terça-feira, 13 de setembro de 2011

CPAD _ LIÇÃO 12 – A INTEGRIDADE DA DOUTRINA CRISTÃ

JOVENS E ADULTOS – CPAD
3º Trimestre 2011Tema: A Missão Integral da Igreja – Porque o Reino de Deus está entre vós
Comentarista: Wagner Gaby


LIÇÃO 12 – A INTEGRIDADE DA DOUTRINA CRISTÃ


Texto Bíblico: 2 Tm 3.14-17; Tt 2.1,7,10.


Texto Áureo:
“Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” (2 Tm 3.16,17 – ARC).


OBJETIVOS DA LIÇÃO
Compreender que a doutrina bíblica produz vida.
Saber que na atualidade muitos resistem à sã doutrina.
Conscientizar-se de que precisamos ser fiéis a sã doutrina.


INTRODUÇÃO
Uma das palavras mais difíceis de lidar com ela no meio dos “evangélicos” é “integridade”. Viver uma vida irrepreensível diante da sociedade e principalmente diante de Deus é algo que não atrai os modernos crentes do século XXI.

Definição
“Integridade” vem do latim “integritate”, significa a qualidade de alguém ou algo ser íntegro, de conduta reta, pessoa de honra, ética, educada, imparcial, brioso, pundonoroso, cuja natureza de ação nos dá uma imagem de inocência, pureza ou castidade, o que é íntegro, é justo e perfeito, é puro de alma e de espírito. “integridade” na raiz significa “inteiro”. Um ser humano íntegro não se vende por situações momentâneas, infligindo as normas e leis, prejudicando alguém por um motivo fútil e incoerente. A moral de uma pessoa não tem preço e é indiscutível.

É imprescindível que a Igreja, como Corpo terreno de Nosso Senhor Jesus Cristo, não somente ensine a doutrina cristã de forma integra, mas que a viva em seu dia a dia. Como demonstrar o poder e a integridade dessa doutrina que nossas ações e atitudes negam essa integridade?


I. O QUE É A DOUTRINA CRISTÃ?
A palavra doutrina significa “ensino ou instrução”. O termo deriva-se do grego “didache”
(Mt. 4.23; 9.35; Rm 12.7; 1Cor 4.17; 1 Tm 2.12); seu sinônimo comum é “didaskalia”(Mt. 15.9; Mc 7.7; Ef. 4.14; Col 2.22; 1 Tm 1.10; 2 Tm 4.3; Tt 1.9). Os dois termos expressam tanto o ato de ensino (sentido ativo) como aquilo que é ensinado (sentido passivo).

Denominamos doutrina cristã, um conjunto de ensinamentos que trata da fé cristã ortodoxa, ministrada a todo cristão, com o objetivo de instrução no caminho que deve trilhar, para bem servir a Deus e conseguir a salvação da alma. Desde os primórdios que a igreja foi caracterizada pela perseverança na doutrina (At 2.42). Por isso, ela pôde não apenas evangelizar, mas também, defender a doutrina, por que estava edificada “sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular” (Ef. 2.20b).

Doutrina se refere aos ensinamentos expostos na Bíblia e que representam o alicerce, o sustentáculo de nossa fé. Se descuidarmos e desprezarmos as doutrinas, perderemos a nossa identidade como servos de Deus, como seguidores de Cristo, pois, muitos conceitos e comportamentos humanos se opõem frontalmente às verdades bíblicas. Por isso, o apóstolo Paulo diz: “Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos nem à igreja de Deus” (1Co. 10.32).

Os bons costumes não geram a doutrina; mas, o ensino da doutrina bíblica produz a prática de bons hábitos e costumes. Além disso, o cristão deve compreender que a observância à doutrina bíblica produz crescimento espiritual (Ef. 4.14-15), pois o padrão é o ensino de Cristo (1 Tm. 6.3-4).


II. A INVERSÃO DE VALORES
A palavra “Integridade” aponta para plenitude, pureza, coerência, compromisso, etc., o inverso seria então fragmentado ou corrompido.

É necessário salientar que quando falta integridade na vida de uma pessoa ela passa a ter duas caras, o seu caráter e a sua conduta passam a ser ambíguos. a pessoa sem “integridade” vive de uma maneira na igreja, de outra na sociedade e de outra no trabalho. ela não possui equilíbrio nas suas posições. a Bíblia diz: “melhor é o pobre íntegro em sua conduta do que o rico perverso em seus caminhos” (Pv 28.6).

É importante frisar que a integridade não tem preço, cor, razão social ou nacionalidade. uma pessoa íntegra não anda preocupada, ela não precisa se valer dos famosos “jeitinhos” para se safar de situações inusitadas criada pela sua conduta.
Há pessoas que vivem contemporizando na tentativa de justificarem as coisas erradas que fazem, elas passam uma idéia de perfeição, mas basta uma maré mais alta e a vida do cidadão vem à tona, ele se expõe. Veja um exemplo: Um “crente” de uma grande igreja, pessoa considerada modelo pelos seus parceiros foi a uma lanchonete e lá pediu dois sanduíches. Solicitou que fossem embrulhados, pois iriam viajar e os consumiriam no trajeto. Quando pararam a uma distância confortável, o cidadão verificou que ao embrulhar, o garçom havia embrulhado R$ 1.200,00. Preocupado com o emprego do funcionário ele retornou para devolver o que havia encontrado. O gerente ficou tão espantado e feliz com o que via que disse:
- Vou chamar a televisão e os jornais e registrar o ocorrido. Vocês merecem uma matéria nas primeiras páginas. Vocês são pessoas “íntegras”!

Mas o homem, meio constrangido respondeu: – Oh! Não, não, não. Nem pense nisto. Não queremos nos expor a este ponto.
Inclinando-se na direção do gerente ele sussurrou: – Não quero foto ou algo semelhante nos jornais, pois a mulher que está comigo é casada com outro homem!!!

Esta é a situação de certos “evangélicos” hoje. Há honestidade em alguns aspectos, mas em outros é melhor manter escondido o que fazem. Para esses tais, a “integridade” é relativa e ocasional, ela depende de fatores, de oportunidades e de situações. Esse não é o evangelho que nosso Senhor Jesus Cristo ensinou.

É comum as pessoas, ao fim da vida, sentirem certo arrependimento quando dão conta de que não viveram de maneira “integra”, coerente com os valores que regem a Palavra de Deus. Muitas, ao final da vida, descobrem que influenciaram pela “mascara”, pela imagem que passaram ao longo da vida de alguém reto, mas que por detrás dos panos era outra coisa. Mas há ainda tempo para que o ser humano e em especial os “evangélicos” possam influenciar a sociedade tirando a máscara que carregam, sendo verdadeiros e íntegros em tudo. Vale lembrar que a integridade é o oposto da imagem. Integridade só existe quando a sua vida pessoal está em perfeita harmonia com a sua imagem publica. Na vida do crente passamos por situações que nos exigem esforço, desprendimento, coragem e desgaste emocional, mas são necessários para que possamos vencer. Deus permite que sejamos provados para que nos edifiquemos e nos fortaleçamos na nossa vida e na nossa confiança Nele. Ele nos criou para exercitarmos a nossa “integridade” na sua plenitude, mesmo que as situações e as circunstâncias nos desafiem a desistirmos

A integridade é um estado de força interior e de paz integral nós poderemos nos dar bem em nossa vida espiritual. Mas é preciso compromisso com a verdade. Precisamos ser completos em tudo, não apenas em algumas áreas específicas de nossa vida. Uma vida cristã estabelecida sobre a égide da Palavra de Deus exige que sejamos verdadeiros diante da sociedade e principalmente diante de Deus.


III. A NECESSIDADE DA DOUTRINA
III. 1. Precisamos conhecer a doutrina
Como podemos saber se estamos na luz, se não examinarmos nossos conceitos, nossas ações pela doutrina bíblica apresentada? “Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos” (2 Co. 13.5). Quando se expõe algo, nossa base não pode ser o julgamento próprio, mas, por meio da verdade, apresentada pela Bíblia Sagrada.


III. 2. Precisamos praticar a doutrina
A Palavra de Deus nos diz: “Ora, se sabeis estas cousas, bem-aventurados sois se as praticardes” (Jo. 13.17); “Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (Rm 3.13 ARA).

Ao concluir o “Sermão da Montanha”, Jesus falou acerca do que esperava daqueles que ouviram Seus extraordinários ensinos: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha” (Mt. 7.24).

Observe que, de acordo com o ensino do Mestre, aqueles que ouvem e pratica, Jesus comparou ao homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; mas, aqueles que ouvem e não as praticam, Jesus os comprou ao homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia (Mt 7.24-27).


IV. A DOUTRINA CRISTÃ COMO UM SERVIÇO AO SENHOR
IV. 1. Na evangelização
Na exposição da mensagem do Evangelho é necessário ter convicção da verdade apresentada. Quando falamos de Cristo, da salvação, perdão, esperança futura, estamos apresentando um conteúdo doutrinário. A pessoa que compartilha o evangelho com alguém, na realidade, está afirmando em que o Evangelho difere de outras crenças. A forma da exposição do Evangelho faz diferença: “Porque o nosso evangelho não foi somente a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis fomos entre vós, por amor de vós” (1 Ts 1.5).

A razão do crescimento da igreja foi à cuidadosa exposição da palavra de Deus: “Assim, a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia” (At. 19.20).


IV. 2. Na instrução
Jesus, o maior Mestre que este mundo já conheceu (Jo 13.13), além de evangelizar, também se dedicou ao ensino (Mt 4.23). Semelhantemente, a Igreja Primitiva não se descuidava do ensino das Escrituras (At 5.42). Os apóstolos eram incansáveis no ensino das verdades cristãs (At 6.4; At. 20.20). Assim, o apóstolo Paulo ensinou em Antioquia (At 11.26); em Corinto, onde permaneceu por um ano e seis meses (At 18.11b); e, em Éfeso, permaneceu “por espaço de dois anos” (At. 19.10). Pedro também era perseverante no ensino (2 Pe 1.12)

“Mas de minha parte, esforçar-me-ei diligentemente por fazer que, a todo tempo, mesmo depois da minha partida, conserveis lembrança de tudo” (2 Pe. 1.15-ARA).


IV. 3. No combate aos falsos ensinos
A instrução bíblica deve ser ministrada não apenas para a edificação, mas também para refutar e combater os falsos ensinos. O apóstolo Paulo diz a Timóteo: “que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina” (1Tm. 4.2). Paulo conhecia a ação dos falsos mestres, que não se moldavam aos padrões bíblicos e sabia que muitos iriam seguir seus falsos ensinos.

Por isso, ele diz que viria um tempo em que muitos teriam “doutores conforme as suas próprias concupiscências” (2 Tm. 4.3). Por isso, Paulo recomenda a Tito que seja “apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder, assim para exortar pelo reto ensino como para convencer os que contradizem” (Tt 1.9 – ARA). A palavra ensinada tanto instrui, como pode convencer os que abraçam ensinos heréticos; para tal, é necessário ser firme e perseverante na sã doutrina.


CONCLUSÃO
O cristão deve conhecer as bases de sua fé, pois, somente assim poderá transmiti-las. O mundo precisa ver em nossa vida a prática de ações que demonstrem nossa convicção de raízes profundas no evangelho. Os inimigos da Igreja Primitiva a contragosto declararam: “E eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina” (At. 5.28). Que o Senhor nos ajude e que possamos alimentar nossos alunos “com as palavras da fé e da boa doutrina” (1 Tm. 4.6- ARA), conduzindo-os através de nosso exemplo pessoal a viver e não somente ouvir a Palavra de Deus.


FONTES CONSULTADAS•Revista Ensinador Cristão – Ano 12 – Nº 47 - 2011 – CPAD
•Dicionário VINE – Editora CPAD – 3ª Edição/2003
•Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa – Editora Objetiva – 3º Edição – Rio de Janeiro, 2009.
•Léxico de Strong – Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil
•Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã – Editora Vida Nova – Edição 2009
•Richards, Lawrence O. – Guia do Leitor da Bíblia – Editora CPAD
•Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald.
•Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
•Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus – Nova Edição revista e ampliada - 2002
•Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
•Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – editora CPAD – Edição 2004
•Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002
•Richards, Lawrence O. – Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento – Editora CPAD
•Grudem, Wayne – Teologia Sistemática Atual e Exaustiva – Editora Vida Nova – Edição 1999
•Kloppenburg, Carlos José – Basiléia, o Reino de Deus – Editora Loyola – São Paulo/SP – 1997.
•SHELLEY, Bruce L. - A Igreja: O Povo de Deus - Edições Vida Nova.


Colaboração para EBDnet – Profª Jaciara da Silva – jaciara.dasilva@ebdnet.com.br www.ebdnet.com.br

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