terça-feira, 6 de setembro de 2011

CPAD - LIÇÃO 11 – A INFLUÊNCIA CULTURAL DA IGREJA

JOVENS E ADULTOS – CPAD
3º Trimestre 2011
Tema: A Missão Integral da Igreja – Porque o Reino de Deus está entre vós
Comentarista: Wagner Gaby


LIÇÃO 11 – A INFLUÊNCIA CULTURAL DA IGREJA


Texto Bíblico: Gênesis 1.26-30.


Texto Áureo:
“E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn 1.28 - ARC).


OBJETIVOS DA LIÇÃO• Diferençar a cultura antes e depois da Queda.
• Conhecer os exemplos bíblicos de relacionamento cultural.
• Compreender que Igreja deve influenciar culturalmente a sociedade.


INTRODUÇÃO
A mensagem do Evangelho foi, é e sempre será relacionada a todas e a cada uma das culturas presentes nas nações mundiais. Por essa razão, deve ser comunicada de maneira tal que os povos possam receber, entender e experimentar com suas características e perspectivas culturais.


I. A CULTURA ANTES E APÓS A QUEDA
I. 1. Definição do termo:
Segundo o dicionário Houaiss da língua portuguesa:
Derivação: sentido figurado.
1. O cabedal de conhecimentos, a ilustração, o saber de uma pessoa ou grupo social
2. Conjunto de padrões de comportamento, crenças, conhecimentos, costumes etc. que distinguem um grupo social
3. Forma ou etapa evolutiva das tradições e valores intelectuais, morais, espirituais (de um lugar ou período específico); civilização
4. Complexo de atividades, instituições, padrões sociais ligados à criação e difusão das belas-artes, ciências humanas e afins

Existem diversas definições de cultura, destacamos algumas delas a seguir: “um empreendimento coletivo, segundo o qual os homens conseguem estabelecer um estilo de vida distinto, com base em valores comuns” (R. N. Champlin); “Aquele todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, artes, princípios morais, leis, costumes e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelos homens, como membros da sociedade” (E. B. Tylor).

O cristianismo, por sua vez, reconhece a existência da cultura enquanto produção humana, mas esta precisa ser avaliada a partir dos princípios bíblicos. Por isso, sempre coube a Igreja, ao longo da sua história, a tarefa de apontar para o alto, ressaltando as virtudes de Cristo. Por isso, conforme orienta o autor da Epístola aos Hebreus (11.6), os valores terrenos devem ser sombras daquele país celestial. Diante dessa realidade, a Igreja precisa estar ciente do seu papel social, e, principalmente, da necessidade de capacitar-se para responder aos anseios da cultura moderna. O ponto de partida para analise cultural é a realidade da Queda, que, conforme registrada no capítulo 3 de Gênesis trouxe implicações imediatas para o ser humano. Antes da Queda o ser humano tinha a capacidade para administrar a criação para a glória de Deus (Gn 1.28-30), mas depois desta, sua tendência passou a ser o egoísmo, a busca pelos interesses, e, como vemos atualmente, a destruição da criação, que geme a espera da redenção (Rm 8.19-23). A destruição da criação, no entanto, não é o único mal causado pela Queda. Quando avaliamos a sociedade, à luz dos valores cristãos, constatamos a prevalência da cultura da morte e da ganância em busca de mais poder.


II. EXEMPLOS BÍBLICOS DE RELACIONAMENTOS CULTURAIS
A Bíblia está repleta de exemplos de pessoas que não se deixaram levar pelos valores da cultura mundana. Não podemos esquecer que este mundo jaz no Maligno (1 Jo 5.19), por isso, o Reino de Deus, conforme respondeu Jesus a Pilatos, não é deste mundo (Jo 18.36). Ao mesmo tempo, também precisamos estar cientes que precisamos agir como sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13,14), ao mesmo tempo em que não nos conformamos com ele (Rm. 12.1,2). No Antigo Testamento encontramos o relato exemplar de Daniel diante da cultura babilônica. Daniel, o jovem hebreu levado para o cativeiro, estava imerso em uma cultura distinta dos princípios divinos. Mesmo assim, ele propôs em seu coração não se contaminar com as iguarias do rei, isto é, não fazer concessões quanto a sua fé (Dn 1.8; 6.6-10). No livro de Daniel também se encontra o registro de fé de Sadraque, Mesaque e Abedenego, corajosos homens de Deus que foram salvos da fornalha por testemunharem da soberania de Deus, e não se dobrarem diante da estátua erguida pelo Rei (Dn cap. 3). Mardoqueu (Mordacai), juntamente com a rainha Ester, servem de exemplo para todos aqueles que não fazem concessões em relação aos valores do Reino de Deus. Os profetas de Deus, tanto aqueles apresentados nos livros históricos, quanto os literários, autores de livro bíblicos, foram contundentes em suas denuncias da cultura humana distanciada dos padrões eternos de Deus. Por causa disso, os profetas bíblicos eram impopulares, eles se opunham ao que a maioria defendia, se fosse hoje, diríamos que eles não estariam preocupados com o Ibope, com a popularidade, mas, como declarou Pedro diante das autoridades romanas e judaicas, o alvo deve ser obedecer a Deus, e não aos homens, quando esses se voltarem contra a Palavra de Deus (At 5.29).


III. EVANGELHO, IGREJA E CULTURA
“A salvação, que o Senhor Jesus nos conquistou por um “alto preço” (cf. 1 Co 6. 20; 1Pe 1.18-19), se realiza na vida nova que espera os justos após a morte, mas abrange também este mundo (cf. 1Co 7.31) nas realidades da economia e do trabalho, da sociedade e da política, da técnica e da comunicação, da comunidade internacional e das relações entre as culturas e os povos. «Jesus veio trazer a salvação integral, que abrange o homem todo e todos os homens, abrindo-lhes os horizontes admiráveis da filiação divina” (João Paulo II, Carta encicl. Redemptoris missio, 11: AAS 83 (1991) 260)

É assim que a igreja, a representante terrena do corpo de Cristo, deve agir. A benevolência e a misericórdia, que inspiram o agir de Deus tornam-se tão próximas do homem a ponto de assumir os traços do homem – Jesus, o Verbo feito carne. Na narração de Lucas, Jesus descreve o Seu ministério messiânico com as palavras de Isaías:
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor” (Lc 4.18-19; cf. Is 61.1-2).

Jesus se coloca na linha do cumprimento, não só porque cumpre o que tinha sido prometido e que, portanto, era esperado por Israel, mas também no sentido mais profundo de que Nele se cumpre o evento definitivo da história de Deus com os homens. Com efeito, Ele proclama:
“... Quem me vê, vê o Pai...” (Jo 14.9). Jesus, em outras palavras, manifesta de modo tangível e definitivo quem é Deus e como Ele se comporta com os homens. Deus respeita a individualidade, porém age, promovendo o resgate do ser humano da condenação eterna. A Igreja deve ter consciência de que ela é a agencia de resgate, e como tal deve estar alerta e agir. Assim como Deus não apenas vê a necessidade, mas age em prol do ser humano.

A missão da Igreja é a de anunciar e comunicar a salvação realizada em Jesus Cristo, que Ele mesmo chama Reino de Deus (Mc 1.15), ou seja, a comunhão com Deus e entre os homens. O fim da salvação, o Reino de Deus, abraça todos os homens e se realizará plenamente além da história da humanidade, em Deus. A Igreja recebeu a missão de anunciar e estabelecer em todas as nações o Reino de Cristo, e se constitui ela própria na terra o início deste Reino.

A Igreja é, na humanidade e no mundo, a representante do amor de Deus e, por isso mesmo, da esperança maior, que ativa e sustém todo autêntico projeto e empenho de libertação e promoção humana. É, em meio aos homens, o tabernáculo de Deus com os homens (Ap 21.3), de modo que o homem não se encontra só, perdido ou transtornado no seu empenho de humanizar o mundo, mas encontra amparo no amor redentor de Cristo. A Igreja é ministra de salvação, não em abstrato ou em sentido meramente espiritual, mas no contexto da história e do mundo em que o homem vive, onde o alcançam o amor de Deus e a vocação de corresponder ao projeto divino. Por esta razão, a Igreja é apta a compreender o ser humano, tanto na sua vocação e nas suas aspirações, quanto nos seus limites e nos seus apuros, nos seus direitos e nas suas tarefas, e a ter para ele uma palavra de vida que ressoe nas vicissitudes históricas e sociais da existência humana, conduzindo-os ao Criador de forma plena, pois Jesus afirma no Evangelho de João: “... Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundancia.” (10.10)

CONCLUSÃO
A Igreja de Jesus Cristo foi chamada para influenciar, não para ficar debaixo de influências mundanas. Para tanto, deve sair de dentro das quatro paredes, ter noção dos ramos filosóficos que estão em todas as áreas da sociedade na pós-modernidade, e obedecer ao IDE do Senhor Jesus, levando o evangelho, as boas novas de salvação. A Igreja precisa denunciar o pecado, ser uma voz que expõe os princípios bíblicos, fazendo com que a sociedade se volte aos valores esquecidos. Existem diversas maneiras de a Igreja influenciar a sociedade, não apenas fazendo coisas grandes, mas também com pequenos gestos, que, com zelo doutrinário e amor conduzirão muitos a Cristo.


FONTES CONSULTADAS• Revista Ensinador Cristão – Ano 12 – Nº 47 - 2011 – CPAD
• Dicionário VINE – Editora CPAD – 3ª Edição/2003
• Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa – Editora Objetiva – 3º Edição – Rio de Janeiro, 2009.
• Léxico de Strong – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
• Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã – Editora Vida Nova – Edição 2009
• Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald.
• Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
• Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
• Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
• Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
• Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
• Richards, Lawrence O. – Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento – Editora CPAD
• Grudem, Wayne – Teologia Sistemática Atual e Exaustiva – Editora Vida Nova – Edição 1999
• Kloppenburg, Carlos José – Basiléia, o Reino de Deus – Editora Loyola – São Paulo/SP – 1997.
• SHELLEY, Bruce L. - A Igreja: O Povo de Deus - Edições Vida Nova.



Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário