domingo, 18 de dezembro de 2011

CPAD LIÇÃO 12 – AS CONSEQUÊNCIAS DO JUGO DESIGUAL

JOVENS E ADULTOS – CPAD
4º Trimestre 2011
Tema: Neemias – Integridade e coragem em tempos de crise
Comentarista: Elinaldo Renovato


LIÇÃO 12 – AS CONSEQUÊNCIAS DO JUGO DESIGUAL

Texto Bíblico: Neemias 13.23-29.


Texto Áureo:
“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Co 6.14 – ARC).


OBJETIVOS
•Conscientizar se de que o casamento é uma instituição divina.
•Compreender que Deus não aprova o casamento misto.
•Entender que o jugo desigual acarreta pesadas consequências.


INTRODUÇÃO
O casamento é um compromisso – uma aliança – um voto feito a Deus e ao companheiro (a), não apenas de amor, mas também de fidelidade, que deve durar a vida toda – em um relacionamento de exclusividade.


I. O CASAMENTO NO ANTIGO TESTAMENTO
Hoje em dia ainda conhecemos e apreciamos os encontros de família. Na Antigüidade eles eram pontos altos da vida, de importância superior a outros deveres (cf. 1Sm 20.6,29). Especialmente os “ritos de passagem” (circuncisão; casamento; atos fúnebres) eram grandes eventos na vida familiar dos israelitas antigos. Durava dias, ou mesmo, uma semana inteira.

Estar casado era situação normal entre os hebreus. A família era a unidade social básica. O matrimonio tinha importantes conseqüências familiares e tribais. A maioria dos casamentos era “arranjado” pelos pais. E se acaso, acontecesse de que uma mulher se revelasse insatisfatória para seu marido, ela voltava para a casa de seu pai, com o resultado de relações hostis entre as famílias (Jz 14.20; 1 Sm 18.19). Quando isso ocorria, o procedimento natural era que, as famílias envolvidas estabelecessem as condições da união, pondo fim a hostilidade de ambos os lados, e isso com o consentimento do casal (Gn 24.8).

Havia também casamento por amor (gn 29.20; 34.4;Jz 14.1; 1 Sm 18.20). O marido era considerado o senhor de sua esposa, mas isso não era uma norma absoluta (Gn 21.10 e ss.). Quando um marido por motivos de tradição, era incorporado à tribo de sua esposa, os filhos eram considerados pertencentes à tribo ou família dela (cf. Jacó e Labão (Gn 31.31, 43).

Biblicamente ainda que haja vários relatos de poligamia no AT, isso nunca foi aceito por Deus. O casamento deve ser monogâmico. Os profetas empregaram o casamento como símbolo do amor de Deus para com Israel (Is 61.10; 62.5; Os 2.21,22).


I. 1. A natureza do casamento
O casamento foi instituído por Deus para a felicidade do homem e da mulher. O mesmo Deus que criou o homem à Sua imagem e semelhança, e criou macho e fêmea, também instituiu o casamento. Foi Deus quem disse: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gn 2.24).

Há aqui três princípios sobre o casamento.
1.O casamento é heterossexual – o texto fala de um homem unindo-se à sua mulher. A tentativa de legitimar a relação homossexual está em desordem com o propósito de Deus.
2.O casamento é monogâmico – o texto diz que o homem deve deixar pai e mãe para unir-se à sua mulher e não às suas mulheres. Tanto a poligamia (um homem ter várias mulheres) como a poliandria (uma mulher ter mais de um homem) estão em desacordo com o propósito de Deus.
3.O casamento é monossomático – pois os dois tornam-se uma só carne, ou seja, no casamento pode-se desfrutar da relação sexual com alegria, santidade e fidelidade.

Seguir esses princípios de Deus é o segredo de um casamento feliz.


I. 2. Casamentos proibidos
No hebraico hãtunnâ designa casamento. O verbo denominativo ocorre somente no hitpael, “fazer-se marido da filha”; “tornar-se genro de alguém”. As versões ARA e ARC traduz Josué 23.12, como “aparentar-se”.

Em sua mensagem final a Israel, Josué advertiu explicitamente o povo a não aparentar-se com os cananeus da terra para que mais tarde, isso não se tornasse uma armadilha para o povo de Deus (Js 23.12,13).

Assim que Salomão instalou-se no trono de Israel começou a bem conhecida prática de contrair matrimônios com propósitos políticos (Rs 3.1). A nação havia sido advertida justamente quanto a isso no que se refere às nações já residentes na terra de Canaã (Dt 7.3).
Vemos através dos relatos bíblicos que a nação israelita sempre “tropeçava” nesta ordenança.


II. CASAMENTOS MISTOS NO TEMPO DE NEEMIAS
“Firmamos um pacto” (9.38). O próprio povo havia tomado a iniciativa de assinar um contrato, no qual se comprometiam corrigir “práticas erradas” que iam contra os preceitos de Deus, e uma dessas práticas era exatamente o “casamento misto”.

Mas assim que Neemias precisa se ausentar, os judeus gradualmente abandonam o “pacto firmado” em obedecer aos mandamentos divinos. Quando Neemias retorna vê uma total anarquia espiritual. E muitos de Judá, incluindo os filhos do Suo sacerdote casaram-se com mulheres estrangeiras (13.23).

Neemias vigorosamente corrige cada abuso, desde a instalação de Tobias no templo até o difícil caso dos casamentos ilícitos. Não fez concessão a ninguém, um líder deve ser integro, sem privilegiar ninguém, e assim Neemias agiu.

Quando há pecado na igreja não há lugar para tolerância, deve-se buscar a direção de Deus e agir. Neemias em cada correção clamava a Deus para “lembrar-se do seu serviço fiel”. Assim esse servo de Deus nos mostra devemos ter responsabilidade e zelo com a obra de Deus, e que mesmo em meio as mais adversas circunstancias devemos conservar firme nossa posição diante de Deus, mantendo-se como exemplo de servo fiel, que zela e prima pelo bem estar de outro, conduzindo-os a Deus.

III. O JUGO DESIGUAL
Viver conjugalmente já não é fácil para a maioria. Imagine então quando nada está em acordo.
Muitos ao pensar no jugo desigual, pensa apenas nos termos de pertencerem a mesma religião. Mas, não apenas isso. Tudo deve estar em acordo.

Por exemplo, se um dos cônjuges gosta de sair, para passear, conhecer pessoas, lugares e o outro não, já há uma desigualdade. Um é enciclopédia ambulante, o outro não é. Isso vai gerando desequilíbrio. O casamento comunica a idéia de alguém que um deve complementar outra pessoa. Cada um dos cônjuges deve ser alguém completamente adequado física, emocional, intelectual e espiritualmente para o outro.

Ao lermos o relato da criação da mulher veremos que o casamento começou a partir de uma necessidade básica de companheirismo e complementação. No plano de Deus o casamento foi instituído para que duas pessoas pudessem viver completamente uma a outra.

Mateus 19.6, Jesus diz: “Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem”.

Deste modo, quando um cônjuge está suprindo as necessidades físicas, emocionais, intelectuais e espirituais do outro estão sendo um. E quando não supre a necessidade do seu cônjuge, está sozinho, como se fosse solteiro. É interessante notar em Gênesis 2.21,22 que a mulher foi tirada do lado de Adão, isto é, da sua costela, para revelar a sua dependência do homem. Ela não foi tirada da cabeça, pois não é sua função dominá-la; nem de seus pés, pois não foi criada para ser pisada por ele; mas do seu lado para revelar a responsabilidade e dever do marido em protegê-la e cuidar dela. Da mesma forma que a esposa ao seu lado lhe designa cuidado e carinho.

O pecado distorceu o relacionamento entre homem e mulher, mas os crentes são chamados a se relacionar de acordo com o Plano do Criador, instituído no Jardim do Éden, antes do pecado entrar no mundo (Gn 2.15-25). Esse plano é marcado por uma “santa reciprocidade”, ou seja – a amorosa liderança do esposo, provoca uma submissão responsiva da esposa, da mesma forma como a cooperação submissa da esposa provoca uma liderança sensível por parte do esposo.

As realidades de liderança e submissão, nos papéis homem e da mulher, devem se desenvolver em amor, igualdade e complementaridade. Dessa maneira, a imagem de Deus é apropriadamente refletida no casal.


FONTES CONSULTADAS•VINE, Dicionário. Editora CPAD – 3ª Edição/2003
•HARRIS, R. Laird; JR., Gleason L. Archer; WALTKE, Bruce K.. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento.Editora Vida Nova.São Paulo/SP, 1998.
•STRONG, Léxico de. – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
•Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã – Editora Vida Nova – Edição 2009
•RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia – Editora CPAD
•Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
•Bíblia Hebraica (Por David GORODOVITS e Jairo FRIDlIM) – Baseada no Hebraico e à luz do Talmud e das Fontes Judaicas – Editora SEFER, 1ª reedição, Rio de Janeiro/RJ, 2006.
•Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
•Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
•Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
•Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
•Bíblia de estudos Dake – Editora CPAD e Atos, Rio de Janeiro/RJ, edição 2009
•TÜNNERMANN, Rudi. As reformas de Neemias: a reconstruçao de Jerusalém e a reorganização de Judá. Editora Sinodal, São Paulo/SP, 2011
•COLLEY, Peter. Perseverança: a qualidade de um vencedor. Biblioteca 24 horas. São Paulo/SP, 1º Edição, 2011.
•PACKER, J. I. Neemias: Paixão Pela Fidelidade. Editora CPAD, Rio de Janeiro/RJ, 2010

Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br

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