidado e carinho.

O pecado distorceu o relacionamento entre homem e mulher, mas os crentes são chamados a se relacionar de acordo com o Plano do Criador, instituído no Jardim do Éden, antes do pecado entrar no mundo (Gn 2.15-25). Esse plano é marcado por uma “santa reciprocidade”, ou seja – a amorosa liderança do esposo, provoca uma submissão responsiva da esposa, da mesma forma como a cooperação submissa da esposa provoca uma liderança sensível por parte do esposo.

As realidades de liderança e submissão, nos papéis homem e da mulher, devem se desenvolver em amor, igualdade e complementaridade. Dessa maneira, a imagem de Deus é apropriadamente refletida no casal.


FONTES CONSULTADAS•VINE, Dicionário. Editora CPAD – 3ª Edição/2003
•HARRIS, R. Laird; JR., Gleason L. Archer; WALTKE, Bruce K.. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento.Editora Vida Nova.São Paulo/SP, 1998.
•STRONG, Léxico de. – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
•Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã – Editora Vida Nova – Edição 2009
•RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia – Editora CPAD
•Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
•Bíblia Hebraica (Por David GORODOVITS e Jairo FRIDlIM) – Baseada no Hebraico e à luz do Talmud e das Fontes Judaicas – Editora SEFER, 1ª reedição, Rio de Janeiro/RJ, 2006.
•Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
•Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
•Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
•Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
•Bíblia de estudos Dake – Editora CPAD e Atos, Rio de Janeiro/RJ, edição 2009
•TÜNNERMANN, Rudi. As reformas de Neemias: a reconstruçao de Jerusalém e a reorganização de Judá. Editora Sinodal, São Paulo/SP, 2011
•COLLEY, Peter. Perseverança: a qualidade de um vencedor. Biblioteca 24 horas. São Paulo/SP, 1º Edição, 2011.
•PACKER, J. I. Neemias: Paixão Pela Fidelidade. Editora CPAD, Rio de Janeiro/RJ, 2010

Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O SEMEAR E O CUIDAR

Mateus 13.1-9
TENDO Jesus saído de casa, naquele dia, estava assentado junto ao mar;
2 E ajuntou-se muita gente ao pé dele, de sorte que, entrando num barco, se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia.
3 E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.
4 E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na;
5 E outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda;
6 Mas, vindo o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz.
7 E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na.
8 E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta.
9 Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.


O texto de Mateus 13.1-9 nos mostra o descuido que muitos têm demonstrado ao transmitir a Palavra de Deus. Vemos que este semeador simplesmente semeou, para ele não importava se iria brotar, crescer e dar fruto. Era como se não fizesse com amor, apenas cumpria uma obrigação. E, é exatamente assim que muitos fazem hoje.

Esse semeador foi extremamente negligente em sua missão, pois:
• Não cuidou para que as aves não levassem a semente antes que ela se fixasse ao solo;
• Não se importou em limpar o solo dos pedregais, para que as raízes se aprofundassem, e nem tão pouco a protegeu do sol escaldante;
• Não se teve consciência em tirar os espinhos para que não sufocassem a pequenina semente;

A que caiu em boa terra, cresceu e deu fruto porque se virou sozinha. Ele mesmo não zelou.

Grande parte dos semeadores (anunciadores) da atualidade não tem consciência de que devem tratar a individualidade de cada solo (pessoa) para que a semente (a Palavra de Deus) venha a enraizar-se em seu interior, e enraizando possa crescer e dar fruto. Não há amor pelas almas, não há amor para com o SENHOR, o dono da semente e do solo que deve ser semeado.

A negligência desses “semeadores” será devidamente “cobrada” pelo SENHOR que lhe confiou a guarda da semente (palavra) e o cuidado com o solo (as vidas humanas que a ELE pertence).